Projeção

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point of vision Melanie

Sinto uns calafrios ao redor, fazem meus pelos arrepiarem. Katherine já saiu faz um tempo, mas realmente estou pensando no que aconteceu no lago.

penso um pouco na pedra, sei que Katherine disse para não sair daqui, mas a pedra da lua está logo ali, não sei se devo ir.

_Mas e se tudo isso tiver a ver com Celina? Se for um chamado dela? Preciso ir até lá._

Crio coragem e me levanto, voltarei antes que Katherine perceba minha ausência.

Chego perto da pedra e aparentemente de longe não vejo nada, suspeito que já seria 16h12 da tarde, me aproximo sempre olhando aos arredores, me encosto de costas para a pedra e sento na grama, passo os dedos pela grama, sempre úmida, macia, nenhuma formiga ou coceira, apenas uma grama magicamente confortável.

-É a magia. Mantem a grama assim.

Escuto uma voz que me arrepia por inteira, me levanto como um pulo de um gato. 

Vejo uma mulher incrivelmente linda na minha frente, olhos verdes que brilhavam mesmo no dia, cabelos longos escuros e cheios, mas seu olhar era de dor, olhar pesado demais para encarar.

-Celina?.. - Pergunto com tanto receio que saiu quase inaudível.

Ela não me olha nos olhos, encarava a grama.

-Gaya falava que era a magia do amor que mantinha a floresta.

-É mesmo você?! Meu Deus eu não acredito nisso, será que estou alucinando novamente?

Pergunto tentando me fazer sentir real.

-Deus... Tenho muito que conversar com Ele.

Celina fala olhando para ao redor.

-Eu nem sei por onde começar a falar, eu tenho tanto pra te perguntar, nossa eu estou tendo uma epifania..

Falo extremamente fora de mim.

-Criança. 

Me concentro em Celina.

-A dor que eu senti, quando vi meu próprio amor ir embora. Minha mãezinha Gaya, vovó Marga, meu solzinho Ysis. Estou vazia.

Eu consigo sentir a dor em cada sílaba que ela solta.

-Eu achei que a maldição tivesse sido quebrada, achei que Ysis tinha cumprido. Mas é bem mais intenso que uma linhagem de bruxas. 

Me sento de frente a Celina. Apenas escuto.

-O amor, me machucou tanto, tanto, tanto.

-A gente estava tão perto, perto de sentir o céu, as estrelas, toda vez que me lembro daquela noite, lembro da dor que foi escutar o pescoço de Ysis naquel...

Celina começa a chorar com uma tremenda dor. Não consigo falar nada, me sinto anestesiada.

-Hm... Eu não tive como quebrar o fim da maldição, porque tem a ver com amor, o amor corrompe tantas pessoas ao decorrer dos anos, séculos, é uma praga inofensiva, corre pelas veias, chega ao coração, contamina todo o cérebro. 

Celina olha para ao redor novamente.

-A garota que trouxe contigo, sabe o que ela é né?

-Katherine é alguma bruxa?

Pergunto.

-Ela é um receptáculo.

-Como assim? -Pergunto confusa.

-Você vai entender ainda, mas escute bem o que te digo criança, a maldição, deve ser quebrado o amor.

-Ainda não entendi.

O sol negro - Parte final.Onde histórias criam vida. Descubra agora