06 | O ultimato

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GH...

Um tempo depois de ver a evoque sumir na esquina mais próxima, eu estalo a língua no céu da boca ao sentir meu celular vibrar no bolso dianteiro da minha calça.

Fazendo uma idéia de quem seja, eu pego dando uma rápida olhada na tela só pra ter certeza que é meu pai antes de atender.

— Pode falar, Deleiwson.

Doca - A educação pra falar comigo tú socou aonde, muleque?

— Provavelmente no mesmo lugar que o senhor socou a vergonha na cara ao aceitar aquela vagabunda de volta.

Doca - Presta atenção em como tú fala da tua mãe, Gustavo Henrique.

Respiro fundo pra não me alterar com ele mais uma vez e resolvo mudar de assunto.

— Me ligou pra que mermo?

Doca - Só queria saber como foi a reunião com o Russo.

— Não foi. - respondo simples, coçando minha barba por fazer, e me viro olhando pras duas motos sendo pilotadas pelos filhos do Russo que entram na rua.

O que se parece com ele passando direto sem nem olhar pro lado e o outro, para bem próximo a mim.

Rapp - Qual foi, tá ocupado aí? - pergunta ao tirar o capacete, colocando o objeto em cima do tanque enquanto me olha.

Eu faço gesto pedindo um momento e me despeço do meu pai antes focar nele.

— Dá teu papo, menor. - cruzo meus braços na frente do peitoral com meu celular em mãos e me encosto no carro olhando pro garoto de cabelos platinados todo trajado de Balanciaga.

Rapp - Pô, tú precisa mermo falar com meu coroa pra desenrolar o meu lado? - ele passa a mão no pescoço, nervoso. — Faço dezoito semana que vem, cara. Se o caô for eu ser de menor, a partir de sexta feira não vai ser mais. - encaro ele.

O garoto é determinado e vai ser uma adição e tanto pro comando, ainda mais agora que eu preciso de alguém com a determinação dele pra comandar a Penha, mas o lance de conversar com o Russo tem que ser mantido. Principalmente agora que eu descobri que ele é pai da moreninha.

Vão ser duas conversas em uma.

Posso ser morto ao tocar no assunto que envolve a Helena? Posso e provavelmente vou, mas se eu tenho pra mim que ela me pertence por ter tirado a sua virgindade, eu vou fazer essa parada certo.

Começando por abrir o jogo pro pai dela.

Rapp - E aí? - volto a mim quando sua voz vem no mesmo instante em que a vibração do aparelho na minha mão.

Franzo meu cenho ao ver o nome do Ben brilhar na tela e atendo meio desconfiado. O mano saiu daqui puto comigo e agora tá me ligando?

Estranho pra caralho.

— Já eu falo contigo. - aviso pro menor, que faz um joinha, e levo o aparelho pra minha orelha ao atender.

Ben - Aí, quem tá do outro lado?

— Tú me ligou e não sabe quem tá falando. Tá doidão, porra?

Ben - Eu liguei pra última pessoa com quem eu falei. - percebo sua fala meio grogue e arrastada — Tô mermo... Acho que me drogaram, pô. Parada forte mermo.

PRAZER PROIBIDO [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora