CAPÍTULO 5 - Don't Regret

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Pra ser bem sincera, eu não tinha medo do que o Léon se tornaria, mas Edward estava bem preocupado com tudo. Eu meio que entendia meu filho porque eu tinha a necessidade de fazer o mesmo, de humilhar as pessoas, de colocar elas pra baixo, não era apenas uma questão de capricho, era apenas uma questão que eu nasci assim, sempre fui assim, e não vou mudar mas vou pelo menos diminuir.

Edward se achava pior do que ele realmente era. Edward era assombrado pelos fantasmas do passado, diferente de mim, que ria dos fantasmas do passado. Ele tinha esse fogo no olhar, ele gostava de explodir também, ele gostava de foder com as pessoas, mas era algo mais superficial, e ele não estava orgulhoso disso.

Eu adorava o Edward pela forma que ele nos mantinha em equilíbrio, pela forma que ele me salvou de uma vida ridícula e patética. Eu não sabia falta mais daquilo que ficou pra trás, e sabia que construir uma família com o Edward não era sinal de que eu tinha perdido, e sim, sinal que eu tinha apenas crescido e amadurecido.

Bati na porta que estava aberta, pedindo pra babá sair e o Léon me olhou com um sorriso. Seu sorriso ainda se formando, ele tinha esses olhos verdes penetrantes.

- Oi meu amor. - Sorri indo até ele e sentando no chão ao seu lado. Ele brincava de algo aleatório. - Como foi o seu dia?

Eu tinha chegado em casa fazia pouco tempo, e eu e Edward combinamos que eu ia conversar com ele essa noite.

- Oi, mamãe. - Ele saiu da sua brincadeira e veio me abraçar. Dei vários beijos nele, o fazendo rir.

- E então, não vai me contar como foi o seu dia?

- Foi legal. - Ele sorriu.

- Gostou da nova escola?

- Sim, tanto faz. - Ele deu de ombros.

- Como assim tanto faz?

- Eu sinto falta dos meus amigos. - Ele disse um pouco triste.

- Isso é outra coisa que quero falar com você. - Ele me olhou curioso. - Você sabe por que está em outra escola?

Ele assentiu olhando pra baixo.

- Querido, eu estou falando algo com você. Por que você não olha pra mim? - Eu pedi e ele me olhou com seus olhos com uma cor viva. - Então, você sabe não é?!

- Sim, mamãe. - Ele disse me olhando desconfiado.

- Você sabe porque fomos chamados na sua antiga escola?

- Sim, por conta do Thomas.

- Só por conta do Thomas ou por sua causa também?!

- Por minha causa também. - Ele falou triste. - Mas foi ele que me machucou.

- León, você sabe que as palavras machucam não é?! Não são apenas coisas que fazem a gente sangrar ou coisas que doem que machucam, na verdade, muitas vezes esses machucados podem ficar bons depois de colocar remédio, de curativo, mas tem vezes que as palavras ficam machucando a gente por muito tempo e não tem curativo que dê jeito.

- Eu não sabia disso, mamãe. - Ele disse interessado no que eu falava.

- Se eu disser pra alguém que ela é feia e chata, ela pode não acreditar mas ela pode acreditar tanto nisso que nunca mais vai se sentir bonita e legal de nov.

- Ahhh.

- É sim, e você é um bom garoto. Você sabe que a gente não deve machucar as pessoas, nem com coisas nem com palavras. Você sabe que machucou o Thomas com palavras não é?! E se ele realmente acreditar que o pai dele não gosta dele?

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