4 - Sweet Family

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                              O dia correu em suspenso. Nada de novo na vida do homem de cabelos escuros que de seu escritório observa a cidade aos seus pés.    Bangcoc o seduz, seja de dia seja de noite. Pensou em tantas coisas ali, nos parcos minutos de paz do seu dia. Analisou sua agenda. Reviu suas atividades. Conseguiu resolver o que precisava e mandou um recado para o sócio avisando-o que ia para casa ver a família.

                           O outro avisou que o sobrinho ia dormir em sua casa. Tem sorriu feliz. Era maravilhoso ter isso com Jon. Ele é poucos anos mais velho, mas mesmo assim cuida de Tem com carinho como se muitos anos os separassem. Jon é aquela coisa  doce fora de hora que lhe adoça a vida.

                         Por falar no filho e em coisas inesperadas, pensou em outra coisa fora de lugar, afinal, desde cedo Tem está estranhando o silêncio. Primeiro em casa e agora no escritório. O telefone não tocou nenhuma vez com Tay chamando-o para algo ou o filho querendo algo novo. E eles estão juntos há tempo suficiente para saber que isso não é normal ou bom. Os dois estão aprontando em suas costas. Ah se estão!

                        Olhou para o relógio de pulso, o último presente do filho e sorriu. Hora de escapar do trabalho.

                        Quinze horas... Passar em uma padaria e pegar pão, hábito que os três adquiriram na França. Pães, queijos e vinho, para Joon Boom, extrato de uva. O pequeno ama. Desfila com sua taça, uma réplica segura das que os pais usam e brinda com as visitas.

                        Tankhun que providenciou o mimo. Não há nada que o tio não faça pelo sobrinho. Khun, Ken e Big surtam pelo garoto e se não é Tem, o menino acaba conseguindo o céu embrulhado como  presente.

                       Fuga efetuada com sucesso. Pão e frios comprados. Voltou feliz para casa e notou que Tay não estava em casa. A minivan, que ele anda usando nos últimos dias, não está na garagem.

                      Entrou em casa e enviou um recado para o escritório, avisando para o contactá-lo se precisassem.

                     Marshmallow, que dormia sob a bancada principal, abriu os olhos e quando viu Tem correu para ele. Ganhou abraço e carinhos, um petisco que o seu humano preferido tinha trago da rua e voltou para sua almofadinha, afofou-a e deitou nela, esquecendo-se do mundo.

                     O dono do gato esperto foi para a cozinha. Guardou o que pensava fazer parte do lanche e separou os ingredientes do jantar.

                     Uma hora depois, legumes cortados, arroz programado para cozinhar sozinho, carne     marinando, ouviu a porta abrir e a voz do marido controlar o filho:

                     -       Vá devagar, mon petit, seu pai não vai virar fumaça.

                    -       Eu quero que ele me veja, papai!

       .           -        Vai devagar. Se Marshmallow vir correndo vocês dois se machucam!       -     A voz meiga de Tay se move pela casa, preocupada.

                     -       O que vocês aprontaram?      -     A voz de Tem os alcançou desde a cozinha.

                     -      Quem disse que aprontamos, papai?

                      -        As seis horas que os dois não me ligam me contam que estão aprontando, claro.

                        Tay entrou primeiro na cozinha. O rosto lindo emoldurado por cabelos loiros e desfiado, com as pontas com luzes que davam um tom acinzentado ao comprimento.        A roupa era nova. Uma blusa negra, quase transparente, com bordados verticais também negros. A calça era de corte moderno e deixava o corpo do homem ainda mais bonito. Tem mordeu a língua e molhou os lábios. O marido estava estonteante.

The Sweet Revenge   #TemTayOnde histórias criam vida. Descubra agora