M᥆thᥱr, ι fᥱᥣᥣ ιᥒ ᥣ᥆᥎ᥱ ᥕιth ᥲ ᥴrι꧑ιᥒᥲᥣ.

Prólogo 🥀

"Nosso maior erro foi permitir a paixão nos cegar pra toda a vida. Agora me diga, Taehyung, isso realmente vale a pena?"

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Confesso que, nunca na minha vida iria me imaginar estar sentado em uma cama macia, completamente despido da cabeça aos pés, sentindo a brisa tocar em meu corpo nu, enquanto encarava o homem a minha frente tragar um cigarro calmamente, aquilo fodia com os seus pulmões, mas ele não se importava, continuava, até acabar, Jungkook era um viciado por cigarro. Minha mente não sabia mais o que pensar, ela apenas estava como uma fumaça do seu cigarro, nublada.

Hoje, Jungkook apenas despertou e se levantou, parecia insatisfeito com algo, por ser madrugada ainda? Não, parecia por outra coisa. Seus olhos quando se encontram com os meus por uns instantes, pareciam passar um pequeno brilho, uma fraca luz que percebi estar se apagando. A janela de seu quarto aberta, fazia a sua pele se tornar intocável e bela, como a lua. Ele olhava vez ou outra fixamente o teto, seus olhos azuis como o mar despertados lhe destacavam, às vezes caídos, às vezes me encarando, e depois voltava para o teto.

Jungkook estava usando lentes sem motivos, escondendo seus olhos pretos, que por mais que seja uma cor tão comum, era lindo, e eu apreciava.

Com aquela pequena imagem em minha cabeça, me bastava apenas fechar os olhos, e vê-lo em meus grandes sonhos patéticos. Mas queria tocá-lo, meus dedos o queria tanto naquele momento, de verdade, encostar em sua pele branquela, tocar em seu rosto macio, mas era algo impossível no momento, por mais que fosse tão tentador. Então, com um sentimento de insatisfação se apossando em meu peito, volto à dormir, tentando sonhar com algo que para mim seria impossível.

Entretanto, Jungkook, como sempre, simplesmente me surpreende com suas atitudes, interrompendo minha respiração, dilatando minha pupila como uma droga, no qual estou viciado com o seu cheiro, automaticamente. Sinto seus dedos me tocarem delicadamente como se minha pele fosse de porcelana, seu nariz encosta em minha nuca, sentindo meu cheiro calmamente, e ele por um momento se sente satisfeito com o que sente, mas logo, se afasta aos poucos. Levo alguns segundos para recobrar a consciência perdida e virar minha cabeça em sua direção, meus olhos se encontrando com os seus na madrugada de sábado, sinto duas conexões diferentes, a minha e a dele, sentimentos tão iguais, mas ao mesmo tempo tão diferentes entre nós.

Aquilo era tão desgastante.

Seus olhos, de repente, começam a sorrir quando reparam em meu olhar, e em seguida, seus lábios um pouco secos, Jungkook se aproxima aos poucos, e por algum motivo, me sentia estranho naquele momento, tudo parecia um sonho, a sua voz toca a minha alma como nunca, e mesmo que fosse apenas uma pergunta, como uma pessoa apaixonada, lhe dou a minha total atenção, observando seus lábios se movimentar.

— Você tem um cigarro, querido? — sua voz soa calma, seu hálito entra em minhas narinas. Cigarro, é esse o seu cheiro, mas por algum motivo, era gostoso de sentir, mesmo que seja tão errado.

Droga.

— Sabe que estou tentando parar de fumar há muito tempo, amor  — minha voz saí tão mansa, sinto que estou sozinho em um planeta enorme com ele, apenas nós dois, apenas quem vê isso sou eu, como um idiota apaixonado.

— Também estou, mas queria alguma coisa em minhas mãos agora, quero segurar algo fofo — comenta, como se estivesse falando com um amigo de infância, e saber daquilo me machucava, sentia meu peito afundar aos poucos como estar entrando em uma maré e seguindo para o fundo, até desaparecer.

Ele me fodia mentalmente, e eu o amava tanto mesmo assim. Cada erro seu, cada erro meu, nos tornava mais próximos a cada dia. Ele odiava a minha boca, mas amava beija-lá, tocar ela todos os dias, e eu odiava seus olhos, mas me perdia neles quando eles me encaravam.

— Mas, você tem algo nas mãos agora, sabe disso, não é? — às vezes penso que não é ele que me fode, sou eu mesmo, me entregando assim, tão facilmente, me sinto um estúpido.

— Eu? — suas sobrancelhas franziram como uma criança curiosa, e por um momento soltei uma risada soprada, lhe deixando mais confuso.

— Eu, Jungkook.

E como se a minha resposta fosse uma piada, ele ri, mas não parecia uma risada debochada, e sim algo que lhe deixasse aliviado. Ele decide me tocar, primeiro na cintura, suas mãos segue uma pequena trilha lentamente até o meu maxilar, o apertando com seus dedos, então seu rosto se aproxima mais do que antes, e antes que seus lábios tocasse os meus, sua fala me surpreende.

— Você também me tem, querido, sabe disso, não é? — sorri pequeno.

Seus lábios, junto de suas palavras finalmente me tiram o fôlego em segundos quando se encontram com os meus, e como eu amava aquilo, deixando meu corpo mole e quente naquela madrugada que de entediante, foi para algo tão extraordinário em minutos por sua causa, não, na verdade, foi por nossa causa.

— É claro que sei. — falo entre a nossa troca de beijos, sentindo um sorriso maior crescer sobre ele, causando-me euforia.

Naquele momento, naquele dia em questão, me sentia nas nuvens naquela madrugada, mesmo que fosse algo bastante temporário em minha vida infeliz. Me sentia feliz, satisfeito, e o pior de tudo;

Completamente apaixonado por um criminoso.