Eu estaria em casa com você

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Quando Lucerys anunciou seu plano durante o café da manhã, recebeu reações mistas.
'Achei que poderia pegar Arrax e fazer uma patrulha', disse ele quando terminou de comer.
'Pode ser perigoso voar sozinho' Daemon estava procurando desesperadamente por uma oportunidade de voar, já que se sentia preso em Dragonstone há algum tempo.
'Pegue Aemond', ordenou a rainha Rhaenyra. Aemond ergueu os olhos de seu prato. Ele não apenas foi convidado para comer com a família de Lucerys, mas agora recebeu o sinal definitivo de que não é considerado um prisioneiro - ele pode ir aonde quiser. 'Tenho certeza que Vhagar não se importaria de esticar um pouco as asas dela.'
'Sua graça' Aemond curvou a cabeça graciosamente.
'E me sentirei mais seguro sabendo que Arrax tem um aliado tão forte ao seu lado.'

Eles estavam fluindo acima das nuvens delicadas. Vhagar estava movendo suas asas preguiçosamente para que Arrax pudesse acompanhar.
Eles estavam olhando para a Pedra do Dragão e para o mar que a cercava.
Aemond estava relutante em falar primeiro. Nas últimas noites, Lucerys apareceu em seu quarto em vários pontos da noite. Eles não praticaram mais beijos e a primeira noite estava começando a parecer um sonho febril que nunca aconteceu.
Mas ontem e anteontem Aemond permaneceu sozinho em seu quarto.
Lucerys não o visitou por algum motivo e ele queria entender o porquê. Mas isso significaria que ele teria que admitir que estava esperando. E isso não é algo que ele foi capaz de fazer.
Arrax voou um pouco mais alto para que Lucerys se encontrasse no mesmo nível de Aemond.
'Você está feliz por finalmente escapar de Dragonstone por um momento?' ele perguntou.
Não, ele não estava feliz. Tudo o que ele queria era saber por que Lucerys não foi até ele.
'É bom estar de volta ao ar', ele apenas respondeu suavemente.
'Você ainda está pensando em ir mais longe para encontrar a casa que você estava procurando?'
Lucerys queria que ele fosse? Foi por isso que ele não o visitou novamente?
— Você gostaria que eu fosse? Aemond perguntou com a voz trêmula. É por isso que você não quer mais ficar comigo?
— Por que você não veio ao meu quarto? provavelmente era a última pergunta que Aemond esperava ouvir. 'Eu pensei que você poderia querer. Eu esperei.'
'Você... queria que eu viesse?'
'Fui eu quem iniciou o contato e achei que você não queria continuar. Eu não queria me intrometer. Acabei de concluir que, se você quisesse minha companhia, viria.
Aemond teve vontade de gritar. Mas ele se recompôs apenas para dizer baixinho ao vento. "Nunca ninguém esperou minha presença."
Era difícil dizer se Lucerys ouviu ou não. Eles ficaram separados a maior parte do dia e não tocaram no assunto delicado novamente.
Quando a noite chegou, Lucerys estava deitado no tapete no meio de seu quarto. Quando ele era pequeno, sua mãe contratou um artista para pintar o teto para ele. Não era visível da cama por causa das cortinas, mas do chão a vista era deslumbrante.
A pintura retratava uma noite estrelada com linhas pouco visíveis das constelações valirianas. A luz das velas piscava e dançava sobre ele, de modo que todas as noites o teto parecia um pouco diferente.
'Você está com sono?' ele ouviu um sussurro tão baixo, quase irreconhecível pelo silêncio.
'Não' ele respondeu um pouco mais alto.
— Não me ocorreu que você pudesse estar querendo que eu viesse.
'Bem, eu te beijei.'
– Estávamos apenas praticando.
— No entanto, você foi meu primeiro beijo.
'Não era real.'
'As estrelas sobre nossas cabeças também não são reais. Mas isso não tira nada da experiência.'
Aemond estava deitado no tapete ao lado de Lucerys. O céu pintado acima era de tirar o fôlego. Tanto que Aemond sentiu uma lágrima escorrer por sua bochecha. A câmara estava cheia com a presença de Lucerys. Seu cheiro, suas roupas. E aquele teto era um símbolo de sua existência neste lugar que sobreviveria a ele.
'Você não está usando seu tapa-olho' Lucerys virou a cabeça para vê-lo melhor.
Aemond sentiu outra lágrima. Apenas algumas noites atrás, ele parecia ser aceito como um todo, incluindo seu olho que estava coberto de beijos. Agora ele se sentia nu e envergonhado.
— Você quer que eu vá buscá-lo?
'Não, eu quero que você jogue fora e nunca mais use.'
Aemond corou. Lucerys não estava condenando seu olhar. Ele o estava encorajando a ser ele mesmo. Sem capas.
Aemond virou a cabeça para o lado de Lucerys. Seus rostos estavam situados tão próximos que seus narizes quase se tocavam.
Os narizes. Os lábios. As mãos. Os olhos. Mal tocando.
Aemond se inclinou e deu um beijo nos lábios de Lucerys. Um selinho suave. Ele deu a Lucerys um pouco de distância para que ele pudesse decidir como reagir.
Mas seus lábios se encontraram novamente. Com mais paixão e desejo. Lucerys abriu ligeiramente a boca para que Aemond se sentisse bem-vindo. Suas mãos estavam em seus rostos. Acariciando as bochechas. Tocando os pescoços. Escovando pelo cabelo.
'O que estamos fazendo?' Aemond perguntou assustado. — Você está noivo e eu também.
'Aemond, você quer que minha mãe encontre um noivo para você?'
'Eu só quero...' ele fez uma pausa hesitante. 'Precisamos sequestrar meu irmão da Fortaleza Vermelha.'
'Não tenho certeza de como isso se encaixa nessa situação particular, mas com certeza, continue.'
'Minha mãe o fez rei, embora ninguém quisesse, incluindo ele. Há uma guerra esperando por nós só porque ele ocupa o trono que despreza.
— E você não acha que sequestrar um rei coroado só pode piorar isso?
'Não se minha mãe finalmente tiver a chance de ver que ela perdeu.' Aemond ficou em silêncio por um segundo. 'Você reconhece que a rainha Rhaenyra nos ajudaria?'
'Não' Lucerys sorriu no escuro. 'Mas Daemon vai.

Em meu coração, nós compartilhamos uma casaOnde histórias criam vida. Descubra agora