3: lugar novo

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Passei pelos portões daquela casa pela segunda vez em menos de dez minutos, o carro de Chaeyoung estava parado lá fora enquanto ela me ajudava a trazer minhas coisas para o meu novo e temporário quarto. Eu havia arrumado apenas uma mala e uma bolsa com as coisas do Kuma, mas a Park insistiu em parar pra comprar alguns ítens de decoração já que, segundo Chaeyoung, lisa tinha um péssimo gosto para a decoração de quartos e como eu sou a nova hóspede desse lugar, preciso ter algo com a minha cara.

Chaeyoung é de fato uma mulher cuidadosa com as palavras e com o jeito de ser, devo admitir que ela consegue a admiração de qualquer pessoa com um simples sorriso angelical carregado de simpatia e gentileza.

— se tiver qualquer problema... Não exite em me ligar — ela falou assim que paramos dentro do meu novo quarto, Park tinha razão, tudo nesse lugar é minimalista ao ponto de dar dor de cabeça. O meu quarto em meu apartamento não era colorido ou fora de combinação, mas ainda assim tinha cores bonitas que variavam com os detalhes. — se não tiver área, vá até lá fora que lá nunca fica sem.

— certo... Sem problemas.

Nós duas voltamos para o primeiro andar da casa e assim que pisei meus pés no último lance de escada, lisa estava ali na sala com Love ao seu lado e seu olhar avaliador em minha direção. Hoje seu cabelo estava preso com uma presilha enquanto sua franja continuava perfeitamente ajustada em seu rosto.

Eu engoli em seco a encarando mas graças aos céus Chaeyoung me chamou atenção me dando mais algumas instruções, como o médico da família e numeros de emergência.

— certo... Eu preciso ir, senão irei perder o vôo... — ela diz sem tirar aquele sorriso do rosto, ela caminha até lisa da um beijo em sua bochecha de forma carinhosa.

— tome cuidado. — lisa fala, e apesar de seu rosto neutro com a demonstração de afeto, eu conseguia sentir preocupação em sua voz.

— ajude Jennie a fazer o trabalho dela. — apertou as bochechas de lisa e então colocou seus óculos escuros e saiu da casa graciosamente, parecia um anjo na terra.

cadê seu cão? — abaixei meu olhar até Lisa e fiz uma feição confusa. — seu cachorro.

— oh... Ele está lá no quarto. — ela me encarou de uma maneira que eu rapidamente entendi que significava "vá buscar" e meio a contragosto eu fui. — venha, kuku, vamos conhecer a franjinha.

Eu desci as escadas e rapidamente love ficou em alerta, ele veio em minha direção e rodeou meu corpo, por deus parecia que eu era uma suspeita de tráfego de drogas e minhas mãos suavam toda vez que esse cachorro chegava tão perto e mesmo que meu cérebro diga que eu não deveria ter tanto medo dele, eu ainda tenho um corpinho fraco demais pra tentar correr caso ele tente pular em cima de mim.

— coloque o cachorro no chão. — lisa disse e eu devagar me abaixei deixando kuma no chão. O pequeno cachorro rapidamente começou a imitar o cachorro maior, ele entrou por debaixo das patas de love e eu me segurei para não achar aquela cena fofa.

Por incrível que pareça, love se afastou devagar e foi para o lado de lisa, deitou a cabeça no colo de sua dona e permaneceu ali até sentir kuma se aproximar de novo e rapidamente se afastar e pular no sofá.

— esse diabinho colocou medo em um cachorro fuzileiro. — Lisa falou apontando o dedo para kuma, que agora estava sentado bem em cima dos meus pés com a língua pra fora.

— o nome dele é kuma. — digo e me abaixo para fazer carinho na cabeça do meu cachorrinho, ele fecha os olhinhos e aproveita o carinho. — muito bem educado.

Eu sabia que lisa me olhava, sempre era um olhar julgador mas ainda assim não conseguia ser rude o suficiente para me afetar. Eu estava acostumada com essas coisas, lidar com pessoas todos os dias te deixa mais forte com essas situações. Ela não era diferente das outras pessoas apressadas que nós xingavam no hospital, era óbvio que eles estavam ali precisando de algo, mas ainda assim somos humanos e não precisamos ouvir certas coisas... De certo modo, entendo que certos médicos tenham sim deixado a crachá subir a cabeça, mas a maioria está cansado após horas e horas em pé, com coração na mão e com olheiras enormes.

Promessas e Lisa Manoban Onde histórias criam vida. Descubra agora