No pain no gain.

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- Você vai pagar!
Prometia Jason, chorando em uma cadeira de hospital. As lágrimas escorriam devagar, no rosto do garoto, com as costas totalmente retas, punhos fechados com tanta força que tremiam, enquanto as unhas se apertavam contra sua mão. O moreno prometia por todos os Deuses, ou demônios existentes que cada um deles pagariam por isso.
Ele era só um moleque de dezessete anos, "para os de fora". Mas quem o conhecia de verdade, sabia que ele era o rei de espada, o mais poderoso dentre a gangue, conhecida como "Thoth". A dor de poder perder quem ama, só não era maior que a dor da culpa, por tê-la colocado nesse jogo. Ele merecia pagar por isso, até mais do que o homem que havia a machucado. E saber disso doía mas que tudo que já havia sentido.

Tempos atuais.

Realmente essa violência vale a pena, por que não arrumar um emprego normal? Não dá para entender! Jason já apanhara de mais, para o homem de meia-idade gordo em sua frente. Estava na hora de reagir. O homem já estava muito confiante, se vangloriando antes que a luta acabasse.
- Moleque, você vai apanhar aí sem parar, e não vai desistir?
Dizia o homem rindo, enquanto olhava para a plateia que pedia para ele bater mais.
- Que isso, só tava te dando uma vantagem!
Disse Jason o encarando com um sorriso. O homem desferiu um gancho lateral de direita, tentando acertar o queixo do garoto. Jason se esquivou dando um passo para trás, e logo em seguida um passo longo para frente, o homem tentou novamente o mesmo soco, com o braço esquerdo, dessa vez. Mas Jason era mais rápido e se esquivou exatamente da mesma forma. Ele sorriu e deu um passo para frente de novo, mas dessa vez, deu um salto, impulsionando seu corpo com a perna esquerda, então acertou a barriga do gordo com uma joelhada bem leve, considerando o quão forte ele poderia ser. O homem se afastou fazendo uma cara de dor. Então veio correndo com raiva, desferindo dois socos contra o homem, que se esquivou com facilidade, e se aproximou novamente. Quando se aproximou, deu um soco reto no rosto do homem, fazendo sua baca sangrar e o deixando tonto. Ele desferiu outro soco em seguida acertando o vácuo do peito do homem. Fazendo o mesmo cair no chão se esforçando para respirar, seu rosto ficou roxo com toda aquela dor. Jason sorriu por um momento, com toda aquela emoção, então ele voltou a ficar sério e olhou para o homem no chão.
- Um golpe, quando acerta o lugar certo, vale por mil. É uma pena que os seus só acertem os lugares errados!
Disse Jason levantando as mãos para cima, comemorando sua inegável vitória. Os amigos do homem entraram no círculo, e o carregaram para fora, enquanto Jason comemorava, e a plateia ficava "Puta". Ele olhava para os carros com os faróis ligados a sua volta, as pessoas olhando e bebendo, pagando suas apostas e se exaltando depois de perder. Ninguém acreditou que ele pudesse vencer, ainda mais com ele apanhando de propósito. Aquela luta ilegal tinha sido a primeira de sua vida, mas ele já havia brigado antes, já tinha bebido antes, e já tinha apanhado antes. Ele saiu de lá e foi até o verdadeiro vencedor: " O cara que agência as apostas. " Ele passou por muita gente pagando as apostas, mas chegou até a camionete velha rápido.
- "Eae" Speed
Cumprimentou ele, o homem alto e magrelo com jaqueta de couro.
- Jason, parabéns pela vitória garoto!
Disse o homem bem feliz.
- Pelo visto te gerou muito dinheiro.
O homem sorriu
- Dá para cerveja de hoje!
Ironizou Speed
- Quer beber quantos barris?
Disse Jason, mostrando que já sabia que as apostas foram alta.
- Só me dá meu dinheiro.
Disse Jason, demonstrando estar com pressa. Speed deu quatro notas de cem ao garoto.
- Eu sei que é pouco, mas você ainda é um lutador pequeno.
Disse o homem se justificando.
- Tá tudo bem, eu vou ser o melhor!
Afirmou Jason sério.
- É assim que se fala garoto! Vai querer uma carona para casa?
Perguntou Speed
- Com toda certeza.
Disse Jason
- Falta só mais três lutas para encerrar por hoje, não é?
Perguntou Jason. Speed então fez que sim com a cabeça. Ele guardou o dinheiro no bolso da calças, e andou até o "Ringue" Para assistir as últimas lutas.
No outro dia seu despertador tocou cedo, ele tinha que ir para escola. O primeiro dia do ano, ele não podia perder. Ele se levantou e foi até o banheiro, olhou para seu corpo no espelho, seu rosto estava intacto, graças a sua boa esquiva e defesa perfeitas! Já seu peito e abdômen, tinham marcas rochas, meio doloridas de cada soco que se deixou levar. Ele olhou para cada uma delas, e no fim sorriu. Sorriu, mas não por nenhum prazer que sentia com a dor. E sim porque cada marca mostrava o quão forte ele se tornou. Ele não só se orgulhava das marcas, mas também do seu corpo, um "magricelo" agora estava mais forte e definido do que nunca. Abdômen, peitoral, braços, e pernas, todo o seu corpo estava musculoso. Ele fez sua higiene matinal, e tomou um banho frio. Morar sozinho tem certas vantagens, e Jason sabia disso. Ele terminou seu banho, e saiu do banheiro pelado. Andar pela casa daquele forma, sem se importar com molhar o chão, ou de alguém velo nesse estado, fazia com que ele se sentisse livre. Sem medo de não ser aceito, ou vergonha, talvez fosse assim que os primeiros humanos se sentiam. Ele foi até a cozinha e preparou um sanduíche, com tudo que queria. Ele comeu e foi até seu quarto. " Um grande lutador deve ter dedicação! " Pensou ele se abaixando e começando a fazer flexões. Dez flexões normais, dez flexões diamante, vinte flexões com o punho fechado, e mais cinco flexões com um braço de cada lado. Esse era só o começo de seu treinamento pesado, a qual ele ainda estava se acostumado. " Sem dor, sem ganho! " Pensou ele terminando a última flexão com o braço esquerdo. Ele se levantou e foi até uma parede de seu quarto, ele começou a dar socos, um com cada braço na parede com toda a força. Seus punhos já estavam vermelhos, mas ele ainda não estava sentindo dor o suficiente. Ele continuou, aumentando a força e a velocidade, mas então ele parou, a dor já estava insuportável até mesmo para alguém acostumado. Ele respirou fundo, e se arrumou para ir à escola.
Andar a pé até a escola, era um incômodo que logo iria acabar, com mais vitórias ele teria dinheiro o suficiente para conquistar a moto que tanto sonhava. Ele se sentou no sofá e esperou pacientemente o tempo passar, olhando no celular, ele não queria chegar atrasado, e muito menos queria chegar adiantado.
Quando deu a hora, ele se levantou, saiu e trancou a casa. E saiu em direção da escola.

( Primeiro cap. espero que curtam )

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