🍥01. O último ser vivo

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Dia 146000.

Todos estamos acostumados as histórias onde os Heróis conseguem vencer mas, nem em todos os Universos é assim. Em um outro Universo bem longe de onde estamos, as coisas não fluíram como no nosso.

Um ser idoso, esguio e frágil andava por uma terra sem lei, sem ninguém. Seus cabelos esbranquiçados revelavam sua idade, seus olhos sem vida e quase sem cor representavam o que ele sentia. Meu nome é Ashura e está chegando a minha hora de morrer. É uma pena que eu não vou, apesar de querer.

Andava com seu cajado, sua última lembrança.

Os humanos destruíram tudo pela sua ganância.

Andava pelo solo, com uma feição triste, sem rumo. A minha frente eu vejo baratas, baratas modificadas com o passar do tempo e esboço um pequeno sorriso, sabendo que iria morrer. Mas então, quando elas se aproximam de mim meu corpo assume outra aparência e personalidade, Fafnir assume seu controle. O que acontece em seguida é que as baratas o devoram de dentro para fora, adentrando em sua boca e o consumindo.
Em alguns segundos o corpo dele se regenera, voltando ao normal.
- EU NÃO VOU MORRER, FAFNIR NÃO MORRE! FAFNIR NÃO PODE MORRER! FAFNIR PROVARÁ QUE É O MAIS FORTE!

- Então me responda Fafnir, me responda! Como você provará que é o mais forte sendo o único humano vivo?

Eu já esqueci o som de carros, de crianças chorando, de alarmes, e de sirenes. Fafnir nunca sente frio. Nem amor, nem raiva, nada. Ele só quer provar que é o mais forte e não quer morrer, não importa quanto tente.

Diziam que a primeira Guerra Mundial era para acabar com todas as Guerras, que ironia. E aí chegou a segunda com a Bomba Atômica, mas, infelizmente não parou por aí, não sobrou honra no mundo, nem honra sobrou.

Ashura viajou por todo o mundo. Andou pelo Canadá, passou pelo México. Chegou na América do Sul onde rios haviam secado, chegou no Japão. Os meus pés ficaram tão calejados que nem um tiro poderia atravessa-los. Parece que Fafnir se esconde só para rir da cara de Ashura. Ele lembra de querer morrer mas, Fafnir ainda luta pela vida.

Eu já tentei tirar minha própria vida muitas vezes, pulando de montanhas e colinas, tentando me afogar. Mas, sempre Fafnir troca comigo e me salva.

Há muito tempo a terceira Guerra Mundial ocorreu, mas, dessa vez em um nível absurdo. Tão absurdo ao ponto de que o mundo todo foi destruído pelas Bombas, pelas armas de Radiação. Radiação é um modo de energia e eu posso absorve-la para ficar mais forte, e eu absorvi toda a radiação e por isso consegui sobreviver. Porém, isso só fez com que eu não pudesse morrer nunca mais de tão forte que fiquei. Todos os humanos e qualquer criatura foram destruídas. Se foram. Exceto eu e as baratas.

Os cientistas dizem que se o mundo fosse acabar as baratas iriam sobreviver, e eles estavam certos. Baratas evoluídas e modificadas.

Uma coisa incomodava Fafnir, o grito dos mortos e o dos poucos que sobreviveram a beira da morte, e por isso Fafnir tomou o controle. Fafnir matou bilhões e bilhões de pessoas que haviam sobrado, comendo seus corpos para se sustentar.

Se passaram quatrocentos anos, eu nem sei mais, parei de contar.

Ficar sem conversar com ninguém por centenas de anos me fez perder a habilidade de falar certas palavras e frases.

E derrepente vejo Eve em minha frente. Ela era minha amiga e estava pedindo para que eu seguisse ela, e eu digo desesperado.

" VOCÊ ESTÁ AQUI? ENTÃO TUDO FOI UMA ILUSÃO? TUDO FOI UM SONHO?! VOCÊ ESTAVA AQUI ESSE TEMPO TODO?!"

𝑾𝑯𝑨𝑻 𝑾𝑶𝑼𝑳𝑫 𝑯𝑨𝑷𝑷𝑬𝑵/ 𝐵𝑜𝑘𝑢 𝑛𝑜 𝐻𝑒𝑟𝑜Onde histórias criam vida. Descubra agora