Capítulo 3 - Powerless 🖤🥀

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"Não tenha pena dos mortos, Harry. Tenha pena dos vivos, e, acima de tudo, daqueles que vivem sem amor." Alvo Dumbledore

Dinastia Joseon
1 de Dezembro de 1601

O casarão abandonado que ficava na floresta densa de Chungcheong estava repleto de velas acesas, cortinas grandes de um tecido grosso cobriam as janelas e qualquer local onde a luz do dia ultrapassasse.

No maior quarto da casa, uma mulher magra e de estatura alta, olhos vermelhos escarlate, cabelos lisos e pele branca como a neve olhava a janela pela brecha da cortina, seus dedos com unhas longas brincavam com a fresta de luz solar que invadia o aposento. Ao tocar sentia a pele queimar feito o fogo do inferno, como uma criatura das trevas, nada mais natural que a luz do sol fosse mortal para seu corpo, algo criado por Deus para aquecer os humanos e castigar as criaturas das sombras.

Mas nem mesmo aquela dor física seria capaz de suprir ou dar lugar a dor que invadia seu coração duro feito pedra: a morte de seu filho, morto pelo filho de um caçador chamado Jeon Ji-hoon. Dizem que vampiros não tem sentimentos, empatia ou apreço para com aqueles que dividem a mesma natureza sombria, mas para Kwon Nari isso era apenas uma desculpa para matar todos da sua espécie limitando-os ao rótulo de criaturas insaciáveis sedentas por sangue.

Nari queria que o velho Jeon sentisse a mesma dor que ela sente por anos, mas o mesmo se jogou na frente do filho para protegê-lo. Sentir o gosto do sangue de Jeon Ji-hoon foi bom, satisfatório, mas não o suficiente. Agora, cabe a Jeon Jung Kook pagar a conta, um filho por outro filho, certo?.

- O que está fazendo Nari? - Taehyung entrou no quarto puxando a mulher pelo braço - já disse para parar de se machucar.

- E já disse que você não manda em mim criança - Nari mostrou seus caninos e o tom escarlate em seus olhos se tornou mais intenso - agora solte o meu braço.

- Sabe que isso de impor sua autoridade não funciona comigo - o jovem sorriu ladino enquanto soltava o braço de Nari - até porquê nós dois sabemos quem manda aqui.

- Escuta aqui seu moleque idiota, eu fiz um favor em transmutar você - as unhas grandes apontavam o peitoral do mais novo - deveria ter te deixado morrer de fome.

- Mas não deixou - o Kim segurou sua cintura com posse - e sei por quê não fez isso, precisava de alguém para te ajudar com o ninho e eu era mais que capacitado - sorriu enquanto passava a língua entre os dentes.

- Kim Taehyung... se você não fosse tão útil, já teria matado você - Nari segurou o rosto do maior entre as mãos - além de ser ótimo na cama.

Taehyung riu alto pendendo a cabeça para o lado mascando um chiclete imaginário, uma mania que acabou adquirindo. Mania incrivelmente sexy.

Kim segurou na nuca de Nari a puxando para o beijo afoito, com raiva, posse e desejo, um desejo tão ardente quanto as chamas da lareira daquele aposento, a passos cegos jogou o corpo esguio em cima da cama onde os lençóis ainda estavam revirados da noite anterior, buscou o laço que abriria o hanbok da mais velha arrancando o tecido de seu corpo, apertou sua coxa enquanto beijava e mordia o pescoço alheio. Nari gemia enquanto ansiava pelo contato mais íntimo, mas parou ao lembrar do que havia ordenado ao mais novo.

- Você vigiou o Palácio ontem à noite? - a mesma indagou recebendo um olhar desdenhoso de Taehyung - me responde Taehyung!

- Sim, eu vigiei e deixei aquele feiticeiro de olho quando o nascer do sol chegou - respondeu enquanto enrolava os fios encaracolados em seus dedos - aquele coitado faria qualquer coisa para ver o pai.

Amor entre Sombras - Jeon Jung Kook Onde histórias criam vida. Descubra agora