O dia estava quente, tendo os raios de sol enfurecidos, fazendo a pele chegar a arder caso alguém ficasse mais do que dois minutos exposto a eles. No centro da cidade havia carro para todos os lados, pessoas transitando pelas faixas de pedestre; um ruído infernal de todas aquelas vozes; pessoas se esbarrando ocasionalmente. Jisoo, definitivamente, odiava cidade grande.O calor fez a garota enxugar uma pequena camada de suor que havia em sua testa. Ela havia passado as duas últimas horas na fila do banco, unicamente para pagar o boleto da compra da peça de seu caminhão e lá dentro o ar condicionado à impediu de morrer frita.
Jisoo caminhou mais alguns passos e parou em um semáforo esperando o sinal ficar verde para os pedestres. Excomungou até os prédios, que não possuíam vida, ao sentir um tranco em seu corpo. Olhou para o lado apenas para ver um garoto engravatado, provavelmente atrasado para a rotina chata em algum escritório, mas seus olhos paralisaram em um ponto fixo antes de voltarem a olhar para a faixa.
Em um dos carros parados na rua vertical com aquela, consequência do sinal estar parado para eles, a figura pequena e delicada de Jennie se encontrava. Não dentro do carro, senão limpando as vidraças do veículo.
Seu coração disparou e o sinal abriu para ela passar, abrindo também para o carro onde Jennie estava, já que era do outro lado. A caminhoneira não se importou em atravesar faixa ou qualquer coisa semelhante, apenas assobiou alto, tendo vários rostos virando-se para ela, mas ela unicamente notava um: O da garota que virou o pescoço e estava prestes a voltar a olhar para a frente, mas a imagem de Jisoo a prendeu. Ela abriu o sorriso que mais iluminou o ano de Jisoo ao ver que realmente era ela. O olhar de Jennie foi surpreso e ela ergueu seus olhos para o chapéu na cabeça de Jisoo, sorrindo maliciosamente, porém com un toque de doçura que fazia o coração de Jisoo duplicar a velocidade de batimentos por segundo.
A mais nova colocou o pequeno rodo, o borrifador e sua flanela em um cantinho ali, ao lado de Cristal, que agora usava sua nova coleira, e se aproximou de Jisoo. Jennie parecia meio abatida, como se tivesse dormido pouco e ainda usava a mesma roupa de dois dias atrás. Em seus olhos havia pequenas olheiras, mas isso não fez dela menos bonita, apenas mais cansada.
-- Hey... -- Ah, aquela voz! Jisoo pensou que jamais voltaria a ouvir aquela doce melodia. -- Você comprou um. -- Ela disse apontando para o chapéu de Jisoo e a maior assentiu, ainda sem reação.
-- Eu precisava de um novo. -- Jisoo disse, vendo que Jennie ainda usava o boné que ela lhe havia presenteado. -- Você já almoçou? -- Jennie negou e Jisoo assentiu. -- Gostaria de ir almoçar comigo?
-- Eu, huh, não sei. -- A garota disse e Jisoo suspirou.
-- Certo. -- A maior disse, mexendo inquieta em seu chapéu.
-- Esta noite ainda estará aqui? Eu vou ficar aqui até umas seis horas, lá para esse horário eu já terei conseguido dinheiro para almoçar e então poderíamos ir jantar. -- Jisoo franziu o cenho.
-- Não vai almoçar comigo porque não tem o dinheiro? -- Jisoo perguntou e Jennie assentiu, olhando para Cristal. -- Não seja tola. Eu te convidei para almoçar, então eu pagarei.
-- Eu não gosto de abusar. -- Jennie disse fitando as orbes verdes. -- Você já me bancou a viagem inteira...
-- Jen, eu quero muito saber o que fez nesses dois dias e, hm, quero que almoce comigo. Por favor? -- Jennie piscou desconcertada antes de responder.
-- Só se eu ganhar um abraço. -- Ela queria pedir um beijo, mas as coisas haviam sido casuais, não? E se Jisoo não a quisesse mais?
-- Essa não é uma missão impossível, eu acho. -- Jisoo brincou sorrindo abertamente e Jennie suspirou embasbacada.
-- Gata, eu posso ter vindo no seu caminhão, mas foi no seu sorriso que eu viajei. -- Jisoo gargalhou ao ouvir aquilo e logo envolveu Jennie em seus braços, em um abraço apertado.
-- Você tem sorte de ser bonita, porque suas cantadas são horríveis. -- Jisoo disse, sentindo Jennie inalar seu cheiro antes de se afastar.
-- Não ofenda a minha cantada. Ela foi exclusivamente para você. -- Jennie brincou e Jisoo assentiu, rindo. A mais nova caminhou até onde estava e pegou suas coisas, indo até Jisoo novamente. -- Cristal, vem! -- Ela gritou e a gata correu em sua direção. Jisoo estranhou Jennie estar com o saquinho de lingeries ali e a ração de Cristal também, mas optou por não dizer nada.
Não foram à um lugar muito longe, algumas quadras dali no máximo. Cristal ficou parada do lado de fora, deitando-se na sombra de uma mesa vazia quando Jennie disse que ela não poderia entrar. As garotas adentraram o lugar e se sentaram ao lado de uma grande janela, dali poderiam ver Cristal. Fizeram seus pedidos e esperaram.
-- Por que ainda está aqui? Não era para ter partido esta manhã? -- Jennie perguntou, virando-se para Jisoo. Ela havia se sentado ao lado da garota e não à sua frente como deveria.
-- Não vai acreditar na minha sorte... -- Jisoo disse, retirando o chapéu preto de sua cabeça exatamente como Jennie fez e o colocando na cadeira da frente. Jennie se virou para ficar de frente para Jisoo e a maior copiou seu gesto. -- Meu caminhão quebrou. Encomendei uma peça, mas só vai chegar em dez dias. -- Explicou. -- E você, conseguiu visitar o túmulo da sua mãe? -- Jennie abaixou a cabeça no mesmo momento e assentiu. -- Hey... desculpe tocar nesse assunto, Jennie. Não fique triste. -- Jisoo disse, tocando em seu queixo para que a garota lhe olhasse.
-- Não se preocupe, estou bem. -- Jennie disse sorrindo fraco.
-- Por que carrega as suas coisas consigo? -- Jisoo finalmente perguntou. -- Onde está ficando, Jen?
-- Eu meio que não estou ficando em lugar nenhum. -- Ela disse envergonhada.
-- Por que me olhou desse jeito? -- Jisoo perguntou ao ver Jennie lhe fitar e fechar rapidamente os olhos, negando com a cabeça.
-- Não te olhei de jeito nenhum.
-- Olhou sim. Por quê? -- Jennie respirou fundo e, com olhos cansados, fitou Jisoo.
-- Por que eu menti para você, Jisoo.
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Destino Incerto - Jensoo Version
FanfictionKim Jisoo é uma caminhoneira; levava a sua vida na tranquilidade das estradas de todo o país. Aos seus vinte e sete anos não se via fazendo outra coisa senão dirigir, exatamente como seu pai a ensinara. A garota possui mais duas irmãs adotivas, cuj...