O canto dos corvos

Luz e Trevas

-Lilly, sei que vai parecer loucura mas eu sinto que...

-Estamos sendo observadas? Eu também senti.

-Você não acha que.... O Homem sem rosto...

-Não, ele não voltou. Deve ser alguém com uma brincadeira sem graça.

-É.... Deve ser.

-Tem algumas coisas faltando então eu vou no mercado.

Ficar sozinha aqui?? Agora isso me assusta

-É... Será que eu posso ir com você?...

-Claro! Gosto da sua companhia.

Fomos cantando e conversando o caminho inteiro. Percebi que a Lilly também estava incomodada com a ideia de ter alguém nos seguindo, mas tentava o tempo todo parecer tranquila para não me preocupar.

Era de manhã e o mercado estava vazio. Percebi que a garota deu um suspiro aliviado com isso.

-S/n. Podemos nos separar para ir mais rápido? Você pega essa metade da lista e eu pego a outra.

-Claro, por mim tudo bem.

-Ok! Te vejo daqui a pouquinho.

Comecei a andar olhando as prateleiras quando ouvi o sino da porta tocar. Olhei para trás e uma pessoa toda coberta com um casaco grosso e preto vinha para a minha seção.

Não fiz nada, por que eu poderia simplesmente estar enganada, mas fiquei alerta o tempo todo.

A pessoa ia andando com se tivesse escolhendo um dos produtos. Isso, até ficar bem atrás de mim.

Num piscar de olhos, ela pulou no meu pescoço tentando me agarrar. Se eu n estivesse prestando atenção isso poderia ter dado muito errado.

A pessoa jogou umas caixas de cereal para cima de mim e depois correu para o outro lado. Assim que eu percebi, tentei seguir ela mas já tinha fugido.

A Lilly estava tremendo e foi atrás de mim logo perguntando se eu estava bem.

-Vamos Lilly!

-O que houve?

-Alguém tentou me atacar! Ele saiu agora, ainda deve dar tempo de alcança-lo! 

Comecei a andar em direção a saída quando a garota segurou meu braço.

-Por que a gente iria querer alcançar alguém que tentou te bater???

-Por que eu preciso saber quem é! Eu não vi o rosto.

-.... Mas...

-Lilly a gente pode estar em perigo!

-...Tá!

Mas chegamos lá tarde demais. O lugar estava vazio.

-Droga!

-Viu? Não tem mais ninguém. Podemos voltar para casa?

-....sim.

A Lilly estava claramente muito assustada e eu estava preocupada. Meu medo era que tudo se repetisse; então eu só queria acabar com isso logo.

Entramos no carro e enquanto nos preparávamos para sair, minha lanterna ligou sem querer.

-Porquê você ligou isso???

-Foi sem querer.

Eu ia desligar mas... Notei algo muito estranho.

-Ué... Desliga então.

-Lilly.... -Coloquei minha mão embaixo do porta luvas e de lá puxei uma coisinha muito suspeita.

-Isso é....