05. Culpado

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Kim não esperou muito para começar a tomar suas providências. Entrou em seu carro o mais rápido possível e foi até em casa, trocando seu terno por uma roupa preta casual e que não o deixasse em evidência, amarrou os cabelos um tanto longos e pegou sua arma no cofre, conferindo se estava carregada antes de voltar para o seu carro e dirigir em alta velocidade para o centro da cidade, indo primeiro no bar que Porsche mais costumava ficar.

Não poupou seus esforços e muito menos tentou esconder a sua raiva quando aqueles homens riam ao invés de responder às suas perguntas. Kim poderia parecer um homem pequeno, talvez até fraco, o que fazia todos esquecerem o tipo de família que ele tinha e a forma como ele foi criado.

— Eu te fiz uma pergunta, seu merda. — disse, chutando o peito do homem e o fazendo bater contra a parede e escorregar até o chão — O que você sabe sobre a família do Porsche?

— Todos sabem que ele tem um irmão. — disse, levantando a mão em frente ao seu corpo, para evitar que Kim o batesse de novo.

— E o que vocês fizeram com ele?

— Não foi nenhum de nós daqui, pelo o que eu sei foram os homens do cassino do...

— Não precisa terminar. E fica de bico calado sobre eu estar aqui essa noite, ou eu calo pra você. — disse, chutando as pernas do homem e logo depois saindo do bar.

Aquele já era o quinto agiota em cinco bares diferentes que havia tentado extrair alguma informação. Cada um contava uma história diferente, mas alguns pontos estavam começando a fazer sentido de qualquer forma e ele já sabia quem era o culpado.

Kim dirigiu até o maior cassino da cidade e parou na esquina em frente, não poderia ser visto naquele lugar e muito menos entrar, então precisava esperar o melhor momento. Acendeu um cigarro e ficou acompanhando o movimento de jogadores e guarda-costas. Nem tinha o hábito de fumar, mas precisava controlar seu nervos e pensar de cabeça fria ou então colocaria tudo a perder.

Já eram mais de quatro da manhã quando o fluxo de pessoas diminuiu um pouco, realmente muito pouco, mas o suficiente para um dos guardas ficar menos atento e ir para o beco ao lado do cassino.

Kimhan colocou um boné e andou a passos firmes, parando atrás do homem que estava de costas para si, urinando, tocou em seu ombro e assim que ele virou o rosto, Kim lhe deu um soco em seu maxilar, o fazendo cair.

— O que o Macau fez com Porchay, irmão do Porsche? — perguntou, segurando o homem no chão com o seu pé no peito dele, próximo ao seu pescoço.

— Senhor Kim, não sei do que está falando? Não fizemos nada.

— Eu não estou com tempo para perder. — tirou a arma da cintura e destravou o gatilho, apontando para entre as pernas do homem — Eu não sou como meus irmãos, nas minhas mãos a sua morte vai ser lenta e dolorosa. Onde está o Porchay? — Perguntou e ainda assim o homem ficou em silêncio — Um... dois... tr-...

— E-ele... senhor Macau levou ele para um galpão antigo da família, eu não fiz parte disso, eu realmente não sei, só trabalho no cassino. M-mas eu sei que foi o que ele mandou fazer, levar Porchay para um galpão da família para assim poder atrair Porsche.

Kim travou a arma novamente e a colocou em sua cintura.

— Sabe que se souberem que eu estive aqui, eu volto para apagar você, certo? — perguntou, apertando mais o pé na garganta do homem.

— S-sim, senhor. — respondeu com dificuldade e Kim tirou o pé de cima do homem, vendo a marca de suas botas na pele dele.

Ajeitou o boné e voltou para seu carro, pegando o celular para ligar para seu irmão do meio e acabou vendo algo que chamou sua atenção. Sentou no banco do motorista e ficou ligando até Kinn atender.

— Que porra, Kim, anda é de madrugada. — disse sonolento — O que você quer?

— Preciso que o Arm me faça uma pesquisa urgente de todas as propriedades da segunda família e separe as minhas armas.

— O que aconteceu? — perguntou já mais acordado, estranhando o tom do irmão.

— Faça isso agora, Kinn. Estou indo para a mansão. Ah, mais uma coisa, você sabe onde anda o Pete?

— Deve estar em seu quarto, ele sempre fica na primeira guarda da manhã.

— Hum, esses são sempre os piores... Faça o que eu pedi, estou chegando em poucos minutos. — Kim encerrou a chamada e acelerou para chegar na casa da primeira família o quanto antes, a vida de Chay dependia disso.

(...)

Já estava amanhecendo quando Kim conseguiu traçar um plano junto a Arm e pegar suas armas com ele.

— Deixa eu ir com você, Kim ou ao menos leve alguns guarda-costas com você. — disse Kinn, segurando o ombro do irmão, que só pensava em verificar as armas e munição e garantindo também que estava com seu canivete.

— Não precisa, eu me viro sozinho. — disse, olhando mais uma vez no notebook de Arm a localização que acreditava estar Chay.

— Eu vou deixar todos a postos e se achar que não dá conta, apenas me ligue.

— Tudo bem. — tirou sua jaqueta e colocou a arma na cintura — Eu preciso ir, não posso deixar que isso dure ainda mais.

Kinn apenas concordou, mesmo achando que aquilo não era o certo. Kimhan entrou em seu carro e colocou o pé no acelerador com força, indo acima do limite de velocidade, ele sabia. Mas naquele momento nada importava, só pensava em chegar em Chay o quanto antes.

E não estava fazendo aquilo apenas porque tinha algum sentimento pelo garoto, mas também porque sentia-se profundamente culpado. Porsche deixou a segurança de seu irmão em suas mãos, mas havia falhado nisso e isso afetaria Porchay de maneira irreversível, ele sabia.

Chegou ao endereço na metade do tempo calculado e estacionou um pouco antes, na rua de trás, indo com os passos mais silenciosos possíveis até o galpão, pulando o muro de trás e entrando no terreno, não demorando a ver os guardas de vigia.

Andou lentamente para lateral do galpão até chegar por trás do primeiro guarda, segurando-o com uma chave de pescoço usando toda a sua força para fazer ele logo desmaiar, fazendo a mesma coisa com o segundo e o terceiro entrando da forma mais silenciosa possível, esgueirando-se pelas partes escuras.

Porém assim que chegou até a sala onde estavam mantendo Porchay amarrado a uma cadeira de madeira, que viu o rosto do garoto machucado, não segurou seu ódio, mirando diretamente na cabeça de um dos seguranças bem ao lado de Macau.

Mal deu tempo para o outro garoto ouvir o som dos tiros e os corpos de seus guardas já estavam todos aos chão, mortos.

— Que merda você está fazendo aqui, Kim?! — esbravejou.

— Eu acho que você sabe bem que não deveria interferir no território da primeira família, quer acabar com uma bala na cabeça que nem os seus guardas? — disse entre dentes, andando até o primo.

— Quem está se metendo nos meus negócios é você. Eu tenho certeza que se eu acabar com você e toda essa sua arrogância, ninguém vai sentir falta.

Kim não pensou duas vezes antes de dar com a arma na cabeça do primo, vendo sua testa sangrar quando ele caiu no chão.

— Você não está entendendo. O garoto é meu negócio. — disse entre dentes — Você tem trinta segundos para sair da minha frente antes que eu devolva seu corpo ao seu irmãozinho em um saco de lixo.

Macau fez uma careta de puro desgosto, mas rapidamente levantou do chão e correu, vendo o ódio puro no rosto de Kim.

Assim que o primo saiu do galpão, Kim relaxou e colocou a arma de volta na cintura, indo até Porchay e o desamarrando.

O garoto estava em um estado de semiconsciência e Kim não sabia se por conta de algum medicamento ou por ter apanhado. Colocou o garoto em suas costas e saiu do galpão, do até seu carro e o colocando no banco do passageiro, colocando o cinto e então sentando no banco do motorista e pegando a estrada de volta para casa.


Notas: Esse capiulo eu escrevi ao som de duality do slipknot para pegar uma vibe pesada skskssksk e o outro ao som de cuz i love you e fade, o que eu quero dizer com isso? Que no próximo vai ter o primeiro beijo deles kkkkkk Espero que tenham gostado. Bjoos ^.~

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