Morte

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"Might share a face and share a last name, but we are not the same"

 O médico entra no quarto mortalmente silencioso, conta a eles sobre a morte de seu pai e sai em questão de segundos. No entanto, as notícias que ele trouxe são suficientes para fazer todo o mundo dos Theerapanyakul desmoronar.

Então Tankhun desmorona e chora, caindo nos braços de Kim. Ele se sente como se tivesse 12 anos novamente, perdido e apavorado porque, desta vez, seu pai não pode vir salvá-lo, não pode pegá-lo nos braços e carregá-lo para um lugar seguro.

Seu pai nunca mais voltará.

Ele chora pelo homem que era implacável e brutal, que exigia tudo de sua família, mas também pelo pai que nunca o deixou para trás, mesmo quando muitos lhe diziam que Khun não passava de um fardo.


E Kim segura Khun com força, os soluços de seu irmão sendo a única coisa que o mantém ancorado no aqui e agora. Kim não derrama uma lágrima, apenas encara Chan, tentando se firmar o suficiente para processar o que acabou de acontecer. Ele não sabe o porquê, mas toda a situação parece irreal para ele – como se ele fosse um estranho, observando de fora toda a ação. Afinal, é assim que as coisas costumam ser para Kim quando se trata de sua família.

Foi assim que ele aprendeu a sobreviver no mundo deles: colocando distância entre ele e todos os outros, tentando garantir que nada jamais o machucaria, como aconteceu ao ver sua mãe morrer diante de seus olhos. Ele sempre temeu que seus irmãos tivessem o mesmo destino; não era nenhuma surpresa que seu pai tivesse acabado assim – envenenado dentro de sua própria casa.

No entanto, Kim percebe que simplesmente não consegue lamentar a morte de Korn.

Ele não sabe como.


Kinn luta contra as lágrimas, recusando-se a permitir que suas emoções o controlem. Ele luta contra elas mesmo quando a percepção da morte de seu pai o atinge, quando Khun se despedaça ao seu lado e sua mão se move para segurar seu ombro para oferecer algum conforto, mesmo quando o olhar fixo de Kim parece queimar. Tudo o que ele se permite é alguns segundos para demorar-se nessa dor ao lado de seus irmãos antes de se levantar.

Seu anel parece ganhar peso a cada passo que ele dá para longe do que restou de sua família, mas Kinn sabe que, se quiser que eles vivam, não pode parar. O aviso de Kim sobre a segunda família ainda ecoa em seus ouvidos. Kinn está totalmente ciente de que seu irmão está correto em suas suposições, então ele começa a montar uma espécie de plano, listando mentalmente os preparativos que eles precisam fazer para se protegerem.

Kinn segura sua arma da sorte com firmeza e olha para a cidade espalhada abaixo dele, a memória da primeira vez que ele usou uma arma para tirar uma vida ainda fresca em sua mente mesmo depois de todos esses anos.

Ele estava certo naquela época. Ninguém manterá Kinn e seus irmãos seguros além dele mesmo, agora mais do que nunca.

Ele carrega a arma. 

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