Capítulo 15 - Minha Preciosa

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"Inoue! Inoue!"

Inoue ouviu a voz da mãe a chamando pelo quintal cheio de orquídeas atrás da cabana onde moravam. Quando virou-se para trás, ela viu a mãe sorrindo em frente a porta de trás da cabana, esperando por uma resposta.

Ao correr para a porta para atender a mãe, ela viu um ninja com vestimentas pretas e com uma máscara preta que cobria todo o seu rosto — ela viu o momento que o ninja decepou a cabeça da mãe usando chakra com as mãos — e com aquilo, Inoue agiu por extinto.

Ela correu.

Adentrando na floresta ao lado de sua cabana, cheio de galhos com folhas verdes e amarelas — rico em flores de ipê — Inoue corria através dos troncos de árvores, fechando fortemente os olhos como se temesse olhar mais alguma coisa que ela não queria testemunhar — enquanto sentia que o ninja ainda estava a perseguindo. Quando ela abriu os olhos, ela se assustou.

Ela não estava mais dentro da floresta que ela tanto conhecia no País da Cachoeira. Ela estava dentro da Academia Ninja onde estudava há tão poucos meses, e o seu redor era ainda mais assustador.

Seus colegas estavam mortos pelo chão, uns pisoteados, outros mutilados e decepados — ela podia ver sangue escorrendo pelas paredes dos corredores das salas de aula, e quando Inoue fechou novamente os olhos, como se quisesse ignorar tudo ao seu redor. Ela pode ouvir uma voz rouca e perigosa.

"Não adianta se esconder"

"Eu vou achar você"

"E eu vou cortar dedinho por dedinho..."

Quando Inoue abriu novamente os olhos, ela estava dentro de um armário de metal, onde ela conseguia ver os pés do ninja mascarado através da fresta do armário. Ela sabia que poderia ficar escondida. Ela sabia como ocultar seu chakra. Não tinha como o ninja achá-la.

"Inoue! Inoue!"

Parecia a voz da mãe novamente, mas Inoue não conseguiu se concentrar na voz, ela estava com medo demais daquele ninja a pegar para prestar atenção em vozes.

"Achei você", o ninja parou em frente ao armário.

"Inoue!"

"Para!!", Inoue gritou, chorando e soluçando. E quando ela finalmente teve coragem de abrir os olhos, ela viu apenas uma luz levemente acessa, florescendo uma cor amarela sob seu criado mudo. Ela podia sentir alguém a envolver nos braços, e ao sentir aquele calor, tão necessário, Inoue deixou-se ser abraçada, ainda digerindo tudo o que acabara de acontecer.

Ela não vira a mãe ser decepada.

Ela não estava na Academia Ninja.

O ninja mascarado nunca a encontrou.

"Foi só um pesadelo, minha garotinha de neve, foi só um pesadelo", ela ouviu a avó murmurar em seu ouvido, suas mãos ásperas fazendo círculos em suas costas, passando todo o conforto que podia.

Minutos se passaram, até que Inoue se afastasse um pouco da avó, e ao se afastar, a avó limpou as lágrimas que estavam em seu olho com uma das mãos — fazendo com que Inoue sorrisse fracamente para o gesto.

"Obrigada, vovó", ela disse baixinho, olhando para o cobertor rosa de estampa floral.

"Quer que eu durma com você?", Ren perguntou a neta, sentindo uma dor imensa no coração por não conseguir protegê-la daqueles pesadelos. Se ela pudesse apagar todas aquelas memórias ruins em Inoue, se ela pudesse tirar toda aquela dor que sua única neta estava carregando, se ela pudesse trocar de posição com a neta, ela faria tudo aquilo de bom grado.

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