Na volta pra casa só conseguia pensar no que eu havia feito. Maciel veio mudo do meu lado, já havia bebido bastante e acho que nem tava em condições de conversar. Cara! Que loucura havia sido aquilo. Apesar de não ter gostado da sensação física, eu ainda tava na empolgação, como se eu tivesse descumprido alguma regra, se lá, acho que me sentia como um assaltante de banco. Mas ao mesmo tempo me preocupava pois se eu quisesse continuar com aquilo de transar com um cara, ia precisar de muita força de vontade.
Cheguei na frente da casa do Maciel e estacionei. Tava morrendo de cansaço. Ele não tava dormindo, mas não falou nada, só ficou lá parado. Eu perguntei se tava tudo bem, se ele ia passar mal.
-Tou bem.
- Já chegamos. Quer ajuda pra descer?
Ele olhou pela janela do carro.
-Não quero entrar em casa. Minha mãe vai me encher o saco por que eu to bêbado. Espera aqui comigo até eu ficar bom.
-Ah Maciel. Tou com sono cara.
-Po favor Gu!-Ele tava falando meio enrolado, tava bêbado paca.
-Ah Maciel, vai saber quanto tempo vai demorara pra você melhorar. Entra sem fazer barulho.
-Não. Minha mãe escuta. Espera aqui comigo.
Era bem coisa de bêbado. Mas eu realmente queria muito minha cama.
-Vamo lá pra casa então. Sua mãe sabe que você saiu comigo?
Ele só fez que sim com a cabeça. Quando saíamos juntos, o Maciel quase sempre ia dormir em casa, a mãe dele já estava acostumada. Minha mãe era mais de boa com essa coisa de ficar bêbado. Agora eu já morava sozinho fazia um ano. Quando chegamos fui meio que segurando ele pelo braço. Fiquei feliz de ter elevador no prédio.
Abri a porta do Apê e falei pra ele ficar no sofá. Nem perguntei se queria coberta, tava um calor da pega. Ele sentou tirou o tênis e já deitou, pediu água. Pegeui na geladeira uma garrafinha e levei pra ele. Ele bebeu e deitou de novo. Quando tava indo deitar ele me chamou.
-Gu. Por que você não me disse que queria beijar um cara?
-Eu acho que ainda não tinha certeza se queria.
- Você gostou?
-Ah cara. Acho que não. Não foi legal.
Do nada o Maciel começou a chorar. Eu não sabia oque fazer, ele normalmente não é o tipo de bêbado chorão. Só perguntei oque tava acontecendo e sentei no tapete perto dele, pra ouvir oque ele ia falar. Ele começou a falar bem baixinho, se eu não tivesse perto não ia ouvir:
-Ah! Sei lá viu! É que eu fico pensando em como as coisas são. Eu nunca tive coragem de contar nada pra você, morria de medo de você desconfiar de mim e sempre achei que você era do tipo de cara que nunca beijaria um homem.-Eu também sempre achei.-E eu me sentia culpado também. Você não se lembra, mas eu já beijei você.
Como assim Jesus? Caralho, esse papo ficou maluco de repente.
- Como assim cara? Explica isso direito Maciel.
Ele ficou um tempo quieto, mas depois começou falar ainda bem baixinho:
-Lembra uma festa que agente foi lá no clube uma vez, que você ficou tão bêbado que eu te levei nas costas por que não tinha carona?
-Lembro.
-Você lembra oque aconteceu depois?
Me deu um pouco de medo perguntar:
-O que?
- Quando coloquei você na sua cama, eu não aguentei e te dei um beijo. Foi a primeira vez que eu beijei um menino. Mas depois eu me senti culpado e na minha cabeça você nunca beijaria um cara, por isso eu ficava pior. Eu traí sua confiança.
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Amarraram meu pinto na Macumba
RomanceA vida é mesmo uma caixinha de surpresa ate ontem eu era um garanhão Da mulherada e hoje sou um...Brocha...tudo começou quando me recusei a sai com uma garota , agora estou aqui para reverte o que ela fez comigo nem que para isso tem que ser gay ...