Promessas e Lisa Manoban

12: hospital

LALISA POV.
      2:00 AM.

Meu coração está acelerado, eu consigo sentir minha respiração ficando pesada e eu quase sequer conseguindo puxar o fôlego. Coloco as palmas das mãos contra o colchão mas tudo que eu consigo pensar é na sensação de dor nas costas e nos braços, as vezes quando eu não tomava meu remédio regularmente isso acontecia e pelo pouco que eu ouvi do médico, isso iria acontecer muito por eu não tomar os devidos cuidado e nem mesmo tentar me exercitar, mas como eu faria isso se mal consigo sair da droga de uma cadeira?

Eu tinha tudo nas mãos, um futuro brilhante que foi destruído por minha causa e por meu egoísmo e eu merecia viver dessa forma, isolada em uma casa sozinha com meu cachorro. Era isso que eu pensavam até essa coreana baixinha entrar na minha vida com toda sua paciência e um cachorro do tamanho da pata do meu... eu odiava pedir ajuda, odiava me sentir inútil e odiava mais ainda ter que fazer isso:

  — Jennie, por favor... acorda! — digo com a voz fraca e assim que ela abre os olhos e me vê suada e com a feição de dor ela se desespera e toca meu rosto.

  — onde está doendo? — eu aponto para minhas costas e ela ajuda a me deitar de costas sinto suas mãos em uma massagem dolorida e por mais que eu soubesse que ela fazia tudo de acordo com seu treinamento, eu não consegui evitar de pedir para ir ao médico.

  — eu preciso ir... eu preciso... quando acontece eu preciso... — eu sei que o olhar culpado que ela carrega em seu rosto agora era por conta das minhas falas, mas mesmo que suas mãos macias e fortes tenham melhorado eu sabia que não iriam acabar com dor, não sem o remédio.

  — vem, vou te levar. — com todo cuidado do mundo ela põem meu braço em seus ombros e me senta na cadeira, ela não parecia tão forte, mas aquela altura eu tenho certeza que ela mal ligava para qual era meu peso.

  — Jennie está doendo muito. — eu não queria chorar em frente a alguém como Jennie.

"Alguém como Jennie" significa alguém forte e que sempre sabe o que fazer, ajuda a família mesmo quando não sabe o que fazer com sua própria vida e por deus como ela me enche de orgulho e veja bem, eu só a conheço a poucos dias e se alguém como eu, que estava disposta a se torturar consegue sentir os encantos dela, qualquer um sentiria.

  — vou te levar ao hospital, aguenta mais um pouco. — Jennie subiu com a minha cadeira pela pequena rampa em direção ao carro e me colocou o cinto com mais cuidado do que antes. — Lis?

  — hum? — murmuro tentando não fazer a careta de dor.

  — se doer mais por favor me avisa. — ela entrou no carro também e começou a dirigir como se tivesse em velozes e furiosos, suas mãos apertando o volante com força e a feição preocupada quase me fizeram sorrir, se eu não tivesse sentindo a alma do meu corpo indo embora eu com certeza cairiam em seus encantos novamente. — chegamos.

eu nem mesmo havia notado o momento que paramos em frente ao grande prédio com várias ambulâncias indo e vindo, cidade perigosa essa que Jennie Kim vive...

  — Eu preciso de ajuda médica. — Jennie fala arrastando minha cadeira mas com uma das mãos na minha barriga me forçando a não ficar inclinada para frente, não sei como ela percebeu que doía mais ao eu fazer isso, mas eu gostei de saber que ela me observava tanto.

  — Jennie? — uma média de cabelos castanhos longos se aproximou confusa. — vai voltar a trabalhar aqui? A gente sente saudade do seu traba...

  — Irene, por favor... é emergência. — a médica de rosto gentil e de aparência jovial concordou sem demorar ao me ver segurando o grito de dor, ela chama os enfermeiros e eles me levam, tudo que ouço referente a Jennie pelas próprias horas é um "ela não pode entrar ainda, avise ela por favor".