[5 de dezembro. Estádio 974. Doha, Catar.]
Após uma série de entrevistas e comemoração, os jogadores da Seleção Brasileira encontram-se no vestiário para arrumar o local e voltar ao hotel.
Após um banho, o camisa 9 encosta em uma das paredes do ambiente e conecta seus fones de ouvido ao seu celular. A melodia se inicia, e logo Richarlison identifica o que está ouvindo. Ele dobra as pernas e esconde seu rosto entre seus joelhos, cego pelas lembranças.
Pelo canto dos olhos, o loiro percebeu a chegada de seu amigo Vinicius.
- Richa, ainda tá nessa? Você brilhou, cara, curte um pouco.
Sem virar ao menos virar o rosto, Richarlison ri quando ouve a pergunta.
- Irmão, o destino tá gozando com minha cara. Eu pedi ele em namoro com essa música.
- Por que você não se resolve com o Son? Pelo menos diga o que sente. É estranho ver vocês juntos no campo.
- É muito papo, cara, esquece. Eu tomei minha decisão. Não posso voltar atrás.
O jogador mais novo encara o amigo, que apenas mantém a mesma expressão apática no rosto. Vinícius sorri de forma reconfortante e sai após colocar a mão no ombro de Richarlison, pois sabe que palavras não ajudarão o loiro neste momento.
O técnico do time surge na porta do vestiário para chamar os garotos, então Richarlison obriga seus devaneios a se dissipar conforme caminha isolado pelo corredor. Apenas para que se possa ouvir, o atacante cantarola baixinho:
- Quero a luz dos olhos meus na luz dos olhos teus sem mais lará-lará...
[Quarto de Heung-min, mesma noite.]
Apesar de triste com o resultado e preocupado com a recepção em seu país natal, Son sabe que fez o seu melhor. Ele deu tudo de si. Como um bom capitão, o jogador coordenou o time e animou os seus companheiros mesmo quando os esforços pareciam inúteis. Ele nunca desiste. Pode até se arrepender de algumas jogadas, mas seu interior está tranquilo pois perdeu de forma honrosa.
Mas de qualquer forma ele não ganhou. Novamente, perdeu algo importante por causa de uma mesma pessoa.
Com tais pensamentos, o jogador retira a máscara de romã do rosto e senta-se na cama, ligando a TV. O jornal mostra uma análise completa da derrota de seu país. Frustrado, Heung-min desliga o aparelho e busca seu celular para poder se distrair.
Antes de localizar seu dispositivo, ouve batidas à porta.
- Hyung, é o Gue-sung. Posso entrar?
- Claro, Cho. Um segundo e libero a porta.
Desperto, Son organiza seu quarto rapidamente e corre para a entrada enquanto ajeita o roupão em seu corpo. Seu companheiro está segurando uma sacola com bebidas alcoólicas catari, e sorri quando percebe que o capitão vê o que está em suas mãos.
- Vamos relaxar, hyung. Nós merecemos.
Sem intenção de refutar, o mais velho abre espaço para seu amigo entrar. Logo depois de colocar as garrafas sob a mesa de centro, Cho tenta distrair o mais velho.
- Deixa de ser corno. Se anime ou trate de sofrer pelo nosso real problema, a desclassificação. Homens só poluem a mente.
Son Heung-min ri sinceramente pela primeira vez em semanas, e agradece ao céus pela espontaneidade de Cho. Dividiu o tempo por um período de sua vida com alguém não monótono, mas agora precisava recuperar-se e voltar a viver como era antes de seu amado.
[7 de dezembro. Hotel The Westin. Doha, Catar.]
Pelo fuso horário da cidade, o relógio não marcava nem 6 horas da manhã. A claridade das janelas de Richarlison apenas o impulsionam a pular da cama e ligar para o quarto do seu amigo mais próximo.
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GANADARA • richarlison + son heung-min
Fanfiction[EM ANDAMENTO] Na vida, muitas escolhas hão de ser feitas. Em alguns casos as opções são incríveis, mas em outras é preciso escolher o ruim ou o pior. É assim que se sente Richarlison. Mesmo que esteja cheio de problemas, o garoto ainda se arrepende...