THE BEGINNING OF THE END

Capitulo 3

*Anny*

Eu estava congelada, meu estomago embrulhado e a única coisa que eu sentia vontade naquele momento era de chorar igual a um bebê, porém todo esse mar de emoções se esvai em um passe de mágica quando ouço as seguintes palavras:

- Vim para levar você comigo. A partir de hoje você é minha noiva e futura rainha da Inglaterra.

Me esquecendo completamente da presença dele e do sujeito que o acompanhava, cai na gargalhada. Eu estava rindo tanto que saiam lagrimas dos meus olhos. A piada era tão boa que precisei os parabenizar.

- Eu, rainha? – Falava em meio aos risos – Olha, a Sabina se superou, vocês até vieram fantasiados – digo olhando para os homens que vestiam um colete dourado com o brasão de um tigre estampado no peitoral. Por cima da suposta armadura tinham uma capa preta que aparentava ser feita da pele de algum animal e em suas cinturas estavam suspensas por um talabarte duas espadas prateadas guardadas dentro de uma bainha de couro.

- Mas na boa gente, vocês precisam me contar onde é essa loja que estão alugando fantasias, faço questão de pegar minha fantasia de carnaval la. – Eles apenas permaneciam quietos me observando.

- Bom se puderem me dar licença tenho um aniversário para comemorar, digam a Sabina que achei hilária a surpresa – Digo quase fechando a porta mas sendo impedida pelo rapaz que deveria ser o meu "amor perdido".

- Olha senhorita Gabrielly, eu não faço ideia de quem possa ser essa dama chamada Sabina, mas eu tenho ordens especificas para leva-la imediatamente comigo.

Cruzes eles levam o trabalho a sério mesmo, estavam até falando engraçado.

- Escuta aqui o vossa alteza da shopee, foi muito engraçada toda essa situação mas eu já estou ficando irritada, então sugiro que você e seu amigo deem meia volta e saiam da minha entrada. – Os dois pareciam indignados com a minha reação.

- Eu realmente não queria fazer isso da maneira complicada pois odeio tocar em uma dama sem permissão, mas...- Ele diz olhando em meus olhos e fazendo um sinal com os dedos para o seu amigo, que no mesmo instante me tira do chão e me coloca sobre os ombros.

- Eii me solta, mas que palhaçada é essa? – Começo a me debater e a socar suas costas – Mãaaee, Mãaae socorro!!

Grito desesperada, minha mãe corre atrás da gente com a belinha no colo, mas já havíamos entrado no carro. Ela começou a socar os vidros enquanto belinha chorava estridentemente.

Todo seu esforço era em vão pois os vidros aparentavam ser temperados, eu coloquei as mãos sobre as janelas na tentativa de alcançar minha mãe de alguma forma, mas sou interrompida pelo barulho do motor. O motorista da partida e sai arrancando com o carro, me levando pra longe delas.

As lágrimas começam a cair e uma fúria toma conta do meu peito, não penso duas vezes e avanço em cima do garoto loiro que me olhava perplexo.

- SEU CRETINO, ME DEIXA SAIR DAQUI AGORA!! – Digo enquanto encho ele de socos.

- WIN, DA PRA ME AJUDAR AQUI? – Ele diz ao amigo enquanto tenta evitar os meus golpes.

- Ela será uma princesa e tanto ela é durona e tem garra – O amigo dele fala em meio aos risos.

Intencionalmente acabo desferindo um soco que pega em cheio no olho do garoto. Parei imediatamente e todos nós ficamos em silêncio enquanto ele segurava o local atingido.

Será que eu havia exagerado? Fiquei me perguntando sem parar, afinal eu nem sei quem são essas pessoas e se eles acabassem me desovando em algum lugar por ai. Precisava ser mais cautelosa.

O silencio finalmente é quebrado.

- Deixe-me lhe dizer uma coisa senhorita eu não gosto da forma de como as coisas estão acontecendo tanto quanto você, eu nem ao menos sabia da sua existência até hoje cedo e muito menos queria esse casamento. – ele falava enquanto olhava no fundo dos meus olhos

- Não queria até você abrir a porta, até eu me deparar com seus cabelos únicos e enrolados diferentes de qualquer outra dama ou princesa que eu já vi. Assim que te vi soube que era você, eu a reconheceria mesmo no meio de um milhão de donzelas.

Foi então que minha ficha finalmente caiu, ele realmente era o dono dos olhos que apareciam em meus sonhos toda noite. A forma de falar como se estivesse a frente de sua idade, a cortesia e a educação, não restavam duvidas, realmente era ele.

Mas um príncipe? Qual a possibilidade de eu ter passado a infância com um príncipe? Não fazia sentido nenhum.

Tudo bem que isso seria uma ótima explicação para o sumiço repentino dele, mas ainda assim, o que um príncipe fazia no Brasil? E pior, como meu pai conhecia um rei?

Eram tantas perguntas que eu estava ficando com dor de cabeça.

- Ok! Basicamente você esta me dizendo que você é a calopsita que brincava comigo anos atrás no jardim? – perguntei enquanto bebia um copo de água que estava no porta bebidas do carro e fazia um esforço para assimilar as informações.

- CALOPSITA – O amigo dele gritou antes de cair no meio de uma gargalhada histérica.

Ele lhe lançou um olhar mortal que fez com que o amigo ficasse quieto imediatamente. Em seguida olhou para mim com ternura e sorriu um pouco. E meu Deus que sorriso lindo.

- Não sei se meus súditos e os demais nobres da corte me levariam a sério se você me chamar assim – ele diz olhando rapidamente para o amigo que tentava conter os risos.

- Como estamos noivos e eu já sei seu nome, creio que já não haja mais problemas em lhe contar o meu. – Ele diz endireitando a postura.

- Eu me chamo Josh Beauchamp, Primeiro e único herdeiro do rei da Inglaterra Jeorge Beauchamp. O engraçadinho ali se chama Metawin-opas Iamkajorn ele é príncipe herdeiro do trono da Tailândia, porém esta conosco devido a alguns imprevistos. – ele conclui e fica aguardando a minha resposta.

Isso não podia estar acontecendo, não foi assim que imaginei que reencontraria meu primeiro amor, além de socar a cara dele ele era um príncipe.

Ai minha nossa senhora da bicicletinha sem freio, eu soquei um príncipe, vou acabar sendo enforcada.

Mas em minha defesa foi ele que me tirou de casa a força. Não é todo dia que você descobre que esta de casamento marcado com um príncipe, principalmente alguém nas minhas condições, era muito fora de realidade para acreditar.

- Olha alteza, eu estou muito confusa no momento, e por mais que eu também tenha esperado a minha vida toda pra te encontrar, não era bem isso que eu esperava. Eu preciso voltar pra minha família – Olhei para ele suplicante

- Você não faz ideia da situação em que estamos elas não podem ficar sozinhas, precisam de mim – disse com os olhos já marejados

- Lamento Anny, temo não poder lhe ajudar, meu pai é o Rei, não posso ir contra sua palavra – ele disse cabisbaixo

- Mas você é o príncipe não é? – perguntei convicta.

- Não é tão simples quanto parece senhorita – exclamou Win. Sua voz parecia chateada.

- Eu não vou aceitar isso, acha mesmo que vou conseguir viver uma vida de luxo com você enquanto minha mãe e minha irmã ficam largadas por ai? SEM CHANCE – Digo praticamente cuspindo as palavras.

- Vocês não vão conseguir me tirar do Brasil tão fácil assim, quando chegar no aeroporto eu...- Sinto uma fraqueza e minha vista começa a escurecer.

Droga, o copo d'água.

- O que... vocês... fizeram... comi...

Antes mesmo que eu conseguisse terminar a frase, me pego caindo em um sono profundo.