Sakura estava fazendo as trocas rotineiras dos curativos de Satoshi, e a cada dia que passava, mas esperançosa ela ficava com a recuperação do caçula. Há 4 dias Satoshi tinha sido transferido da ala da UTI para o quarto hospitalar de recuperação. Seus machucados e arranhões pelo corpo já estavam completamente cicatrizados, enquanto o corte profundo no rosto ainda terminava de cicatrizar — mas Sakura sabia que haveria uma cicatriz no local, começando na bochecha direita e transpassando o olho até a sobrancelha direita. Olhar aquela cicatriz a entristecia, pois Satoshi sempre tivera um rosto angelical, e aquela cicatriz o fazia parecer um garoto sofrido, que havia visto de tudo no mundo ninja.
Sakura tinha muito orgulho de suas cicatrizes pelo corpo, especialmente aquelas adquiridas em grandes batalhas onde ela fora vencedora. Mas aquilo era diferente. Satoshi não era ainda um ninja, e muito menos havia feito missões perigosas como tal. Ele era ainda uma criança, uma criança inocente que ainda estava aprendendo — de uma maneira mais lúdica — o que era ser um ninja.
Ele deveria estar aprendendo a controlar chakra, a lutar, a brincar, a saber trabalhar em equipe, a rir, a provocar os colegas e ser provocado — e não ver tão cedo o quão cruel pode ser a vida de um ninja. Tudo na vida deveria ser feito por etapas, baseadas em seu amadurecimento e crescimento, e ela sabia que uma etapa da vida de Satoshi tinha sido pulada, e ela precisava estar presente quando ele mais precisasse.
Daquele dia, Sakura não colocou outro curativo no corte em seu rosto, pois já não tinha mais nenhum risco de infecção, e também, já era hora deles se acostumarem a olhar aquela cicatriz antes que Satoshi acordasse e percebesse que todos a encaravam. E ela sabia que isso aconteceria.
Depois de tanto observar o corte em seu rosto, Sakura olhou o machucado em seu tórax, a segunda maior que tinha em seu corpo tão pequeno. A cicatriz que se formava ali não era tão grande, e provavelmente quando ele crescesse, seria escondida por pelos que ainda nasceriam no local. Olhar aquela cicatriz a fez se lembrar do susto que havia tomado há 4 noites quando Sarada saiu gritando do quarto dizendo que Satoshi estava engasgando.
"ALGUÉM", Sarada gritara em desespero pelo corredor, havia lágrimas em seu rosto tamanho seu desespero, "MÃE!"
Sakura, que estava descansando ao lado de Sasuke num quarto reservado para funcionários, ouviu os gritos da filha pelo corredor, e entrou em alerta com os gritos.
"Sarada, o que está acontecendo!?", Sakura, se desvencilhou de Sasuke e saiu do quartinho, abrindo a porta com tudo — sendo seguida por Sasuke, que acordou tão rápido quanto ela.
"EU NÃO SEI!", Sarada não conseguia parar de chorar quando viu a mãe entrar no quarto de Satoshi — tudo acontecia tão rápido, pois de repente, mais 2 médicos que estavam de plantão naquele final de noite correram para o quarto devido aos gritos que ouviram de Sarada.
"Não há motivo para tanta gente aqui dentro", apesar do clima pesado de desespero, Sakura estava completamente calma com o ocorrido. Sarada estava petrificada na porta, até notar uma mão em seu ombro, e ela não precisava olhar para trás para saber que era seu pai do seu lado.
"Está tudo sob controle", ela continuou, e mesmo falando aquilo, Sarada ainda via o irmão engasgando e movimentando o corpo sem parar, assustando-a ainda mais, "Isso vai passar", ela ouviu a mãe falar baixinho, e ela percebeu que a mãe conversava com Satoshi.
Quando os médicos que entraram no quarto se afastaram da maca de Satoshi, Sarada observou quando a mãe retirou um enorme cano de silicone que estava dentro da boca de Satoshi, e no momento que ela tirou completamente aquilo, o irmão se acalmou, e até mesmo tossiu um pouco de sangue depois de ter aquele enorme tubo retirado de dentro de si.
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The Massacre
FanficSasuke Uchiha nunca imaginou que passaria por aquilo novamente. Sakura Uchiha nunca imaginou que o único dia que ela deixou o filho ir sozinho a escola seria a última vez que ela o veria. Sarada Uchiha nunca imaginou que desejaria tanto dar um últim...