Visenya respirou fundo uma ou duas vezes, alisou as saias pesadas do vestido vermelho e limpou as palmas suadas ao mesmo tempo, o cabelo normalmente preso em tranças estava solto pelos ombros em ondas de cachos que pulavam com o caminhar dela.
O trono de ferro ainda era imponente e grande, cercados das espadas dos inimigos do conquistador, fundido com as chamas do terror negros a muitos anos.
Era uma pena que Otto se colocasse a frente dele, com um discurso pomposo que derramou veneno sobre os ouvidos de Visenya, enjoativo e frio, trazendo um sentimento de ansia na boca do estomago dela que a fez querer vomitar.
O sentimento de sujeira subiu pela pele dela, lembrando-a constantemente que as pessoas do outro lado da sala do trono tentavam ativamente tirar deles seus direitos de nascença.
Veamond Velaryon começou a falar a esse ponto...
Como eles podiam tentar e ainda permanecerem tão resolutos e calmos? Sérios e compostos mesmo sabendo que tudo que eles estavam fazendo era errado? Traição no mínimo...
E a mãe dela, composta e controlada, se colocou de pé diante do trono sem se abater, com as mãos juntas a sua frente e sobre sua barriga inchada, com Deamon de um lado e Visenya do outro, ambos ladeando-a com suas espadas nos quadris.
"Isso é ridículo" Visenya resmungou em um sussurro
A mãe dela a olhou pelo canto do olho "Fique em silêncio" ela pediu
Deamon soltou um resmungo "Ela não está errada" ele sussurrou entrando na conversa
"Não a encoraje a soltar seu temperamento aqui" a mãe dela pediu
Deamon não discutiu, mas lançou um olhar por cima da esposa na direção de Visenya, um que dizia muito mais do que qualquer palavra que ele pudesse escolher.
Visenya assentiu, ouvindo quando a mãe interveio sobre o discurso de Veamond sobre o sangue dos Velaryon correndo em suas veias, mas mudando sua atenção para a prima Rhaena sussurrando no ouvido da Velaryon que ela deveria dar um passo para trás caso alguma violência explodisse no recinto.
Rhaena assentiu sem questionar, sabendo melhor do que ninguém da disposição do próprio pai de começar alguma coisa muito menos do que diplomática, mesmo diante a corte real.
Jace enviou um olhar questionador, mas Visenya não explicou, apenas deu de ombros e mudou sua atenção para a mãe.
Ela ouviu em segundo plano como Veamond explicou sobre seu sangue Velaryon, indiretamente sugerindo que o sangue dos filhos da princesa herdeira, o sangue de Visenya e seus irmãos, não possuía uma gota dos Velaryon.
Visenya, mesmo sendo a única que puxou um pouco dos cabelos do pai, não pode fazer nada estando na linha de sucessão do trono de ferro junto com Jace que era o segundo filho e homem, lutar por Driftmark estava mais do que além do seu alcance.
Isso era uma luta por Luke e sua herança, mesmo que ela soubesse que no fundo ele não desejava ser o senhor das marés, enquanto que por hora o que eles podiam fazer era rezar que o Serpente Marinha se recuperasse, e que eles pudessem impor suas posições diante a corte.
Ainda assim, Visenya queria arrancar o sorriso da cara de Veamond com um soco bem dado...
"Humildemente me ponho em sua frente como sucessor de meu irmão" Veamond disse, reverenciando a rainha e Otto
Alguma coisa esquentou nas veias de Visenya "Seu irmão nem morreu e você já o enterraria por ganância" ela resmungou alto demais para passar despercebida através da sala quieta "Questão de sangue o caramba"
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Blood of My Blood
Romance"Quando um Targaryen nasce, os deuses lançam uma moeda..." Visenya Targaryen, a mais velha dos filhos de Rhaenyra nasceu com a herança do sangue da antiga Valíria em seus olhos claros e cabelos cacheados da cor prateada como neve, bem como um temper...