Looks like we're going to help some strangers

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Estava encima de uma das velas do navio do meu pai admirando a vista do mar que eu tanto estou acostumada, afinal vivo nele desde que me entendo por gente, nunca parando em um lugar só, muitas pessoas podem achar muito legal ficar viajando por aí, mas não é tanto quanto pensam. Minha única companhia verdadeira é meu fiel corvo Albus, apesar de ser dessa espécie, ele é branco por causa do seu laço comigo, e nunca mais nos separamos.

Pai: Mila! MILA! Onde você está, menina?! - Escuto a voz assustada do meu pai embaixo então ri um pouco.

Eu: Aqui encima pai! - Grito e vejo ele me olhar balançando a cabeça provavelmente pensando Eu Já Devia Saber.

Pai: Desça daí! Temos que conversar! - Eu olho para o Albus que logo levanta voo para me acompanhar então começo a descer pelas cordas até o convés. - Mila, nós já conversamos sobre as velas, não é?

Eu: Qual é, pai... As velas são o único lugar que tenho paz nesse navio. - Falo o abraçando e ele me abraça com cuidado para não me machucar com o gancho. - Então, o que quer falar comigo?

Pai: Bom, teremos que parar em uma ilha pelas redondezas e terei que resolver um assunto. - Ele explica enquanto entrávamos na nossa cabine e eu logo vou pegar a minha capa. - Não, você não vai comigo.

Eu: Pai, nós dois sabemos que quando o assunto é Negócios eu sou melhor que você, afinal meus dons me ajudam muito nisso. - Falo pra ele sorrindo e tentando achar a minha capa. - Misturou as roupas de novo, pai.

Pai: Desculpa, filha... Eu as vezes esqueço que... - Ele se interrompe e eu sabia o que ele queria me dizer.

Eu: Que eu não enxergo as cores... Pode falar pai... Eu sei que tenho essa maldição... - Falo antes do Albus pousar no meu ombro. Me sento calada pra comer o almoço que deixaram para nós na cabine e meu pai apenas se arrumava. - Não vai almoçar comigo?

Pai: Não vai dar, querida... Mas assim que eu voltar fazemos algo juntos. - Ele deixa um beijo na minha testa antes de sair da cabine.

Eu: Ele vai voltar e depois vamos viajar de novo, né? - Falo para o Albus que voo do meu ombro para a mesa comendo comigo. - Pelo menos tenho você, Albus... E ele também...

Sorri deixando o prato de lado, por saber que é melhor pra ter mais comida aos marujos os fazendo ficar menos ranzinzas, e começo a desenhar o rosto do garoto que vive aparecendo nos meus sonhos, ele sempre aparece quando consigo ver as cores, mas quando acordo tudo volta pro preto e branco. Minha maldição é que verei tudo em preto e branco até achar a minha alma gêmea e quando nossos olhares se cruzarem eu verei as cores e espero também me apaixonar por ele... O menino nunca me disse seu nome, pois de acordo com ele "prefiro que me conheça de verdade, antes de ver meu outro lado". 

Um fato sobre essa maldição é que eu só verei realmente as cores quando ver minha alma gêmea pessoalmente, enquanto nos encontrarmos apenas por sonhos apenas terei a visão sem cores, por isso uma fada com pena de mim ao me ver triste por estar sem as cores que, nas palavras dela, são a Alegria Do Mundo, ela me abençoou com poderes incrivelmente fortes, mas o preço pela sua benção foi a sua vida então para a honrar, treinei meus poderes até os dominar e expandir seus limites, me fazendo ser extremamente poderosa, porém mantive em segredo para não acabar atraindo inimigos.

Eu: Você acha que vou encontrar ele de verdade, Albus? - Pergunto para o pássaro que passou a asa pelo desenho limpando um pouco do grafite do lápis. - Espero que eu o encontre logo...

Depois de um tempo na cabine eu saio bem na hora que meu pai estava voltando então me conta sobre como foi com a pessoa que ele se encontrou além de que passaria um tempo fora, nesse tempo eu que seria a capitã do Jolly Roger. Vejo o meu pai arrumando as coisas quando chegamos no novo mundo que seria onde teríamos o primeiro passo do plano dele que não sei ao certo qual é.

Eu: Pai, você tem certeza que pode confiar nessa mulher?... Ela não é uma boa pessoa... - Falo vendo ele arrumar suas coisas enquanto estava sentada na mesa brincando com o Albus que ficava no meu dedo.

Pai: Tenho certeza, sim... Não precisa ficar tão preocupada, meu pequeno milagre. Eu volto em alguns dias, até lá cuida bem desses ratos. - Eu me levanto da mesa e deixo o Albus no seu poleiro. - Você sabe que eu confio em você, né?

Eu: Sim, pai... Mas mesmo assim... Por quê não posso ir te ajudar? - Pergunto antes dele me puxar para um abraço.

Pai: Não posso arriscar te colocar em algo perigoso... Me promete que vai cuidar bem do Jolly Roger e da tripulação? - Balanço a cabeça confirmando sem me separar do abraço. - Quer que eu traga alguma coisa pra você?

Eu: Ter o meu pai de volta já é o bastante para mim... Por favor toma cuidado. - Falo sorrindo para ele que correspondeu antes de irmos juntos ao convés.

Pai: Marujos escutem! Irei partir numa missão e durante esse tempo em que teremos uma cliente com a gente, a minha Imediata assumirá o comando do navio em minha ausência. - Ele se vira me indicando então dou passos para frente mantendo uma expressão séria.

Eu: Ouçam bem, ratos de porão! As coisas continuarão funcionando do mesmo jeito, mas agora eu serei a Capitã até o retorno do verdadeiro Capitão Gancho. Nada de moleza, vocês não são polvos para ficarem de corpo mole! Voltem ao trabalho imediatamente ou os amarro na âncora e os arrasto até morrerem! Agora! - Falo séria tirando minha espada e depois que todos voltaram aos seus afazeres eu acompanhei meu pai até a saída do navio.

Pai: Até meu retorno, Capitã. - Sorri pra ele e apertamos as nossas mãos antes dele ir com a bruxa ao seu lado.

Eu: Até o retorno, pai... - Falo baixo antes de voltar a prestar atenção na minha tripulação temporária.

Quebra de Tempo

Já faz uns meses que o meu pai está fora e não tive notícias, a convidada dele, Cora, sumiu, mas enviei o Albus para lhe seguir então agora como sempre, eu estou esperando na vela por notícias dele e talvez junto notícias sobre o novo mundo. Nesse meio tempo, a tripulação toda foi embora cansada de esperar o seu capitão que os abandonou e o navio se tornou fantasma. Estava afiando minha espada quando ouvi seu grasnar.

Eu: Albus! - Me levanto e ele logo pousa em meu ombro. - Bem vindo de volta... Trouxe novidades para mim?

Albus: Trouxe sim, parece que nossa convidada e o nosso capitão pretendem viajar sem a gente. - Quando escuto essa frase eu logo paro olhando séria pro horizonte. Consigo entender apenas o que o Albus diz, graças ao nosso laço de guardião e protegida.

Eu: Mais alguma coisa? - Pergunto levantando meu braço para o Albus ficar na minha frente. Ele voa pousando em frente ao meu rosto antes de me responder.

Albus: Tenho sim, ele arrumou novas adversárias que estão contra a bruxa, não me surpreende ela ter inimigos, mas elas... São bem duronas e não vão parar facilmente. - Olho para ele e logo entendi o que ele quis dizer.

Eu: Ele está cego... Realmente perder a minha mãe o fez ficar tão obcecado que esqueceu... Que ele ainda têm uma filha viva esperando por ele... - Falo meio triste e me sentindo traída por ele me deixar no navio como se eu fosse idiota.

Albus: Sabemos que você é mais poderosa até mesmo do que o Senhor das Trevas então que tal dar uma lição na bruxa que está enganando o seu pai? - Ele diz me incentivando e eu aceitei de bom grado.

Sorri de lado antes de soltar um riso pulando entre as cordas até o convés. Ando para a minha cabine que é o único lugar que me esforço para manter limpa, coloco minha roupa, pego as minhas armas, coloco tudo que preciso na minha mochila, depois de pronta abandono o navio sem olhar pra trás e com o Albus me acompanhando voando ao meu redor.

Eu: Parece que iremos ajudar umas desconhecidas... Mostre o caminho! - Falo para o Albus que grasnou alto enquanto entrávamos na floresta.

Unconditionally (Peter Pan x OC)Onde histórias criam vida. Descubra agora