A manhã estava fresca, os raios de sol ainda não ardiam e o vento soprava a pele como um doce beijo de bom dia vindo da mãe natureza. Os pássaros gorjeavam audivelmente e no céu não havia uma nuvem sequer; completamente azul.Na noite anterior dormiram separadas, tomadas por um imenso desejo de estarem juntas, mas nada falaram. Foi só no meio da noite que Jennie deslizou para perto de Jisoo, abraçando-a por trás e formando uma conchinha.
-- Então comprou o chapéu porque lembrou de mim? -- Jennie perguntou. Estavam na frente da casa onde estavam ficando, haviam acabado de chegar do shopping da cidade, com várias bolsas nas mãos e Jennie havia perguntado a Jisoo por que ela havia comprado um chapéu daquele.
-- Sim. -- Jisoo respondeu honestamente, vendo Jennie se virar para ela e sorrir. -- Fiquei muito ridícula com ele? -- Jisoo perguntou em expectativa. Jennie suspirou e colocou as sacolas no chão, levando as suas duas mãos até a barriga de Jisoo, apoiando-as na região.
-- Você ficou sexy. -- Jennie confessou, vendo um meio sorriso nascer nos lábios de Jisoo. A mais nova se inclinou e Jisoo fez o mesmo, escovando seus lábios nos de Jennie e fechando seus olhos ao sentir seu coração disparar.
-- Adorei o chapéu em você, vizinha. -- A voz já conhecida por Jennie a fez se afastar um pouco de Jisoo, vendo a mesma se virar para Anne. -- Ele ficou melhor em você do que ficava em mim.
Jennie deu um breve aceno com a cabeça para Anne antes de se abaixar, pegar as sacolas e adentrar a casa sem jamais voltar a olhar para Jisoo.
-- Obrigada, Anne. Com licença. -- Jisoo disse aborrecida, seguindo Jennie. -- Jen? -- Jisoo perguntou assim que adentrou o quarto. Deixou as sacolas sobre a cama, mas não viu sinal de Jennie. Para sua sorte, o ranger da porta dos fundos, que precisava de óleo em suas dobradiças, chamou sua atenção, fazendo-a ir até lá.
Ao passar pela porta, Jisoo encontrou Jennie sentada nos degraus de madeira; a garota admirava as árvores e desfrutava da sensação do vento esbarrando em sua pele.-- Por que entrou assim? -- Jisoo perguntou, se sentando ao lado da menina.
-- Eu só não quis atrapalhar nada. -- Jennie disse tristemente e Jisoo franziu o cenho.
-- Jennie, você nunca atrapalha nada na minha vida. -- Jennie sorriu fraco para Jisoo antes de voltar a falar.
-- Você tem algum interesse por ela? -- Perguntou realmente ansiosa pela resposta.
-- Por que acha isso? -- Jennie deu de ombros.
-- Sei lá. Ela é toda bonitona. Foi por isso que comprou o chapéu? Para ter motivo para falar com ela? -- O tom de Jennie não era acusador, era realmente curioso. Ela precisava saber se Jisoo se interessava por Anne.
-- Comprei o chapéu para ter, de certa forma, um pouquinho mais de você comigo. -- Jisoo confessou, vendo Jennie lhe olhar de soslaio. -- Eu não me interesso por ela, Jennie.
-- Por quê? Ela é linda.
-- Eu poderia dizer que é porque ficarei aqui pouco tempo, mas não é por isso. Eu não gosto de sexo casual e já te falei isso. Você é a minha exceção nisso -- Jisoo disse, vendo Jennie lhe fitar. -- E, bem, ela não é você.
Jennie se sentia especial quando Jisoo falava assim; dava a entender que com Jennie não era só sexo casual, mas isso seria ridículo demais de se imaginar, pensou Jennie, Jisoo transou com ela mesmo sabendo que ela iria embora em poucos dias.
Seu tolo coração insistia em pregar peças, pois ela via um brilho diferente nos olhos de Jisoo. Seria possível Jisoo também ter se apaixonado por ela da mesma forma que ela se apaixonara por Jisoo?
-- Nini... Planeta Terra chamando uma morena linda dos olhos felinos cor avelã. -- Jisoo disse brincando e Jennie sorriu ao sair de seus devaneios.
-- Boboca. -- Jennie disse, vendo Jisoo retirar o chapéu e colocar ao lado delas. A mão direita da mais nova, automaticamente, foi para os cabelos de Jisoo, arrumar alguns fios desordenados, mas logo ela escorregou para o rosto de Jisoo, em uma carícia calma. Jisoo não resistiu e se inclinou, vendo Jennie fazer o mesmo e encarar intensamente seus olhos.
Como se Jennie tivesse entendido o recado, ela fechou o espaço das duas, tocando finalmente seus lábios nos de Jennie. A mais nova deslizou sua mão do rosto de Jisoo para a nuca e Jisoo a puxou para seu colo, não com malícia, senão com saudade. Tinha aquela necessidade de ter o corpo de Jennie o mais próximo possível do seu. Haviam se passado três dias sem isso, mas parecia uma eternidade, ainda mais por terem pensado que jamais provariam de tal sensação novamente.
As línguas se encontraram sem pressa, como se cada segundo fosse mágico, e de fato era. Jennie passou seus braços aos redor do pescoço de Jisoo enquanto a mais velha abraçava o corpo sobre si. Terminaram o beijo com um longo suspiro de Jennie, que mordiscou a beira do lábio de Jisoo e começou a farejar seu rosto, inalando cada centímetro de sua pele.
-- Oh, céus! Senti tanta saudade disso. -- Jennie murmurou ainda de olhos fechados, dando um selinho em Jisoo e acariciando sua nuca.
-- Eu também senti. -- Jisoo disse, vendo as orbes acastanhadas se abrirem lentamente. -- Pensei que nunca mais voltaria a te ver. -- Jisoo murmurou, encostando sua testa na de Jennie.
-- Eu pensei o mesmo, mas aí eu ouvi um assobio e quando olhei para trás nem acreditei no que via. -- Jennie disse, como se estivesse consultando sua memória. -- Céus, estava mais linda do que nunca.
-- Não fala assim que eu fico fraca. -- Jisoo brincou, sentindo Jennie afundar seu rosto no pescoço dela e sorrir contra sua pele.
-- Você me deixa fraca só de respirar o mesmo ar que eu. -- Jennie disse, depositando um doce beijo na pele do ombro de Jisoo e logo se reclinou, voltando a fitar Jisoo. -- Então sou a exceção do seu casual, hm? -- Jennie brincou rindo.
-- Não. Você é o casual e por isso é a exceção. -- Jisoo respondeu, vendo Jennie sorrir e tocar seus lábios novamente com os dela.
Ficaram ali por um longo tempo, trocando beijos e carícias como duas fiéis apaixonadas. Usavam o termo "casual", não obstante, queriam ser bem mais do que isso. De fato, já eram, só não sabiam ainda.
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Destino Incerto - Jensoo Version
Hayran KurguKim Jisoo é uma caminhoneira; levava a sua vida na tranquilidade das estradas de todo o país. Aos seus vinte e sete anos não se via fazendo outra coisa senão dirigir, exatamente como seu pai a ensinara. A garota possui mais duas irmãs adotivas, cuj...