2 - Tem e Tankhun, um encontro necessário

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                        Trazer Joon Boom para sua vida foi uma decisão bem pensada, mas sofrida. Manter a criança longe dos amigos foi  uma escolha momentânea. Seu desejo era manter a criança segura e só depois ir abrindo para as pessoas sobre sua existência. 

                        Suas atitudes referentes ao filho passavam despercebidas para alguns e o único perigo que ele poderia temer era Porsche invadir sua privacidade, mas o amigo sempre foi desatento. Nem mesmo um sapatinho esquecido no carro ele conseguiu perceber. Jom foi o que descobriu logo e, diferente do que Tem esperava, o amigo entendeu que ele e Joon Boom precisavam estar bem familiarizados antes de conhecer outras pessoas.

                       Na verdade, mesmo sendo um um amigo desregrado, Jom se tornou guardião indireto do menino. Se Tem precisa sair e não encontra uma babá noturna, Jom vem e dá todo o apoio. Na verdade, Tem ficou meses sem ter ninguém, até que Time surgiu e balançou suas estruturas. O amigo, que a princípio não gostou de Time,  acabou por incentivar  os encontros. 

                   Uma relação leve e despreocupada, sem expor a criança, algo só para repor as energias. Mas, apesar de sentir falta de algo mais em Time, ele acabou se apegando ao homem. Até aquele dia. 

                  Então, depois de tudo, ele descobriu Tay tentando se aproximar dele, por algum demônio vingador que o assombrou e estava aberto um espaço em sua vida secreta. O filho estava em evidência. Como chegou, Tay saiu. Mas para o filho o tio um dia voltaria. Tem decidiu que aceitaria isso, mas não estava pronto. Algo se quebrou dentro dele. Seus medos expostos ao sol escaldante de Gobi.

                    De alguma forma ver Tay chorar ao se afastar de Boom, fez ele perceber que o homem não era um boneco vingativo, ele tinha sentimentos e Tem é humano, nega até a morte ter prestado atenção, mas foi tocado pelo amor do outro por seu filho.e

                      O olhar perdido e o rosto rosado e triste da despedida quase silenciosa mexeram com ele. Seu filho tão recluso e tão marcado pelas dores de sua antiga vida tinha dado espaço em seu coraçãozinho ao estranho. E se seu filho o amou era porque havia bondade em Tay, apesar de seu desejo de vingança. 

               Desde a tarde do quase rapto que Tay passou a viver dentro da casa deles. Não em presença, claro.  Mas a lembrança diária dele era o motor da vida do filho.  Tio Tay era algo vivo na cabeça da criança e quando ele estava com muita saudade, Tem abria o computador e deixava ele assistir as lives do outro.  

                Quando Tay foi a Roma, tem teve que comprar presentes e dizer que o outro mandou. Estava errado, ele sabia, mas não ia deixar o filho sofrer. A nova babá foi orientada a não levar a criança até a bendita praça e Joon foi convencido várias e várias vezes de fictícias viagens do novo tio.

               Aos poucos o filho foi cansando o pai e de repente era comum ele mesmo pensar no loiro com seu sorriso e desenvoltura a brincar com o filho e lhe sorrir.

               Tudo piorou quando precisou sair de uma reunião em que estava com Khun e correr até a escola. Boom tinha se machucado e não deixava ninguém chegar perto. Ele secou-se em vida ao ouvir o choro do filho ao fundo.

                Tankhun percebeu o desconforto e ele mesmo solicitou o adiamento da reunião e se ofereceu para dirigir para Tem.

                — Está nervoso, Tem. Vou levar você até seu filho.

                 Tem gelou. Antes que ele dissesse algo, Khun completou.

                — Tay não me disse nada. Eu sei por detalhes. Uma marca de mão em sua roupa impecável. Um giz de cera escapando de sua pasta. Um post it com carinha de gato que sumiu de repente de seu tablet... Tentei tirar algo de Tay depois dessas pequenas descobertas, mas ele me chamou de louco. Entenda que Porsche e Kinn são os desatentos da família, eu só me faço.

The Sweet Revenge   #TemTayOnde histórias criam vida. Descubra agora