Kim

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"I'm so good at telling lies, that came from my mother's side"

 A primeira vez que Kim mata, ele tem 11 anos e está desesperado enquanto o corpo sem vida de sua mãe está deitado a seus pés, o bastão de metal batendo no chão com um ganido alto.

Aquele dia havia começado mais cedo do que de costume. Sua mãe o acordou às pressas, dizendo-lhe para se levantar e segui-la. O sol ainda estava nascendo lá fora quando Kim entrou no SUV preto, sentando-se ao lado de sua mãe e colocando a cabeça em seu ombro, continuando a dormir contra ela.

Em seu estado sonolento, Kim lembrou-se vagamente que seu pai estava em uma viagem de negócios em uma cidade próxima, tendo levado Tankhun e Kinn para que eles pudessem aprender com ele. Kim tinha sido considerado jovem demais para acompanhá-los e ficado para trás com a mãe. Ele estava ansioso para passar alguns dias com toda a atenção de sua mãe voltada para si enquanto ela o ensinava a tocar piano e ele mostrava a ela o que havia aprendido em suas aulas de violão.

Toda esperança que ele havia cultivado foi arrancada dele quando o carro parou abruptamente, assustando Kim.

Mais tarde, Kim seria informado que sua mãe o havia tirado da cama às pressas porque sua casa tinha sofrido uma invasão de uma gangue rival, que havia aproveitado a ausência de Korn como uma oportunidade para atacar a mansão. O plano era matar Kim e sua mãe para enfraquecer Korn, mas seus guarda-costas conseguiram identificar a ameaça e tirar os dois de casa, o que não impediu seus agressores de os perseguissem.

Kim ouviu tiros soando alto de todos os lados enquanto sua mãe jogava o corpo em cima dele, pressionando Kim contra o assento do carro, cobrindo seus ouvidos com as mãos, sussurrando "Estou aqui, Kim, está tudo bem, vai ficar tudo bem."

Kim estava chorando desesperadamente, as unhas de sua mãe cravando dolorosamente em sua pele enquanto ela tentava proteger Kim de tudo. Ele não ousou abrir os olhos, mas percebeu que os tiros não estavam diminuindo, mesmo quando os guarda-costas reagiram. Eles estavam cercados. O medo estava causando arrepios na espinha de Kim enquanto ele tremia, uma sensação de desamparo tomando conta dele.

Kim abriu os olhos novamente quando tudo se acalmou, apenas para se deparar com o guarda-costas que havia ficado dentro do carro com eles com uma bala no peito, morto.

Ele não se atreveu a continuar encarando o cadáver, mas seus olhos percorreram o veículo, percebendo que a proteção à prova de balas do carro havia sido violada, o que explicava o guarda morto no banco da frente e os muitos buracos de bala espalhados ao redor deles.

O pavor na boca do estômago de Kim aumentou quando ele percebeu que seu último porto seguro estava arruinado. Sua mãe não se mexeu mesmo quando a porta do carro foi escancarada com força e violência.

Sua mãe saiu gritando, os braços envolvendo-o com força total enquanto eles eram arrastados para fora do carro por dois homens armados e brutalmente jogados no concreto.

Mesmo quando eles foram forçados a se ajoelhar, lado a lado, os agressores apontando armas para suas cabeças, sua mãe ainda estava tentando protegê-lo o máximo que podia, repetindo obsessivamente as mesmas palavras de novo e de novo: "Vai ficar tudo bem, Kim, tudo vai ficar bem. Estou aqui."

A voz dela não tremeu, apesar das lágrimas que escorriam de seus olhos e do aperto de ferro que ela mantinha em volta do punho de Kim.

Naquele momento, Kim percebeu que sua mãe era uma ótima mentirosa porque, apesar da confiança que ela colocava em suas palavras, no final das contas, tudo não acaba bem.

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