Noite ruim

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Depois de Sam indicar aos garotos os quartos próximos ao dele e de Dean ele os deixou a vontade. Ao contrário do irmão ele preferia lhes dar o benefício da dúvida e foi para seu próprio quarto tomar um banho e descansar. Logo Jody e as meninas chegariam e eles ainda ficariam mais um tempo acordados deixando-as a par da situação. Ele e Dean decidiram pedir ajuda a elas porque simplesmente não conseguiriam ficar de olho em todo mundo e ir atrás do filho de Lúcifer. Depois do banho e apenas vestido com a parte de baixo do pijama ele se senta nos pés da cama com a toalha ainda em mãos e os cabelos úmidos bagunçados. Sam suspira alto, se sentia exausto de toda aquela situação. Sua mãe estava naquele mundo apocalíptico com Lucífer e saber disso tirava sua paz. Podia parecer tranquilo por fora ao ver de todos mas por dentro estava um turbilhão. E tinha o Castiel. Não conseguia acreditar que ele havia morrido. Tudo parecia tão surreal, como um pesadelo. E estava preocupado com Dean, seu irmão estava a flor da pele, prestes a desmoronar, dava para ver. Era tanta coisa acumulada dentro dele e ele descontava em tudo ao seu redor, era assim que o irmão agia e Sam se sentia impotente por não conseguir ajudar o mais velho. Estava cansado até o último fio de cabelo de tudo mas simplesmente não conseguia descansar. Terminou de secar os cabelos e os penteou deixando a toalha estendida no banheiro, ele se senta na cabeceira da cama, os travesseiros em suas costas, com as pernas esticadas e os braços cruzados, refazia os acontecimentos do dia em sua mente, buscando algum detalhe que talvez houvesse deixado passar. Assim acabou adormecendo.

Dean Winchester em seu quarto fazia quase os mesmos preparos que o irmão para passar a noite mas com propósitos diferentes, havia tomado um banho gelado para o corpo despertar, ele estava muito cansado e não dormia bem a dias, os pesadelos o mantendo acordado. Depois de vestir roupas limpas ele se dirige a cozinha para preparar um café. Iria precisar se quisesse ficar de olho nos moleques indesejados. No quarto Dean mantinha sua vigília silenciosa. Sentado em uma cadeira com vista para o corredor, ele observava as sombras dançando nas paredes e ouvia atentamente qualquer som que pudesse indicar perigo. Seu rosto estava obscurecido por uma mistura de pensamentos sombrios e a perda que o consumia. A caneca estava vazia ao lado da garrafa de café já pela  metade, o liquido escuro sem ter feito qualquer efeito em seu organismo.  O celular estava em cima da mesa de cabeceira conectado ao cabo do carregador, ele  queria poder dormir e esquecer todo aquele pesadelo por algumas horas mas não podia baixar a guarda daquele jeito.  

Depois de serem deixados por Sam em seus respectivos quartos e esperarem ele ir para o próprio. Ben, Eileen e DJ se reúnem no quarto de Eileen que era o mais afastado. Ben estava inquieto andado de um lá para o outro. Ora passava as mãos nos cabelos ora no rosto e e Eileen sentada nos pés da cama ao lado de DJ não conseguia desviar a atenção do homem. - Dá pra parar quieto? Você tá deixando a gente nervoso irmão. _ DJ reclama vendo o pé de Eileen balançar nervosamente na perna cruzada, ele coloca a mão na coxa da irmã a fazendo parar automaticamente. - Você também. _ a garota comprime os lábios, de canto de olho, resmunga algo inaudível mas acaba por concordar com a cabeça em um suspiro alto.

- A gente precisa achar o Jack. _ ela expõe seus pensamentos. Estava preocupada demais com o garoto. Lembrava do amigo contando pra ela como aquela época tinha sido difícil. E não queria vê-lo passar por aquilo sozinho. Se estava ali por obra do destino a procura do pai podia aproveitar o momento e ajudar o amigo a não se sentir tão solitário, naquela época tão sombria.

- Eu sei. Vamos achá-lo. _ garante Ben. - Precisamos dele se quisermos achar nosso pai.

- Não é só por isso. _ resmunga ela de cara fechada cruzando os braços alternando o olhar entre os meninos. - Jack precisa da gente, voces sabem, já concordamos sobre isso. _ ela demonstra sua chateação. -   Ele acabou de nascer, tá perdido e sozinho. Deve estar assustado. _ se levanta indo até Ben. - Um monte de coisa estranha acontecendo com ele e monstros querendo pegá-lo. Imagina só, eu devia...

- Qual é Eileen, você é o quê? A mãe dele? Ele já passou por isso, lembra? Já superou. Ele é Deus. Isso não é nada. _ perde a paciência.

- Ele ainda não é Deus Ben. _ rebate firme - É só um garoto e precisa de nós.

- Você quer dizer precisa de você. _ ele desdenha enraivecido.

- E lá vamos nós. _ DJ solta cansado, desde que se lembrava Ben sempre reclamou da proximidade de Eileen com Jack, era claro o ciúme do irmão mais velho mas o outro orgulhoso do jeito que era nunca iria adimitir. - Quer saber? Eu vou pro meu quarto, _ anuncia aos dois se fazendo notar. - Tô cansado e preciso de um banho. Quando vocês pararem de brigar feito um casal de namorados me chamem e aí talvez a gente monte um planos descente pra tentar enganar o pai e o tio pra eles não descobrirem quem somos. O que eu acho bem difícil eles tão com o pé atrás com a gente. E se o pai for metade do homem que a gente  conhece não dou dois dias pra eles descobriram quem somos. _ o mais novo sai depois do discurso acalorado. Deixando os mãos velhos boquiabertos.

- Ele tem razão. Certeza que o Dean vai ficar no nosso pé. Até descobrir o que a gente tá escondendo. Ele sabe que a gente tá mentindo. _ bem expoe sua preocupação.

- E o que a gente faz? Conta pra eles? Mesmo se a gente contar eu acho que não vão acreditar. E se acreditarem e quiserem mudar as coisas? DJ ficaria em perigo. A gente não pode deixar. Se o pai salvar o Dean o DJ não nasce e... ele não adota a gente. _ eles trocam um olhar cheio de significados.

- Seja como for o que importa é manter a história pra que o DJ nasça. O resto não importa. _ os dois concordam com a cabeça. - Eles não vão descobrir.  _ se aproximam um do outro. - A gente consegue. Vai ficar tudo bem. _ garante Ben com confiança. Uma que ele realmente não tinha. O que ele achava que deveriam fazer mesmo era ficar longe dos Winchesters. 

Eles ficam em silencio por um momento, trocando um olhar intenso o ar ficando pesado de uma tensão que fez com que Eileen sentisse um frio na barriga, os olhos de Ben cairam sobre seus lábios e no mesmo segundo ela os umedeceu com a língua. Incapazes de ignorar a eletricidade no ar, se aproximaram um do outro lentamente tocando seus corpos,  sentindo o calor um do outro sem desviar o olhar carregado de emoção, enquanto o silêncio se transformava em um convite a sua paixão a tanto reprimida. Os corações batendo mais rápido, incapazes de resistir ao magnetismo que os atraía. Os lábios de Ben se aproximaram dos dela, quase roçando, mas ele parou, hesitante. Era exatamente por isso que ele evitava ficar sozinho com ela. Era um momento de incerteza, onde o desejo competia com o medo das consequências. E foi esse medo que fez com que Ben se afastasse e a deixasse sozinha no quarto se sentindo rejeitada. Outra vez. Os olhos dela encheram de lágrimas e  ela murmura um imbecil quase inaldivel. 

No quarto de Ben ele  mal dizia o próprio desejo dando um forte soco na parede frustrado machucando a mão.  Alguns minutos depois tomava um banho gelado e então se jogava na cama, os cabelos ainda úmidos, vestido apenas com uma calça de moletom preto. estava sem sono olhando para o teto no quarto escuro. 

No quarto de Dj,  este era o único que depois de um banho dormia pesadamente. 

Já no quarto de Eileen, a jovem caçadora se debatia com sonhos turbulentos. A conexão com Jack a afetava de maneira inexplicável, e sonhos se entrelaçavam confusos em relação a Ben, o sumiço do pai e fragmentos de imagens de jack. Ela acordou várias vezes durante a noite, agarrando-se à esperança de que Jack estivesse bem e de que eles o encontrariam a salvo e toda aquela bagunça se resolveria.

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