Capítulo 4

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Desço do ônibus e procuro pelo olhar de Rose, que estaria do meu lado por dois segundos se não fosse o tanto de pessoas saíndo do ônibus ao mesmo tempo. Demorou um pouco mais que o esperado para chegarmos devido ao trânsito. Essa cidade é realmente bem movimentada.

— Achei você! — A coreana aparece do meu lado com um monte de malas na mão — Pronta para andar desesperada de um corredor pro outro? — Ela tira do bolso a chave do quarto — Trinta e dois.

— Será que é num andar muito alto? — Me sinto um pouco tonta ao tentar contar cada um.

— Você não é muito fã de altura, né?— Balanço a cabeça negando — Pelo jeito nem de coisas com muita adrenalina.

— Nem um pouco. Lugares calmos em que eu posso ler um bom livro já é o suficiente.

Rose sorri e parece procurar alguém em meio aquelas pessoas

— Nossa, imagina então se você conhecesse o...

De repente ela fixa o olhar e abaixa o seu tom de voz. Um sorriso se forma em seu rosto e ela sai correndo sem mais nem menos. Pego a sua mala, meio confusa, e me volto para onde ela tinha ido.

Rose estava abraçando um garoto alto, de pele parda, cabelos ondulado com um tom castanho claro, um tanto rebeldes. Ele sorri e a abraça de volta. Mesmo sem nem trocarem olhares, percebi que a relação deles não era só de amizade. É, não tem como não dar um pequeno sorriso sem ver a felicidade desses dois ao se encontrarem.

— Mary esse é Augusto, meu noivo. Augusto essa é minha amiga, Mary.

Fico um pouco surpresa de início, não imaginava que Rose já era noiva.

— Prazer em conhecê-la, Mary — Ele me cumprimenta com um aperto de mão— De onde você veio?

—Prazer, sou do Canadá. — Respondo um pouco tímida. Conhecer pessoas novas certamente não é do meu dia a dia. —  E você?

— Canadá? Foi bem onde eu e Rose nos conhecemos — Eles trocam olhares — Que incrível saber que tem pessoas de tantos lugares vindo aqui! Sou do Brasil.

— Nossa, sério? Brasil é um dos países que sempre quis visitar — Fico animada em saber que estou conhecendo pessoas de praticamente todo lugar do mundo — Um dia espero ir para lá.

Somos interrompidos pela voz do pastor, que estava na frente do hotel junto com Sophia.

— Atenção pessoal! — O barulho das pessoas conversando vai diminuindo aos poucos — Irmãos, precisamos que se agilizem e procurem suas duplas para irem até os quartos. Amanhã nossa programação começará cedo, então preciso que os irmãos estejam bem descansados para o tempo precioso que vamos ter, amém?

— Amém! — Todos respondem em uníssono

— Se estiverem tendo algum problema para acharem suas duplas ou o número dos seus quartos é só falar comigo ou com a pastora. Tenham todos uma ótima noite! — O pastor se junta com sua esposa e os dois entram no hotel.

As pessoas a nossa volta vão pegando suas malas e se juntando com as suas duplas.

— Bom, eu e Mary precisamos achar nossos quartos — Rose pegou suas malas e abraçou Augusto — Até amanhã — Os dois sorriem e Rose me puxa para perto do elevador.

— Vamos antes que fique cheio de gente aqui — Ela aperta o botão várias vezes com impaciência — É  Mary, se você não gosta de coisas muito radicais imagina se conhecesse o Augusto. Ele já me levou pra cada lugar, ainda antes de fazermos a corte...

—Eu imagino... Espera aí, corte?

—Sim, a corte — Ela olha pra mim como se fosse algo óbvio — Nunca ouviu falar sobre algo desse tipo?

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