Capítulo 10

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A proposta

Eduardo -

Acordei cedo, quero chegar cedo no hospital, não vou nem tomar café, aviso Sérgio para ele preparar o carro, e ele nem me questiona, quero sair antes que Marli me questione alguma coisa ou que minha mãe me veja saindo com o motorista, até porque se ela me tomou o carro não vai me querer saindo com o motorista, se bem que hoje é por uma boa causa.

Como apenas um biscoito com um copo de suco, e quando Marli entra na cozinha eu me levanto e vou saindo rapidamente antes que ela comece o interrogatório habitual dela, Sérgio já me aguarda no carro, vejo Marli vindo atrás de mim, mas finjo que não estou vendo, ela para e fica me olhando entrar no carro, achei que ela ia vir correndo atrás de mim e falar alguma coisa, mas não fica apenas olhando, deve estar confabulando alguma coisa naquela cabecinha dela, para quando eu chegar ela pegar no meu pé.

Peço Sérgio que me leve na casa de Maria, ele assente e dar partida no carro, eu vou fazer logo a proposta pra ela e seja o que Deus quiser, eu não vou ficar esperando o momento certo nem a hora correta, essa é a hora certa, hoje sábado acredito que ela ainda esteja em casa, seguimos em silêncio total, saímos da zona sul e começamos a entrar numa área mais precária do Rio, chegamos na baixada fluminense.

Depois de um tempo Sérgio entra numa ruazinha de terra ainda e para em frente um casebre bem humilde e diz que é aqui, o lugar é bem feinho, mas seja o que Deus quiser, antes que eu desça uma senhora aparece na casinha ao lado com um grande sorriso no rosto, eu vejo que Sérgio também parece feliz ao vê-la, acho que eles já se conhecem, ele desce do carro e ela saí e vem ao encontro dele, eu sabia que os dois se conheciam, eu desço e fico assistindo a cena, os dois todos sorrisos um para outro, achei até engraçado a situação.

Em um dado momento a senhora me olha e diz que vai chamar Maria, provavelmente Sérgio falou que eu estava a procurando e que eu era o patrão, isso é o que eu acho, ela entra no pequeno quintal e bate na porta daquela pequena casa e logo Maria abre a porta e ela entra e fecha a porta atrás dela, e somem lá para dentro, um tempo depois as duas saem, Maria parece um pouco supressa ao me ver, talvez não esperasse que eu aparecesse sua porta assim do nada,  se bem que em outra situação eu não bateria mesmo, eu não sou muito filantrópico, não me envolvo em situações assim ou nunca pensei numa situação assim.

Ela vem toda tímida ao meu encontro, de longe se ver que ela está meio sem graça, e vou te falar mesmo nessa situação ela continua linda, essa menina tem uma beleza que é de parar o trânsito e nem por isso ela se aproveita.

Maria Alice -

Acordo em pleno sábado com Lurdes batendo em minha porta, meu coração dispara, pois, eu apaguei e a primeira coisa que vem em minha cabeça é que aconteceu algo com minha mãe, mas eu estava tão cansada que só apaguei, eu não vou me perdoar nunca se aconteceu alguma coisa e eu estava dormindo, abri a porta meio ressabiada e com medo do que eu vou ouvir, mas ela nem me deixa falar nada assim que abro a porta ela apenas me empurra para dentro e entra fechando a porta atrás dela, não entendi muito bem o que está acontecendo, pois ainda estou meia grogue de sono. me sento na beira da cama para tentar acordar direito, pois ainda estou com muito sono, como a visita é apenas as 14:00 horas, eu ia aproveitar para dormir um pouquinho mais, antes que Lurdes fale alguma coisa eu me levanto e vou ao banheiro, lavo meu rosto e escovo meus dentes, agora sim estou me sentindo mais acordada, volto e ela ainda está lá parada do mesmo jeito.

- Menina, se arruma seu patrão está aí na porta?

- Que patrão mulher? Tá doida?

- Não, Sérgio falou que ele é seu patrão;

- Aí meu Deus não acredito que seu Mário está aqui na porta, o que será que ele quer? A esposa dele também veio? Quando ela falou Sérgio eu achei que fosse mesmo meus patrões.

MariaOnde histórias criam vida. Descubra agora