Capítulo 1

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O barulho da rua acabou me tirando do meu sono, morar em Madrid e ainda no centro foi a pior escolha que meu pai podia ter feito

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O barulho da rua acabou me tirando do meu sono, morar em Madrid e ainda no centro foi a pior escolha que meu pai podia ter feito. Só que a vida do meu pai é feita de atitudes merdas, nasci em Toronto no Canadá, a grande realidade é que eu morava lá até duas semanas atrás.

Quando minha mãe descobriu mais uma das traições, em vez dela pegar as coisas dela e se levantar e ir embora... ela simplesmente ficou e pediu que nos mudássemos de país.

Aos meus 18 anos, eu entendi que minha mãe tem uma síndrome chamada de Síndrome da Gaiola de Ouro. Tal síndrome, trata-se de uma enorme violência contra a mulher e se manifesta quando o agressor passa encarar a mulher como um adorno para um relacionamento de fachada. Diante de toda a situação a mulher como forma de manter um status social elevado, acaba se submetendo a um verdadeiro cativeiro emocional.

Sim, minha mãe fingia um relacionamento de sucesso com intuito de prestigiar seus anseios e do ego social.  Meu pai é um empresário e dono da maior empresa de petróleo do mundo.

Minha mãe é apenas a mulher do meu pai.

Respiro fundo, hoje seria meu primeiro dia da minha faculdade de Medicina. Estudava de manhã porque sempre senti que eu era uma pessoa diurna. Levanto-me e vou até o banheiro, me observo no espelho e eu estava definitivamente acabada. Tomo um banho de banheira extremamente demorado e assim que eu termino de fazer todas as minhas necessidades eu saio do banheiro e vou direto para meu closet.

Coloco uma calça jeans, um all-star branco e uma regata branca. E para não morrer de frio, um moletom branco.

Assim que me olho no espelho e percebo que meu rosto estava pálido, mostrando que eu tive uma noite péssima, eu passo uma maquiagem.

Pego meus livros e arrumo rapidamente meu material eu já desço pra cozinha, onde meus pais já estavam sentados apenas me esperando para tomar café da manhã. Minha mãe abre um sorriso gentil, meu pai estava tão focado em seu iPad que nem se deu conta que eu me sentei na mesa.  Rapidamente coloco café para mim e vou degustar meu café da manhã.

- Dormiu bem Lily? - meu pai me perguntou, minha vontade era de xingá-lo e mandá-lo para o quinto dos infernos.

- Não. - Respondo olhando para meu prato.

- Que isso filha, até sua mãe já me perdoou e você continua me ignorando? - ele me questiona e eu não consigo segurar o riso.

- Apenas quero ter um café da manhã decente, aproveitar Madrid, não dou um ano para você fazer alguma merda e termos que nos mudar novamente. - Solto na mesa, que faz minha mãe arregalar os olhos para mim.

O resto do meu café foi tranquilo, quando meu celular despertou avisando que estava na hora de ir eu me despeço e saio de lá.

Acompanhada de três seguranças, entrou no carro. Uso aquele pequeno momento para ver minhas redes sociais e responder minha melhor amiga Vanessa.

Fico aquele tempo toda interdita com as fofocas do final de semana e que nem percebo que cheguei.

Tantos adolescentes em um só lugar me assusta, não que eu seja uma pessoa tímida e que tem sempre receio de conviver com outras pessoas.  Sou apenas um pessoal que gosta de viver sem chamar atenção, o que é difícil. Já que onde eu estou tem pelo menos um brutamonte na minha cola. Andando pelos corredores da faculdade sob olhar atento de muitos ali, tento manter um sorriso no rosto para parecer simpática.

Vou para a secretaria pegar meus horários, assim que entro esbarro em um garoto. Ele é um dos homens mais bonitos que eu já vi. Ele apenas ignora minha presença e nem sequer fez questão de pedir desculpas.

Depois de pegar meus horários, a moça me ensina como chegar na minha primeira aula: Bioquímica.   A primeira aula aconteceu de maneira tranquila, foi mais como uma apresentação. Conhecer os colegas de sala, sinto que eu virei o centro das atenções principalmente quando falei meu sobrenome.

A segunda aula já era uma aula em grupo com os estudantes de direito. O que tínhamos em comum com eles: Cultura e sociedade. Estávamos na metade da aula quando o mesmo garoto de mais cedo entrou.

- Mathias atrasado novamente? – O professor questiona o aluno, ele apenas dá um sorriso e se senta ao meu lado. Único lugar vago em toda a sala.

- Olha professor, alguém tem que trazer algum título para essa faculdade né? – ele fala, e todos os alunos dão uma risada.

- Estamos confiando nisso – Senhor Diego diz. O tal do Mathias ficou metade do tempo mexendo no celular, ele nem se preocupou com a aula. Não entendi por que estou ficando tão incomoda com isso, ele não era minha preocupação. ELE nem podia ser a minha preocupação.

Sou tirada dos meus pensamentos pelo professor sinalizado no final da aula. Junto os meus materiais sob o olhar atento de Mathias.

- Ohh garota? - ele me chama

- Posso ajudar? – questiono enquanto coloco meu computador dentro da mochila.

- Queria te pedir desculpas, meu pai precisava falar comigo e eu estava definitivamente puto naquele momento. Não costumo ser tão sem educação assim. – ele diz, eu sentia verdade naquela fala.

- Tranquilo, eu te desculpo. Eu também não estava prestando atenção no caminho.

- Hoje teremos o jogo de abertura dos campeonatos estaduais. Se você quiser ir, será aqui mesmo na faculdade. – Ele comenta.

- Não sou tão ligada ao esporte, porém, eu irei vir. – Falo.

- Espero por isso. Prazer eu sou Mathias Sanz. – Ele estica a mão.

- Eu sou Lily Campbell. – Pego na mão dele. – Agora tenho que ir Mathias Sanz.

TODA SUAOnde histórias criam vida. Descubra agora