☂POV Maraísa
— Precisamos conversar.
Meu coração acelerado parecia estar cada vez mais próximo de sair pela minha boca.
Eu não sabia dizer se a bebida ainda fazia efeito e tudo não passava da minha imaginação, ou se meus olhos realmente estavam me mostrando a realidade:
Ulysses. Sentado no sofá. Com um buquê de rosas na mão.
Depois de encará-lo como se fosse uma assombração por tempo suficiente para assimilar que sim, ele estava ali, procurei palavras para tentar entender o que estava acontecendo.
— Primeiro, como você conseguiu entrar? Segundo, o que te faz pensar que é bem-vindo aqui?
Ele soltou um riso sarcástico, levantou-se e veio em minha direção.
— Caso não se lembre, eu ainda moro aqui, e por isso tenho uma cópia da chave. — olhei para sua mão direita e ele balançava o pedaço de metal que havia permitido sua entrada em meu apartamento.
— Obrigada por me lembrar que preciso ligar urgentemente para o chaveiro. — respondi.
— Eu vim em paz, Maraísa. — ele me estendeu o buquê de rosas. — São pra você.
Peguei as rosas de sua mão e aproximei-as do meu rosto. Aspirei o delicioso aroma e sorri.
A expressão de alívio tomou conta do rosto de Ulysses, como se ele soubesse que com esse gesto iria me ter de volta.
Bom, faça melhor da próxima vez.
Virei-me em direção a cozinha e fui até o lixo, onde joguei o buquê. Voltei a olhar para Ulysses, que agora observava a cena com um semblante surpreso.
— Já vi que vai ser mais difícil do que eu imaginava. — ele respondeu.
— Por que você não vai embora? São quase quatro horas da manhã. — falei.
— Eu sei, estou te esperando há horas. Inclusive, aonde estava até tão tarde?
— Sou eu quem faço as perguntas aqui. — respondi depois de contar mentalmente até dez. — O que quer comigo?
— Conversar.
— Sobre? Acho que não temos mais nada para conversar.
— Maraísa, eu sei que você não me quer aqui, mas você precisa me ouvir.
— Se sabe que não te quero aqui, então por quê se deu o trabalho de vir?
— Eu vim te contar algo. — ele respondeu.
— O quê? — perguntei.
— Hoje teremos aquele almoço com toda a minha família.
Merda!
— E você não poderia ter, sei lá, enviado uma mensagem me contando?
— Sei que não iria me responder, então fiz questão de vir pessoalmente.
Ele tinha um ponto. Eu realmente não iria respondê-lo.
— Achei que isso só iria acontecer na semana que vem. — respondi.
— Você está certa. A data oficial era só no próximo sábado, mas alguns tios meus não conseguiriam vir, então o único final de semana disponível para todos acabou sendo hoje.
— Ulysses, eu não vou sair daqui agora. São horas até chegar à casa de seus pais e eu ingeri uma grande quantidade de álcool para poder dirigir. Invente uma desculpa e vá sozinho.
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The Rain - Malila
FanfictionNoiva há 3 anos, Maraísa é pressionada pela família para se casar, porém a mesma começa a se questionar sobre seu relacionamento. E o que ela menos esperava era se apaixonar pela estilista de seu vestido de casamento. • Adaptação autorizada e origin...