Capítulo 18 - Plano

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Lena Luthor | point of view

Kara tinha acabado de entrar na minha sala, mas me levantei rapidamente e arrastei-a para fora.

— Onde estamos indo? – quis saber, enquanto caminhávamos pelos corredores.

— Como foi a entrevista? – indaguei, ignorando sua pergunta propositalmente.

— Lena, por que...

Olhei para ela, seria.

— Como foi a sua entrevista com o senhor Lord? – repeti. Não queria dar bobeira ali, pois não confiava naquele tio dela.

Agradeci quando Kara começou a me contar os detalhes enquanto seguíamos para uma área livre e aberta.

— Tá legal, agora pode fala. O que aconteceu? – perguntou no fim, impaciente e preocupada.

Olhei para os lados, em seguida, a abracei pelo pescoço.

— Então... – cochichei — Eu estava passando pela sala da sua mãe, mas parei quando ouvi uma pequena discussão lá dentro. Não foi nada acalorado, mas deu para sentir a tensão, sabe?

— O que você ouviu? – quis saber, nervosa. Eu podia sentir seus músculos enrijecidos sob meus dedos.

— Seu tio estava pedindo dinheiro para sua mãe. Aliás, exigindo.

Kara enrugou a testa, sem entender. Suas mãos deslizaram por minhas costas, disfarçando para quem pudesse estar nos observando.

— Dinheiro?

— Ele disse que se ela não der o dinheiro...

— O que Lena? – Kara estava agoniada.

Respirei fundo, complacente com seu espanto.

— Parece que você tem um irmão e que ele não faz a mínima ideia de quem seu pai era. Do dinheiro da sua família, de você... – expliquei — Henry ameaçou a sua mãe dizendo que se ela não der o dinheiro, ele irá revelar tudo. Mas sua mãe não quer. Ela quer manter o anonimato – soltei tudo de uma vez — Ou melhor, quer manter o seu, aparente, irmão no escuro.

Inquieta, ela se afastou de mim.

— Então é verdade que meu pai teve uma amante – parecia falar consigo mesma — Um filho. Lena, eu tenho um irmão – sua expressão era de puro terror.

— Kara, nós preci...

— Isso não vai ficar assim – avisou, passando por mim feito uma bala de canhão.

Não tive alternativas a não ser segui-la. Meus batimentos cardíacos estavam ensurdecedores aos meus ouvidos.

Cobri minha boca no instante em que Kara avançou no tio, que estava no corredor, conversando com um funcionário.

— Que história é essa de você ameaçar a minha mãe, seu pilantra? – rosnou, agarrando-o pelo colarinho e o arrastando para dentro da sala ao lado. — O que o faz pensar que pode agir feito um rato e que nada vai acontecer?

O velho conseguiu se soltar do agarre de Kara e me encarou com os olhos flamejantes.

— Sua esposa tem a língua bem solta – comentou, sabendo exatamente que fui eu quem o dedurou — Imagina se alguém a cortasse...

Ele mal terminou de falar e foi atingido pelo punho certeiro de Kara. Dei um gritinho de susto.

— Kara! – exclamei, assutada.

— Ameace a minha mulher outra vez que a única coisa cortada aqui será o que você carrega entre suas pernas – sibilou num tom cavernoso.

— O que está acontecendo aqui? – minha sogra quis saber, desesperada quando viu o irmão no chão — O que você fez, Kara?

Kara estava respirando com dificuldade, mas não tirava os olhos do tio e da mãe, que estava ajudando-o.

— Por que esse inútil estava te pedindo dinheiro, mãe? – exigiu saber — O que a senhora não está me contando?

— Pare com isso agora! – ralhou ela — Nem todos os meus assuntos têm a ver com você, Kara. Cuide da sua vida e da sua esposa.

Kara mordeu o maxilar, brava.

Preocupada e nervosa com a situação, eu peguei a mão dela e a arrastei para fora da sala.

— Isso não está certo, Lena – era possível sentir a raiva emanando de sua pele.

— Eu sei – falei — Mas temos que agir com calma.

Ela me encarou, percebendo que eu tinha um plano.

— O que está pensando?

Sorri, verificando o horário.

— Ainda falta muito para o almoço, mas se me esperar, nós poderemos conversar melhor – parei de caminhar e me coloquei na frente dela, abraçando-a pelo pescoço. Sussurrei em seu ouvido: — Você deixou minha calcinha encharcada com toda essa demostração de proteção, sabe...? – lambi e chupei o lóbulo da sua orelha, sentindo suas mãos apertarem minha cintura com força.

— Lena... – seu tom de voz carregado de luxúria.

Foi bom fazê-la esquecer um pouco da raiva pelo tio.

— No almoço, Kara – avisei, mordendo os lábios — No almoço...

(...)

— Jamais, Lena!

— Mas Kara, eu...

— Eu disse não – cortou-me com firmeza. Notei que todo o seu corpo se tornou tenso apenas com a minha ideia.

Estávamos em casa, no quanto. Tínhamos almoçado rapidamente, depois de termos feito um sexo tórrido.

— Você está sendo teimosa – ralhei.

Ela bufou, se jogando contra o colchão. Foi impossível ignorar a visão dos músculos que se evidenciaram em seu corpo. Lambi os lábios e me ajoelhei na cama, engatinhando até ela.

— Não é como se eu fosse me deitar com o Henry e...

Arquejei de susto no instante em que Kara se jogou sobre meu corpo, colando sua boca na minha.

— Não ouse terminar essa maldita frase – rosnou contra meus lábios. Segurei a vontade de rir.

Eu tinha a ideia de começar a jogar charme para o tio dela, dizendo que nosso casamento era uma merda, que Kara me traía e que vivíamos em pé de guerra. A intenção era cozinhar o velho em banho-maria e fazê-lo confessar alguma coisa a respeito do passado dele com meu falecido sogro, mas não estava preparada para a reação de enciumada de Kara.

— Entendeu, Lena? – pisquei, encontrando o rosto de Kara a centímetros do meu. Estava tão absorta em meus pensamentos que não prestei atenção no que ela falou.

— O que disse?

Sua mão amoldou meu rosto. Ela estava extremamente seria ali.

— Eu quero você longe do Henry, Lena.

— Ui, fiquei toda arrepiada agora – tentei brincar, mas ela não riu.

— É sério! Não estou brincando.

Engoli em seco.

— Ok, eu entendi – apertei seu pescoço, trazendo seu rosto para mais perto do meu.

Nos beijamos e voltamos a nos perder uma na outra. Contudo, minha mente não parava de matutar em uma forma de descobrir informações... sem que Kara soubesse que eu estava me envolvendo.


De Repente CasadasOnde histórias criam vida. Descubra agora