𝗪𝗔𝗦𝗛𝗜𝗡𝗚 𝗠𝗔𝗖𝗛𝗜𝗡𝗘, 𝗄𝗂𝗆𝖼𝗁𝖺𝗒

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kim está beijando outro alguém.

o vidro meio sujo da fachada
me entrega uma visão privilegiada da cena.

meus olhos faíscam.

meia noite de um sábado, expediente quase acabando e
eu ainda tinha esperanças que kim voltasse
para mim.

ele me beijaria novamente, me prometeria o mundo com tantas coisas
e iria embora com seus tênis limpos, sem olhar para atrás.

como se nunca tivéssemos sido amantes antes, como se nunca tivéssemos entregados nossos corpos um ao outro, como se tudo fosse um mero pesadelo de uma noite mal dormida,

ele a beija.

a devoção é palpável,
se arrasta pelo ar e sorrateiramente
me visita com as luzes neons.

as luzes azuis decoram o beijo cínico.
um sorriso rasga o rosto de kim,
e a paixão no rosto de tifanny transborda
para além da tela.

uma pintura mal-feita,
como um espelho sujo e
quebrado, me vejo ali.

quero morrer.

meu coração se despedaça e doí,
doí como nunca havia doido antes.

kim, você se esqueceu do que fizemos na noite passada?