CAPÍTULO 2 - Baby Steps

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Entrei no estabelecimento entregando o sobretudo bege para a hostess e informando o nome da reserva e logo fui levada para a mesa.


Aquele era um restaurante não muito famoso, mas bastante aconchegante e com um ótimo menu. Eu e Edward sempre íamos quando queríamos comer o melhor da culinária alemã.


- Você está linda. - Ele levantou me dando um beijo para logo me ajudar a sentar. - E gostosa. Pelo visto você está aproveitando enquanto ainda não saiu rolando. - Ele riu mas não achei graça.


- Só você está rindo aqui.


- Não fique assim. - Ele pegou minha mão sobre a mesa. - Você sabe que vai ser a grávida mais gostosa de todas.


- Quando eu realmente estiver rolando você vai ter que dizer isso.


- Pode deixar. - Ele apertou minha mão. - Como foi o resto do seu dia?


No começo da manhã de hoje nós fomos para a consulta que Edward tanto queria. Tinha que reconhecer que o Dr. Theodor Bausch era um ótimo ginecologista e obstetra, fazendo todos os devidos exames e passando outros. Mas no mesmo dia fiz um para confirmar que eu estava nesse estado, e está mais que confirmado. Na maior parte do tempo, ele me fez perguntas e tirou minhas dúvidas médicas. Ele respeitou, não começando a falar como um imbecil nos chamando de "papais de primeira viagem" ou de "mãe". Eu teria batido aquela vagina de gesso na cabeça dele.


- Ótimo. Já fiz todos os exames. Agora é só esperar os resultados.


- Que bom. Queremos ter certeza da saúde dos dois. - Ele sorriu para depois o garçom nos interromper e ele fazer nossos pedidos.


Edward estava diferente. Ele foi o que mais amadureceu. Ele sorria mais, ele fazia terapia e tomava seus remédios para depressão. Ele tratava as pessoas melhor, e seu ódio diminuiu, mas ainda existia aquela chama em seu olhar esperando apenas um pouco para inflamar tudo. Ele estava indo bem, diferente de mim.


Eu continuava a mesma, apenas um pouco melhor. Eu me recusava a fazer terapia ou qualquer outro tipo de coisa, onde pessoas iam fingir que me conheciam. Eu tratava as pessoas menos mal, mas continuava com aquela vontade de explodir e humilhar todos que me irritassem ou ficassem no meu caminho. Às vezes eu ficava cansada de mim mesma, mas ao mesmo tempo eu não queria mudar. Mas agora, eu sei que vou precisar mudar pelo menos um pouco do que sou. Pelo bem da criança. Eu ainda não consigo chamar ela ainda de outra coisa sem ser criança.


Nós ficamos conversando banalidades até nossos pedidos chegarem.


- Você já pensou sobre o sexo ou o nome? - Ele perguntou.


- Não, não pensei sobre nada além de como eu vou lidar com tudo.


- Eu acho que vai ser uma menina com grandes olhos castanhos como os seus e esse nariz fino e prepotente, vestindo um pequeno vestido preto Chanel, de laço branco, fazendo esse biquinho que você está fazendo agora e tendo as pessoas em suas mãos. - Ele riu mas fiquei parada.

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