MAX podia sentir a brisa em seu rosto enquanto as rodas do skate conduziam o seu corpo. Ela estava numa pista que ela nunca havia ido, mas que era familiar de alguma forma. Era um lugar grande e cheio de gente, e a sensação do sol encostando em sua pele era maravilhosa. A pista era colorida, cheia de pinturas e ornamentos, e era impossível não sentir uma paz no coração sempre que olhava as figuras no chão. Max não andava de skate desde a morte de seu irmão mais velho, Billy, há mais de dez anos. Depois que família Hargrove-Mayfield se mudou da Califórnia para Hawkins, Max abandonou tudo o que representava sua terra natal, em busca de livrar daquela dor, e o skate foi uma dessas coisas. Agora, o skatismo era apenas uma lembrança, enfiada no pequeno armário de memórias dela. Ou, pelo menos, era.
Aquilo tudo era tão libertador e estranho. Ela estava ali, fazendo manobras e se divertindo como há muito tempo não fazia. A cada vez que ela tomava um impulso com o pé direito, se sentia mais livre. Max definitivamente tinha muitas boas lembranças da adolescência, e estar naquele lugar era como encontrar a paz no meio do caos que andavam sua vida e seus pensamentos. Ela ficaria lá para sempre, não fosse uma voz familiar lhe chamando, insistentemente.
— Maxine. Maxine. Maxine! — diz a enfermeira Angela e, ainda um pouco tonta, Max acorda e percebe que não estava numa pista de skate, mas sim na sala de descanso dos médicos do hospital, no meio de um plantão. — Precisam de você na sala de tratamento 6.
— Ah, Deus. Quanto tempo eu dormi?
— Uns seis minutos. — diz a enfermeira saindo pela porta. Max levanta rapidamente e a acompanha até os corredores do hospital.
Ao chegar na sala de tratamento indicada pela enfermeira, Max fica surpresa com o que vê. Em vez de um paciente com cólica por causa de pedras no rim, ela encontra seu — não tão agradável — colega de trabalho, o Dr. Henry Creel, saindo do local com aquele ar de superioridade que ela odeia. Ao vê-la, ele diz:
— Dra.Mayfield, a que honra devo a sua presença? — ele diz, cada palavra explodindo em ironia — Pode deixar, já resolvi tudo por aqui. Da próxima vez, seja mais responsável e não cochile no meio do expediente.
— Ah, muito obrigada Dr.Creel, e me desculpe — ela diz, forçando um sorriso. Ela estava se controlando para não apertar o pescoço dele com as duas mãos — Não vai se repetir — ela completa, tentando controlar a raiva. Ela caminha em direção ao outro lado do corredor, dando graças a Deus que ele está indo pelo lado oposto.Henry Creel não era nem de longe um profissional exemplar. Concorrente de Max para a vaga de clínico geral, ele não fazia nem metade do que a jovem fazia por todos aqueles pacientes. Enquanto ela fazia plantões de mais vinte e quatro horas tendo a maior paciência do mundo e se preocupando de verdade com os pacientes, Henry só sabia falar de quando iria trocar de carro ou comprar um celular novo. Ele mal olhava na cara de todas aquelas pessoas, que estavam em seu estado mais vulnerável.
Maxine estava dando tudo de si e mais um pouco naquela residência, e não suportava o fato de aquele cara medíocre achar que podia lhe ensinar como trabalhar.
Depois de mais de vinte e quatro horas de plantão e dois pedidos de casamento do paciente idoso da sala de tratamento 2, Maxine estava esgotada. Entre infecções urinárias, gastroenterites e exames de raio-X, ela mal tinha tempo pra comer sua salada, que acabou indo parar na mão da enfermeira Barbara.
Enquanto andava apressada pelo corredor, ela tinha seu celular prensado entre o queixo e o ombro, as mãos segurando uma caneta e uma prancheta cheia de papéis de alta de pacientes.
— Não se preocupa, On — ela diz, ao telefone — Não vou furar dessa vez, juro.
— É bom mesmo, porque esse cara é legal, e você precisa aproveitar a vida um pouco! Você só fica no trabalho! E eu não passei a tarde toda fazendo lasagna pra nada, né? — responde a voz no telefone. "Onze" ou Jane era a irmã mais velha de Max e, como de costume, estava tentando cuidar da caçula e dando uma de cupido.
— Só espero que não seja um psicopata ou sei lá — responde Max — E olha aqui, eu aproveito a vida sim! Sabia que eu fui pedida em casamento hoje duas vezes?
— Ah tá, por um paciente da emergência que provavelmente está dopado de remédios e não tem a menor noção do que tá falando? Pelo amor de Deus, Max!
— Você é muito chata, sabia? Te vejo às sete! — diz Max, ao mesmo tempo que avistava o chefe do departamento caminhando em sua direção — O meu chefe tá vindo falar comigo, tenho que desligar, beijo!
— E você é mais ainda, beijo! — diz Jane, antes de Max encerrar a ligação.
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E SE FOSSE VERDADE? • Versão Lumax
Fanfiction[Adaptação do filme "E Se Fosse Verdade?" para o casal Lumax, de Stranger Things] Lucas Sinclair é um arquiteto devastado pelo luto. Após perder a esposa repentinamente, ele decide se mudar e aluga um apartamento na pequena cidade de Hawkins. Cé...