— Rose, vamos! Por favor — imploro pela terceira vez enquanto esperava ao lado da porta minha amiga terminar de se arrumar — Já se passaram quinze minutos!
Rose andava de um lado para o outro procurando algo.— Calma aí, já estou indo. Meu Deus, onde enfiei meu casaco? — Ela pergunta enquanto revirava a sua mala.
A encaro séria.
— Você tá usando ele, Rose. — Nos encaramos por alguns segundos e eu não consigo segurar a gargalhada — Meu Deus, você é doida.
Ela ri junto comigo, concordando com a minha frase.
— Tudo bem, tudo bem — ela ergue os braços em sinal de rendição — vamos então!
— Obrigada Senhor Jesus! — Agradeço enquanto ela trancava a porta do nosso quarto— Como você não ouviu o despertador?
— Bom, depois do seu pequeno conflito com o Mark, eu demorei um pouco pra voltar a dormir. Por isso não consegui acordar cedo, abençoada — Ela diz em tom de brincadeira.
Fico um tanto constrangida. Se não fosse graças aos meus resmungos, Rose teria acordado no horário certo.
— Me desculpa mesmo, eu tava muito irritada e...
— Tudo bem, Mary. Como eu te disse, poucos conseguem conversar bem com o Mark — Ela sorri e nós vamos juntas para o elevador — Mas ele é uma boa pessoa.
Ia perguntar de onde ela conhecia aquele garoto, quando as portas do elevador se abrem e damos de cara com ele ali, bem na nossa frente.
— Ah, bom dia — Ele cumprimenta Rose, e quando direciona o olhar pra mim. Por algum motivo ele parece segurar o riso — Atrasadas também?
Não digo nada. Apenas fecho a cara e olho para Rose, esperando que ela respondesse por nós duas.
— Bom dia, Mark! Sim, nós... — Ela olha pra mim percebendo minha expressão fechada e em seguida volta para Mark — Nós nos atrasamos um pouco...
Ele nos interrompe.
— Entendi. É melhor se apressarem, daqui a pouco teremos o primeiro culto — Ele guarda os fones de ouvido no bolso — Vim até esse andar para pegar alguns equipamentos da mídia antes de ir tomar o café.
Ninguém perguntou. Penso comigo mesma.
— Ah, entendi — Rose responde.
As portas do elevador finalmente se abrem para o andar que ele queria. Mark da espaço para nos acomodarmos melhor. Quando pensava que iríamos ficar em silêncio, ele continua:
— Só tomem cuidado para não ficarem no caminho de ninguém, ok? — Ele olha rapidamente para mim e as portas do elevador se fecham, assim deixando eu e Rose sozinhas.
Não consigo esconder a surpresa. Mas quem ele pensa que é pra ficar me falando essas coisas? Foi ele quem me machucou e...
— Mary, não leve a sério — Rose percebe minha frustração sem eu nem precisar ter dito nada — Ele só tá tentando te provocar. Aquilo já passou, não vale a pena se estressar.
Respiro fundo e percebo que ela está certa. É melhor eu perdoar de uma vez esse indivíduo e deixar isso pra lá.
— É verdade, não vale a pena — concordo e ela sorri.
Rose sorri também e muda de assunto:
— Bom, está animada para hoje? Vai ser um mover incrível!
— Com toda certeza! — Digo animada — Você sabe quem vai pregar primeiro?
— Provavelmente o pastor Samuel. Você nunca ouviu uma pregação dele, não é?
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Duas vidas e um propósito
SpiritualMary é uma garota cristã, com um grande testemunho e um coração apaixonado por Jesus. Após anos, um desse seus sonhos finalmente está sendo realizado: o trabalho em um campo missionário. Contudo, Mary não espera as situações inusitadas aguardando po...