As circunstâncias causadas pela ganância do ser humano faz Akylla sofrer dia após dia no cubículo em que fora enjaulado. A única coisa que lhe faz escapar da realidade, é ocupar a sua mente com suas melhores lembranças, que o fazem recuperar a fé e...
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𝔗udo que eu aprendi até aqui com você foi o que me tornou humano por completo, não importa os empecilhos. Desde a cozinhar, dançar, dirigir, jogar bola...
Conheci pessoas maravilhosas, fiz amizades, ajudei pessoas da forma que podia, e acima de tudo, encontrei o amor que procurava, na melhor pessoa desse mundo.
Ainda ouço sua voz me acalentar, consigo sentir seus braços ao redor de mim me apertando no conforto de seu abraço, dos nossos momentos quentes, o som da sua respiração. Ainda sinto a sensação na ponta de meus dedos de quando te tocava, decorando cada traço de seu rosto e sua pele escura.
Tudo que ansiava ter na terra você me deu, me ensinou, e acima de tudo, me demonstrou. Nunca vou me esquecer de cada segundo ao seu lado, até das pequenas brigas. Todo esse tempo que passou eu só tenho que esperar e ter esperança de que nem tudo está acabado. Foram dois anos tentando manter esse segredo para não passar por ninguém além de nós dois.
Não sabemos quando, onde ou como alguém conseguiu descobrir, mas é por essa denúncia que estou aqui.
Descobri pelo Estevan que um bandido barato lhe vendeu informações. O maldito que te colocou em perigo conhecia a gente, mas Estevan não quis me contar quem foi, fazia parte de seu acordo repugnante.
O dia que aconteceu...
Você lia a um gibi quando entrei na sala de casa e me esparramei em seu colo.
— A gente podia visitar aquela clínica de novo, amanhã - sugeri de repente.
— O asilo?
— Sim, quero terminar de ouvir a história daquela senhorinha que se apaixonou só uma vez.
— A gente pode marcar, meu bem. Mas, que tal a gente sair para comer um podrão agora? Esse domingo está longo.
— Você não está cansado?
— Porque eu estaria?
Levantei atônito.
— A gente transou três vezes, Éder. Mal sinto minha lombar.
— Isso é frescura de gay...
— Eu sou gay e você é o que?
— Eu nada — você sorriu debochado — você quem deixa! Vamos, vem logo.
A lanchonete de Dona Lúcia ficava a poucos metros de casa, sinto falta dela também. Você comprou quatro cachorros-quentes e uma Pepsi, que levamos para a beira da praia para apreciarmos o fim de tarde, pôr do sol.
Quando terminarmos, voltamos para a cabana satisfeitos. Bom, você estava bem, citando o fato de ter comido três. Foi direto ao banheiro tomar banho e fiquei na sala assistindo TV enquanto te esperava, até que tudo aconteceu.
