_"Senhores passageiros chegamos ao destino. Bem vindos a Manhattan, Nova York"_
A claridade da janela me fez demorar alguns segundos para abrir os olhos completamente. Solto um longo bocejo e noto as pessoas se movimentando e pegando suas malas.
Caramba, eu dormi muito mais do que imaginava. A correria da viagem me deixou bem cansada.
Ainda meio zonza por causa do sono, me levanto, pego minhas malas, recolho meus fones e guardo meu caderno. Atravesso as enormes fileiras e olho para trás pela última vez. Será a primeira viagem de muitas.
Assim que desço do avião, demoro uns instantes pra me localizar naquele lugar. Nunca vi tanta gente num aeroporto.
— "Mãe! Quando vamos entrar nesse avião? Já estamos aqui faz mil anos".
— "Não faz nem vinte minutos que estamos aqui, Katie! Precisamos achar o seu pai" — Vejo a mãe passar aos passos rápidos arrastando a pequena garotinha que caminhava relutante.
_"Última chama para o vôo 795. Repetindo, última chamada para o vôo 795"_
— "É o nosso vôo Edward! Por que tanta demora pra levar essa mala? Ande logo com isso!" — Uma senhora corre desesperada em direção ao avião puxando seu marido que estava totalmente perdido.
— "Meu Deus, mãe! Sabe onde enfiei minha carteira? Não tô conseguindo achar na minha bolsa".
— "Não, não vi. Você por acaso viu meu celular? Já perguntei para o Adam e ele me disse que não está com ele"
—"Mas não é possível! Justo agora a gente não acha nossas coisas?" — Duas mulheres confusas caminhavam sem saber pra onde ir.
Não consigo deixar de me sentir tonta em meio aquele amontado de gente. Meu Deus, como eu vou sair daqui?
"Pai me ajuda" — deixo escapar um sussurro. Estava me sentindo agoniada com tanta gente no mesmo lugar.
Depois de dar várias e várias voltas, e novamente tropeçar em algumas pessoas, finalmente consigo sair daquele aeroporto. Solto um suspiro de alívio. Pego o papel com o endereço do lugar que deveria ir e consigo chamar um táxi.
— Nesse endereço por favor — dou o papel ao motorista. A preocupação de onde era o lugar desapareceu no minuto em que eu olhei para a janela do carro.
Os altos prédios, as ruas cheias de pessoas, os parques, as bibliotecas simplesmente gigantes que eu via nos filmes. Eu realmente estou aqui. Me senti naquela típica cena de comédia romântica em que a protagonista pega um táxi correndo para o trabalho enquanto toma um café. Nunca pensei que um dia realmente estaria vivendo isso.
Fiquei tão imersa admirando a beleza da cidade que não percebi o carro parando. O motorista me encarava do retrovisor como quem já estava esperando eu sair há alguns segundos.
—Ah, me desculpe! — entrego o dinheiro nervosa e abro a porta.
— Não tem de quê, senhorita. Eu a entendo, Manhattan é realmente encantadora — ouço ele rir baixinho — Tenha um bom dia e aproveite.
— É... Obrigada — Aceno com a cabeça e saio do carro envergonhada. Eu preciso urgentemente ser mais atenta e menos distraída com tudo.
Olho para frente do lugar e vejo a tão famosa casa dos pastores. Era exatamente o mesmo estilo daquelas casas típicas dos EUA.
Consigo ouvir um pequeno ruído de pessoas conversando e uma música tocando. E isso é cheiro de... Churrasco?
— Olá, bom dia! — vejo uma mulher sorridente sair de dentro da casa
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Duas vidas e um propósito
EspiritualMary é uma garota cristã, com um grande testemunho e um coração apaixonado por Jesus. Após anos, um desse seus sonhos finalmente está sendo realizado: o trabalho em um campo missionário. Contudo, Mary não espera as situações inusitadas aguardando po...