Um mauricinho querendo cuidar de Jung Hoseok.

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A amanhã naquele início de terça-feira surgiu sobre a linha do horizonte ensolarado. Os raios solares penetravam pelos lugares e pontos não cobertos, e deixavam o ar cada vez mais abafado e quente. Muito quente. Os pássaros corriam de um lado para o outro, e as crianças após um longo tempo de escola voltavam para casa com os seus pais, além de que haviam poucas pessoas indo para o trabalho e, principalmente, voltando do almoço.

A rua daquele bairro de classe baixa estava quase vazia, com alguns senhores conversando e bebendo um pouco de soju, adolescentes matando aula e andando desgovernados pelos arredores, e donas de casa aposentadas limpando a calçada, não tendo mais coisa alguma para fazer. O cheiro da comida estava ótimo, afinal.

Hoseok olhava para os próprios pés enquanto caminhava lentamente, apenas pensando. O dia do Jung fora corrido, cheio de matéria, estudos, seminários e trabalhos, isto pois era o seu primeiro ano estudando pediatria e ele queria que tudo fosse perfeito; não queria ter nenhuma pendência com os professores, mas sim crédito com eles. Porém, mesmo que tentasse estudar como todos os outros alunos do curso faziam, Hoseok não tinha todo este tempo sobrando, já que pela manhã ele ia para a faculdade, voltava para casa e fazia o almoço, cuidava de Jeongin, dava um pouco de atenção para Minho, e ajudava Jungkook no conteúdo de fotografia — profissão no qual o Jung mais novo desejava seguir —, e então, para finalizar, quando o dia ia escurecendo, se arrumava para ir trabalhar no período da noite em uma lanchonete vinte e quatro horas para conseguir ganhar um dinheiro e finalmente voltar para casa.

Todo dia era a mesma coisa.

Exibindo um sorriso pequeno, arteiro, Hoseok lembrou-se de quando deu glórias aos céus por notar que Kim Taehyung, aquele riquinho metido à besta, não tinha ido para a faculdade. Era como se o Kim tivesse evaporado; não deu notícias, não apareceu e faltou na aula. O Jung ficou tão feliz quando não o viu pelos corredores que quase que imediatamente contou para SeokJin, que apenas riu, negando com a cabeça. Entretanto, por mais que deixasse a sua faceta denunciar que estava feliz por Taehyung ter faltado deixando-lhe em paz, a sua cabeça às vezes fazia-lhe se questionar para onde o loiro poderia ter ido.

"Uma balada, talvez?", Hoseok não acreditava que o Kim poderia ter ido festejar àquela hora do dia. "Então, quem sabe ele apenas decidiu não ir para a aula para ficar em casa como um zé ninguém?", o Jung próprio concordou com a cabeça, aceitando de bom grado tal hipótese.

Apressando os passos e olhando para o seu relógio de pulso, Hoseok notou que estava cinco minutos atrasado para chegar em casa. Lambendo os lábios, ele segurou com mais força a alça de sua mochila, e não demorou muito para conseguir avistar a sua pequena moradia, no mesmo lugar de sempre, no mesmo bairro de sempre. Querendo passar em frente à casa de sua vizinha, a famosa senhora fofoqueira, Hoseok suspirou fundo quando fora barrado por ela, já que a mesma chamou o seu nome alto demais para somente passar reto e depois informar que não tinha escutado.

— Olá, senhora Lee! Tudo bem? Precisa de algo? — Hoseok questionou, parando de andar e olhando para a senhora de bochechas rechonchudas, pele um tantinho enrugada e cabelos morenos em forma de uma cumbuca.

— Olá, querido. Vou bem, sim, obrigada por perguntar. — disse ela, acenando para o Jung, e se escorando em seu portãozinho esbranquiçado, perto da caixa-de-correio. — Arranjou um novo homem, foi?

Hoseok fez uma careta, franzindo o cenho.

— Como?

— Não precisa esconder, querido. Toda a vizinhança já sabe.

— Sinto muito, senhora Lee, mas do que está falando?

— Sobre o seu novo namorado, querido. Aquele que está em sua casa.

Universitário estranho.Onde histórias criam vida. Descubra agora