Martina Juan Gutierrez
Mais uma vez acordo num quarto luxuoso, porém diferente. Mas não me assusto pois sei muito bem onde estamos.
Veneza, Itália.
O centro do império de Samuelle.O quarto onde estou é enorme.
Ele é todo branco, com alguns tons e detalhes castanhos. Cama enorme, TV do tamanho da parede inteira e uma vista absolutamente estonteante da natureza. Só pode ser o quarto dele.Saiu da cama e vejo um par de chinelos rosa exatamente do meu tamanho. Calço os e vou em direção ao banheiro. Lavo meu rosto e escovo os dentes com a escova nova, também rosa. Ele deve achar que eu gosto da cor, só pode. Decido tomar um banho rápido e saiu cheirando a ele, sendo que os únicos produtos ali são masculinos.
Minha mente estava totalmente nublada.
Eu não sabia o que pensar e muito menos o que fazer. As limitações eram muitas. Por mais que eu quisesse fugir, até eu chegar no portão volta de quinze homens já teriam me pego. E se eu fugisse para onde iria? Ele literalmente vive no meio do nada. Não tenho acesso a nenhum vizinho nem um ponto público para pedir ajuda.Minha única opção é o diálogo.
Mas lhe dar com um louco como ele não é fácil.Suspiro e vou em direção ao closet. Ele tem muitos fatos pretos, eu hein.
Suas roupas são impecavelmente arrumadas e coordenadas por cor. O Lado oposto também contém roupas, porém femininas. Todas elas são novas e ainda contém as etiquetas, para além de serem exatamente do meu tamanho. Jesus, como ele fez isso?
Pego uma camisa de alças brancas e uma calça de pano cinza, confortável. Hidrato minha pele, me visto e faço um rabo de cavalo no cabelo antes de sair do quarto.
A casa é enorme.
Desço as escadas em busca dele e acabo na cozinha.
— Bom dia senhorita, o seu café já está pronto e o senhor Lombardi aguarda por si no relvado.
— Bom dia. -Esbocei um sorriso para a mais velha. — Onde é isso? E pode me chamar de Martina por favor. -Digo e ela sorri de volta.
Sou acompanhada até a porta que dá para o jardim e aquilo é um choque de beleza da natureza. Caminho até Samuelle e assim que ele nota minha presença faz questão de acompanhar cada movimento meu até chegar a si.
Me sento perante ele e olho em volta ainda chocada com a beleza de sua mansão.
— É lindo aqui. -Comento.
— Com a vida que tenho tive que criar meu próprio paraíso. -Ele diz sem tirar os olhos de mim. — Como descansou?
— Bem. Você?
— Não tive muito tempo, o dever chamou logo pela manhã.
— Dormiu comigo? -Indago levemente envergonhada.
— Não. Até agora.
— E como sabe o meu tamanho?
— Eu sei tudo sobre você Martina. -Responde casualmente, mas não me deixo distrair por suas palavras.
— O que quer de mim Samuelle? -A pergunta escapou de meus lábios antes que eu pudesse processar.
— Você é minha por direito. -Ele responde calmo.
— Pare de falar como se eu fosse um pedaço de carne. -Me irrito.
— Entenda como quiser. Mas saiba que não há volta a dar.
— Você não tem o mínimo de consideração possível? Tem noção do quão minha vida vai mudar?
— Para o melhor apenas. Terá tudo que quiser, acesso ao que precisar e o título de rainha da máfia.
— Isso não me importa! -Me exalto e isso não o abala. — Eu não quero ser a sua rainha.
— Está lutando com algo que já foi decidido a muito tempo ninfa. -Se recosta na cadeira me avaliando.
— Você age como se realmente quisesse esse casamento... como se fosse me tratar bem! -Jogo em sua cara. — Sua vida já está no lugar, se casar agora apenas privaria a ambos e convenhamos que eu não quero andar por aí com mil e um pares de chifres.
— Essa decisão é minha. -Toma um gole do suco de frutas. — Para além de que um acordo feito no mundo da máfia é lei bambina. Não se faça de burra! Sabe muito bem como as coisas funcionam nesse mundo.
— Esse acordo foi feito sem o nosso consentimento e você tem o poder de evitá-lo!
— Eu não vou fugir das minhas responsabilidades Martina. -Diz ríspido já perdendo a paciência.
— Mas você é o chefe, eu tenho a certeza que o conselho olha para a sua palavra como ordem, independentemente de outras figuras importantes.
— Eu te aconselho a formatar a sua mente... -Se ergue e caminha até mim, se inclinando para perto e descansando as mãos em cada lado do apoio da minha cadeira.
Meu peito instantaneamente bate rápido e prendo minha respiração, tentando manter a pose de durona, porém seu cheiro e seu rosto absolutamente perfeito não estão ajudando muito.
— Porque agora está aqui, no meu território, debaixo do meu teto, e sobre os meus cuidados, eu te garanto que não vai sair mais. Nunca mais.
Engulo em seco virando o rosto, incapaz de sustentar seu olhar.
— Vou resolver uns assuntos, mas estarei de volta no final do dia.
Dito isso ele saiu, com parte dos seguranças me deixando ali digerindo minha frustração.
Eu o odeio! O odeio com todas as minhas forças!
Olho a minha volta e só de vista tem volta de cinco seguranças prontos para agir caso eu tente fazer algo. Bufo de raiva e marcho para dentro de casa. Eu preciso de um celular. Me encontro com a senhora que me dirigiu a ele e vou direto ao assunto:
— Eu preciso de um celular, você tem um?
— O senhor Lombardi não permite que a gente os traga para o trabalho senhora. -Diz de cabeça para baixo.
— Merda! -Xingo. — Tudo bem, obrigada e mais uma vez me trate por Martina. -Sorrio para ela e subo em busca de um aparelho qualquer.
Ele é esperto. Fez questão de não deixar nenhum aparelho electrónico a vista. FILHO DA PUTA!
Eu só queria assegurar meu pai que está tudo bem. Já se passaram dois dias desde que sumi, não tem como eles não terem percebido. Os homens que olhavam por mim no RJ também já devem ter percebido que eu não saiu de casa a dois dias e provavelmente informaram meu pai. Só espero que ele não tenha perdido a cabeça. Aí Deus, me tira dessa por favor!
...
Capítulo não revisado!
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Te Amando Cada Vez
Romance"- Você é minha Martina, sempre foi minha e sempre será minha!" Sem controle nenhum sobre o futuro, a família Gutierrez se viu obrigada a forjar a morte de sua própria filha, sendo que o destino tinha unido a bela menina de cabelos castanhos ao próp...