ΠΡΟΛΟΓΟΣ I - PRÓLOGO I

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Ela caminhava tão orgulhosa quanto um pavão exibindo suas majestosas penas, exalando um intoxicante perfume de romã. Até mesmo as vestes modestas para cumprir sua atuação como ama de leite lhe caíam bem e valorizavam suas curvas esculpidas pelo artista mais dedicado.¹

Todas as mulheres que ela encontrava pelo caminho lançavam olhares afiados com inveja, como uma lâmina venenosa porém ineficaz. Todos os homens que ela encontrava pelo caminho a olhavam com os olhos enormes e indiscretos, transbordando luxúria. Eles trairiam suas esposas tão alegremente quanto cães ao se depararem com um suculento pedaço de carne, salivando e abanando as caudas imbecilmente. Ela estava ciente disso tudo. Ela, mais do que ninguém, abominava estas atitudes. Ela sentia desprezo por cada um que sequer pensasse em trair seu cônjuge. E quando ela descobriu que seu marido a traiu com uma princesinha mortal de baixa categoria, ela sentiu do mais puro ódio borbulhar dentro de si.

Ela, a rainha do Olimpo, foi traída. Ela, a deusa dos nascimentos, dos casamentos, da fidelidade... foi traída mais uma vez. Todos os dedos dos seus pés e das suas mãos não eram suficientes para enumerar todas as vezes que descobriu ter sido traída por seu marido, fora, é claro, as traições que ela não havia descoberto. Mas esta última que ela descobriu foi a gota d'água. Além de ser uma mortal, já estava no sexto mês de gestação, criança fruto do caso de uma mortal com o deus mais poderoso do Olimpo, vulgo marido da deusa dos nascimentos e casamentos. Ela sentiu repulsa desta criança ainda no ventre, para ela não é mais que um verme. E ela estava decidida a eliminar esse verme pela raiz.

Seus sapatos ecoavam pelo corredor de mármore queimado até que param ao chegar em frente à uma porta dupla. 'Tenho certeza que este é o quarto da vadia', ela pensou, e deu três batidas surpreendentemente leves na porta em comparação à raiva que sentia.

- Entre. - disse uma voz calma do outro lado.

Ela então encarou a porta com um sorriso sarcástico no rosto e abriu a porta, encontrando a princesa sentada em frente a um espelho, penteando seus cabelos escuros com tímidas mechas loiras como os primeiros raios de sol a enfrentar a escuridão da noite.²

- Com sua licença, majestade. - disse adentrando o cômodo e fazendo uma breve reverência - Meu nome é Yoona e serei sua ama de leite. Me ordenaram para que começasse o trabalho desde já, lhe orientando sobre tudo que precisa saber após o nascimento de seu herdeiro.

- Ora, não precisamos dessa formalidade toda, certo? - disse sorrindo timidamente - Você amamentará o meu filho e cuidará dele como se fosse seu. Me trate como sua amiga! Me chame de Nicha.

- Majes-Nicha - ri - Se você não se incomoda, então não tem porque eu não te tratar como uma querida amiga. Posso te ajudar a pentear seu cabelo?

Ela vai até Nicha, pega o pente e começa a pentear suavemente os longos cabelos da jovem à sua frente, não tardando em começar a conversar.

- Sabe Nicha, eu vim o caminho todo até aqui repetindo para mim mesma que não é do meu interesse perguntar o que estou prestes a perguntar, ainda mais sem nem ter falado com você antes, mas eu juro que não consigo segurar a minha curiosidade! Está rolando todo tipo de rumor em relação a quem é o pai do príncipe que irá nascer, alguns estão dizendo que ele é um camponês qualquer, outros até mesmo que é um ladrão foragido-

- O quê?! Você disse ladrão foragido? - Nicha irrompeu em gargalhadas - Mas não é possível, que criatividade! Ah, se eles ao menos conhecessem a ternura que ele se dirige a mim! Ou se vissem a maneira doce que ele beija minha barriga e- AI! Cuidado com o pente!

- Eu sinto muito, majestade, eu sou tão atrapalhada! - disse apertando com força a madeira do cabo do pente. 'Ele NUNCA, nem uma única vez, beijou minha barriga em uma de minhas gravidezes!', pensou.

O Fruto do Êxtase || jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora