Um feiche de luz

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Quando ele abre a porta com brusquidão e a vê dormindo tranquila abraçando o travesseiro com o rosto virado para o lado da porta de barriga para baixo, se acalma automaticamente notando apenas alguns leves arranhões em seu rosto coberto por alguns fios do cabelo vermelho cereja. Ben se aproxima e puxa uma cadeira ficando ao lado da cama de frente para a garota, a obseva em silêncio, o coração ainda acelerado aos poucos voltando ao seu ritmo normal. Ela estava bem, quando ouviu Dean falando pareceia que ela havia se machucado muito mas eram só alguns arranhões nada demais. Ela se meche e os músculos dos ombros tensionam chamando a atenção de Ben para a pele exposta através da fina regata preta. E é aí que o coração dele volta a perder o ritmo. Onde estava a maldita marca que o feitiço de Rowena feito anos atrás para prender os poderes demoníacos da garota estava? O que havia acontecido? A sombra de Dean aparecendo ao seu lado o assusta e ele olha para trás notando os olhos arregalados do irmão focados no ombros da jovem como ele estava segundos atrás. - Cacete! _ O rapaz solta assustado e Ben comprime os lábios leva o dedo em riste a boca pedindo silêncio e aponta para a porta com a cabeça, os dois saem rápido do quarto.

- Eu juro pra você que quando eu cheguei ela tava péssima, toda machucada. _ Dean vai logo dizendo se virando para o irmão rapidamente depois de se afastarem o suficiente de perto do quarto dela. - Eu tentei limpar todas os machucados como pude já que ela tá dormindo como uma pedra. Acho que pode acontecer um terremoto e ela não acorda. Certeza. _ ele fala  aos  tropeços  sem tempo de  respirar. - Mas a marca tava lá o tempo todo garanto Ben, eu vi. _ o mais velho esfrega as mãos no rosto exausto, perdido com mais esse problema.

- Fica calmo. _ pede a Dean que passa  as  mãos  nos  cabelos  ansioso. - Vamos ver o que a tia Rowena tem a dizer sobre isso. Derrepente da pra fazer de novo.

                             
    
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- A senhora tá brincando né? _ Dean fala com voz trêmula um tom mais alto enquanto Ben processa o que ela diz mordendo a  bochecha por  dentro.

-Não. _ ela responde simples e altiva. - Para onde vocês vão ela vai precisar dos poderes. Pra defender a si mesma e vocês. Aquela época foi muito difícil para os Winchesters. Uma mãozinha sobrenatural virá a calhar caso vocês os  encontre. _ Ben bufa inconformado dando as costas a tia com as mãos na cintura.

- Quando o pai ver o que a senhora fez vai ficar pocesso. _ Dean continua  um pouco assustado.

- Eu me entendo com ele. _ ela  garanto  virando o rosto já  sem paciência  com eles.

- A senhora não se lembra da última vez que ela perdeu o controle? _  Ben se  volta  para  a  rainha  do inferno revoltado. -  Vou refrescar   sua  memória tia. Ela  matou todo o ser  vivo ao redor  do pai. Simples assim. E  quase matou ele  também. _ ele está com o rosto vermelho a  veias  do pescoço saltam enquanto  ele fala enérgico mas  sem gritar.

- Ela  fez  aquilo pra  protegê-lo. _ Rowena  o encara de forma  dura. - Ela  só perdeu o controle  porque  alguém que  ela  amava  estava em perigo. Você  não sabe  o que é ter  tanto poder  e  se sentir  impotente  diante da morte  de uma  pessoa que você  presa. _ ela  diz  ao mesmo  tempo em que  as lembranças   dolorosos  de  sua  falha tentativa  de  trazer  seu filho Crowley de volta  a  vida  atravessam sua  mente, fazendo seu peito afundar. -  Você  nunca  saberá. _ sua  voz  falha. - Não deveriam temer  os  poderes  dela. _ olha  de um para  o outro. - Porque mesmo alguém de espírito duvidoso como eu sabe que  ela  nunca  machucaria vocês  não importa  o quanto  descontrole  ela  tenha  sobre os  poderes, eu vi, eu estava  lá  Ben. _  ele e Dean a  encaram surpresos. - Sei que  você  não sabia.  _ ela  anda  até  ele  devagar  mas  em passos  firmes  sem deixar  de  olhá-lo nos  olhos. - Mas entenda,  eu realmente me  importo com o seu pai a  muito tempo, somos  amigos  a  muitos  anos, sempre  que  posso estou de olho nele, porque  quero protegê-lo. Quero mantê-lo vivo o máximo de  tempo possível, por  motivos  egoístas  é  verdade, Sam é meu único amigo, então não pense  nem por  um segundo que  eu não o protegeria  dela se  eu visse qualquer  sinal de que  ela  o machucaria. _ os  meninos  não dizem nada  surpresos diante  de  tanta  sinceridade, Ben abaixa  a  cabeça  envergonhado.

- Desculpe  tia. _ Dean se  pronúncia também envergonhado ao mesmo tempo tentando amenizar  o clima  desconfortável. - Não duvidamos  da  senhora  nem da  nossa  irmã. Só achamos  perigoso. Os  poderes  dela  vão além da  nossa  compreensão, o pai nunca  deixou ela  explorá-los. E  sendo sincero, agora  não é  hora  para  testes. Se  falharmos  nosso pai pode  morrer. Tenho certeza  que  nem minha irmã  iria  querer descobrir  os  poderes  dela  nesse  momento, parece  mais  um encomodo, algo que  pode  nos  atrasar e  atrapalhar  a  missão. _ o garoto é sincero em suas  preocupações. Rowena  acena  com a  cabeça  entendendo  e  Ben suspira  alto e  naquele segundo algo surpreendentemente mágico acontece. Um feiche  de  luz  se abre  no ar  atrás de  Rowena  fazendo os  dois  jovens  darem um passo para  trás  surpresos   e  assustados. Chamando a  atenção da  rainha  do inferno que  olha  na  mesma  direção imitando os  passos  dos  garotos  atrás  dela,  ela  abre  os braços como em uma  forma  de  protegê-los  no automático com o coração acelerado e os  olhos  arregalados, a  respiração descompassada, completamente   desacreditada  de  seus  olhos. Aquilo não era  possível, não poderia  ser, não ali, não naquela  época. A  menos  que.... Será  que  Jack estaria  finalmente interferindo  no curso da  história   mesmo prometendo não fazer  isso? Não seria  tanta  surpresa   afinal ele  ainda  considera  Sam como um pai como qualquer   criança ali naquele  bunker. Rowena dá  um leve  sorriso agradecida  por isso. Era  algum tipo de  esperança   afinal de  contas. Era  melhor  do que  ir  atrás  de  um feitiço duvidoso. Eileen que  cambaleava hora  coçando os  olhos, hora  bocejando e  coçando a  cabeça com os  cabelos  revoltos pelos corredores  do bunker   até o salão principal mais relaxada  e  de  melhor  humor  para em choque piscando confusa  ao observar  a  fenda  comprida  que  perfura os  ar  brilhando amarelo e  branco, sem ser  notada pelos  garotos  e  Rowena.  -  Que  porra  é essa? _ pisca  apertando vários  vezes  os  olhos  acreditando ser  um sonho enquanto   o grupo de  vira  para  encará-la. Recomposta  do choque Rowena quase  canta  com voz  triunfante.

- É  uma  fenda. _ o sorriso de  orelha a orelha.-  E  vocês  vão passar por  ela.

- O quê? _ os  três  jovens  soltam em uníssono confusos  e  em choque.

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