Sonho de uma vida (dream of a lifetime)

CAPÍTULO ONZE

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As pessoas dançavam nas ruas livres sem se importarem com olhares alheio, elas não seguiam um passo específico, elas simplesmente se balançavam com a música. Às ruas estavam cobertas de confetes dourados e brancos, as crianças corriam com panos transparentes de cores diferentes nas mãos, simbolizando as boas vindas aos espíritos perdidos que vagavam sem rumo pela cidade. A comida era grátis, deixando os turistas curiosos e gulosos se banquetearem a vontade, fazendo com que comecem como porcos. As mulheres saiam de suas casas  descalças balançando seus vestidos finos que deixava a amostra até demais suas silhuetas, elas bebiam  até cairem, e riam alto como se aquela fosse sua última vez que iriam se divertir. Em uma outra rua você podia escutar várias cantorias, tambores e flautas, a festa na cidade só estava começando e só iria acabar na lua cheia a exatamente daqui a dois dias, . Quando cheguei em casa não encontrei minha família, eles tinham saí pra se divertir como todo mundo da cidade. Subi pro meu quarto e escorada na janela estava minha mãe, seu cabelo curto a deixava mais nova do que parecia ser, ela tinha lábios fartos e uma pele clara, diferente da minha que era beijada naturalmente pelo sol.  Ela  gesticula com as mãos pra que eu me sente, sei que será uma longa conversa, ela começa

____ Então você realmente veio pra ficar

Não foi uma pergunta, foi uma confirmação, eu não ia falar nada pra ela mas de alguma forma ela acabou sabendo que eu estava voltando pra cidade. Eu estava cansada de sempre brigar com ela, e tudo que eu queria era deitar e cair no sono como uma pessoa normal. Vou até a janela e me sento no parapeito cruzando os braços

____ É definitivo mãe, a gente já conversou sobre isso

Digo sem olhar pra ela, que ao contrário de mim me encara com aqueles grandes olhos negros acusadores dela

____ Você sabe o que eu penso sobre isso...

____ É por isso que você me seguiu até aqui ?

Agora quem a olha acusadoramente sou eu, ela não desvia seus olhos de mim, eles são frios e sem emoções, mas eu também vejo preocupação e eu sei que ela só está querendo meu bem, mesmo que não saiba o que "bem" signifique às vezes.

____ Essa cidade não é boa pra você, foi por isso que eu tirei você daqui

____ Eu sou bem grandinha agora mamãe, eu sei me defender

Ela me imita  sentando na janela e  toca em meus cabelos como sempre faz quando tenta nos acalmar em meio a nossa discussão, eu sei que ela também não quer uma briga, mas as vezes parece inevitável

____ Eu sei querida, e é isso que temo... temo que essa cidade leve você de mim, da nossa família...

___ Você fala como se a cidade fosse me amaldiçoar

Ela afasta seu toque de mim, percebo medo em seu olhar, ela fica em silêncio por um tempo, de forma  pensativa como se estivesse perdida no passado, eu a toco no ombro chamando sua atenção, minha mãe ainda tinha que fazer parte do conselho, e mesmo que não fosse minha avó tinha a obrigação de falar pra ela sobre tudo que estava acontecendo ali, eu sei que ela tinha proibido minha avó de falar qualquer coisa que tivesse relação com o conselho das casas pra mim,eu não estava preparada pra entrar de cabeça nessa liderança e não sabia quando estaria, mas eu tinha que saber sobre os jogos e eu sabia que minha mãe tinha acesso sobre isso. Ela se sobressai quando faço contato no seu ombro, me fazendo achar que o que ela estava pensando fosse muito além do que ela estava tentando transparecer.

____ Desculpa, não queria te assustar__ digo um pouco desconfortável

____ Tudo bem, eu não me assustei__ ela fala se afastando um pouco mais de mim