it hits different this time

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wenclair (wednesday + enid) same universe — it hits different this time. 

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Uma chuva com trovões era quase que um evento diário na escola Nevermore. Os excluídos já estavam acostumados com os clarões no céu, os corvos desgovernados tracejando rotas aleatórias no ar em puro desespero e o consenso irrefutável sobre eles permanecerem nos quartos. Depois do ataque do Hyde contra Wednesday e das reais intenções de Thornhill sendo descobertas, a melhor decisão dos residentes de Ophelia Hall fora permanecer ali até que as coisas se acalmassem. 

Afinal, Tyler podia ter sido preso, mas ainda existia. E só não tinha finalizado seu trabalho com Wednesday graças à Enid, que após se transformar em loba, havia salvo a amiga no último momento. 

E sobre Wednesday e Enid, bem, as coisas estavam meio… estranhas. Elas não sabiam como se comportar após o máximo de contato físico que puderam chegar desde o início da amizade delas: um abraço. E o que era mais chocante: Enid havia abraçado Wednesday, de primeiro momento, mas ela havia retribuído, e estava em uma perfeita confusão por tê-lo feito. Mas a mente delas estava, indubitavelmente, uma bagunça

Enid tinha seu início de relacionamento com Ajax. Wednesday, por sua vez, tivera um vislumbre de uma relação com Tyler. Mas, depois de todas as sensações que aquela fatídica noite trouxera para as meninas, elas não conseguiam entender mais nada. Agora, ambas de banho tomado e aconchegadas nas respectivas camas de solteiro, não conseguiam ceder à necessidade de um sono proveitoso.

Enid estava estática na cama, agarrada ao cobertor como se dependesse daquilo para respirar, se é que era possível o fazer. Não sabia o que Wednesday estava pensando, e temia apenas imaginar o quê. Tinha medo de ter conhecimento sobre o que aquela menina tão intrigante guardava para si. E se assombrava ainda mais ao divagar sobre um dia a garota descobrir que Enid também tinha um lado estranho como ela. 

No entanto, tratava-se de um estranho um pouco mais diferente. Talvez porque Enid apreciava até de mais o carinho imanente que Wednesday sentia por si. Talvez porque Enid gostava de estar sempre por perto de Wednesday, como se necessitasse da presença dela para sorrir, mesmo quando ela não fizesse o mesmo. Ou talvez porque sentia que Wednesday precisava dela, mesmo que ela não o pedisse verbalmente. No entanto, tinha Ajax, que era um tonto que no máximo lhe admirava pela beleza e fofura. Todo mundo era assim consigo. Menos Wednesday. Com ela era… diferente

Desde a conversa com Ajax, na qual eles analisaram o relacionamento entre espécies diferentes de animais, o primeiro pensamento de Enid foi Wednesday, mesmo estando com ele. E vem sendo todos os dias, desde então. Pois Enid acreditava que, por mais diferentes que elas fossem, seus corações poderiam convergir entre si. Em um único propósito, em um único desejo. Em uma relação forte, que só elas entenderiam. Mais intensa do que qualquer outra. 

Wednesday, portanto, não compreendia o que havia sido aquele calor quando teve Enid em seus braços horas atrás. No início, desprezava a todos, pois nunca precisou de outra companhia sem ser a própria. Mas, desde que havia conhecido Enid, parecia que a presença da menina fazia parte de si mesma. E tinha medo de que um dia alguém tirasse aquela presença dela. 

Então, cercou a menina com os braços da forma mais segura e desesperada que pôde. Os olhos azuis cristalinos cintilando diante de sua visão, indicando lágrimas. Enid era bem mais emocional, e por mais que Wednesday considerasse a emoção como um sinal de fraqueza, não achava Enid fraca. Pelo contrário, ela era a menina mais forte que conhecia. 

E com aquele contato, percebeu que nunca havia sentido algo tão reconfortante, caseiro e… certo. Abraçar não fazia parte de sua linguagem corporal, mas, quando se tratava de Enid, ela poderia concordar com esse novo costume. Wednesday poderia se acostumar com a ideia de Enid não ter olhos para Ajax, Yoko ou qualquer outra pessoa. Na verdade, ela desejava que fosse assim. E desejava poder experimentar aquele abraço outra vez. E mais outra. Talvez infinitas vezes. 

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