05 | Maconha estragada

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HELENA...

Entro em casa sentindo o coração bater em todo canto do corpo e me encosto na porta, ainda sem acreditar que a gente finalmente se beijou.

E fomos pegos no flagra.

Mas foi tão perfeito o encaixe, a pressão dos lábios dele sobre os meus, o aperto firme na minha cintura... Que eu nem me importo em levar um esporro da minha avó.

O que eu com certeza vou, mas vou feliz porque pela primeira vez desde que perdi meu bv, eu beijei alguém que eu realmente gosto.

Suspiro. Isso parece mais um daqueles meus sonhos de tão surreal que é.

Tomara que não seja.

Afrodite - Você é maluca?

Me assusto com a proximidade da sua voz e logo sinto um tapa na minha cabeça. Mal tenho tempo para absorver a dor do golpe que ela me puxa pros seus braços e me acolhe com seu amor materno.

Afrodite - Nunca mais faça isso, está ouvindo? A mamãe ficou preocupada.

Sorrio da sua bipolaridade e a abraço de volta.

— Eu sou. - afirmo, dando risada quando ela me aperta. — Ouvindo eu estou, só não sei se vou obedecer.

Afrodite - O que aquele estrume fez dessa vez? Te machucou? - ela me guia pro sofá, me obriga a sentar e olha atentamente pra cada parte do meu corpo em busca de machucados. - Céus! Suas mãos.

Minha mãe levanta e vai até o andar de cima, mas logo volta com o kit de primeiros socorros para começar a cuidar dos meus machucados.

— Subiu o morro atrás da Jade querendo que ela desse dinheiro pra ele usar heroína e como ela não deu... - encolho meus ombros, deixando a frase no ar porque ela com certeza já sabe o restante da história.

É sempre assim, Jean só tem 16 anos e já é um viciadinho de merda. Minha prima até tentou ajudar o irmão já que o pai e a mãe dele estão cagando pro garoto, mas pelas inúmeras vezes que ele já agrediu minha preta podemos ver que isso não deu certo.

Afrodite - Você ia matar ele? - os olhos verdes me encaram com curiosidade.

— Se o papai deixasse? Sim. - sou sincera. Minha mãe me conhece o suficiente, sabe do que eu sou ou não capaz.

E eu com certeza sou capaz de matar alguém. Basta a pessoa mexer com quem eu amo.

— Joga lá na frente da casa do pai dele... - a voz do meu primeiro amor invade o ambiente e logo meu coroa entra na sala.

Russo - Como tá isso aí? - olha preocupado pras minhas mãos e em seguida, pra minha mãe. — Nossos faixas detonaram o muleque, pretinha. Precisava ver. - os olhos dele brilham, aquele típico brilho que só aparece quando a gente olha pra quem se ama.

E nessa parte eu sei, todos sabemos o quanto ele ama a dona Afrodite.

Um amor igual o deles é o que eu quero ter pra mim. Não aceito menos.

Afrodite - Só alguns pequenos cortes. Ela já teve piores. - minha mãe termina de passar a pomada nos machucados e beija minha testa antes de ir até meu pai, que abraça ela dando um beijo suave em seus lábios. — E você acha isso lindo né?

PRAZER PROIBIDO [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora