Jardim, quase Real

INTRODUÇÃO

Estava observando o jardim que temos cultivado, quando senti Sua presença ao meu lado.
Olhei para o Seu rosto que reluzia imenso amor e sorri.
Você segurou a minha mão e me incentivou a caminhar entre tantas árvores e flores.

Meu coração estava aquecido diante de tantas belezas criadas e moldadas por Suas mãos.
Me sentia feliz por, finalmente, ver que tudo estava mudando e se tornando aquilo que Você sempre sonhou para mim.
Mas, ao olhar para o outro lado, estagnei.
Senti meu coração acelerar e um bolo se formar em minha garganta.

As flores estavam destruídas. O gramado seco gritava por água. Não tinha árvores.
As primeiras lágrimas começam a rolar.
Eu percebi que estava diante da terra seca do meu ser. O lugar que mostra quem realmente sou.

Pecadora.

Você olha para mim sereno. Solta minha mão. Toca em uma daquelas flores mortas e, rapidamente, ela volta a viver.
Algo em mim volta a se encaixar.
Você pega, novamente, em minha mão, limpa as minhas lágrimas e, com terno amor, me olha.
E eu entendi que iria incomodar no início, mas, da terra seca, você faria jardim.

Meu coração ainda era deserto, mas Você me lembrou que eu aceitei a Sua presença e que, mesmo com a aridez, Você só pararia quando cultivasse, por completo, o meu jardim.
Quando eu, finalmente, florescesse.
Você me lembrou que o Seu tempo não erra e que um belo jardim demanda dedicação e, Você, está disposto a passar todo o tempo comigo para me ver reviver e reflorescer.

Você me abraçou, enquanto me via com medo.
Não houve nenhuma palavra.
Apenas o Seu toque e o grito da minha alma seca.
Eu preciso de Ti mais do que nunca. Preciso da Água da Vida.
Preciso florescer.

Cultive a esperança em mim.
Cave quão necessário for.
Arranque as raízes que me prendem longe de Ti.
Corte as folhas que forem preciso. Mas plante as flores da Tua salvação em mim.
Seja o meu Jardineiro.

Floresça em mim.

Ana D. Santos.