Capítulo 10

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Me levantei cedo, mamãe me acordou aos berros hoje. Prometi que sairia para comprarmos os móveis e decorações pro bebê que vai chegar. A manhã estava quente e ensolarada. Peguei um vestido vintage até o joelho no guarda roupas e fui para o banheiro. Fiz minhas necessidades matinais e vesti minha roupa. Voltei para o quarto e coloquei uma sapatilha branca, um cinto fino na cintura e amarrei meu cabelo em um coque. Passe um delineador nos olhos e enchi o cílios com várias camadas de máscara de cílios, coloquei algumas pulceiras e pronto. Peguei meu celular e fui para a cozinha tomar o café da manhã.
- Bom dia meu amor. - Disse mamãe me dando um beijo na testa e sentando em uma cadeira ao lado.
- Bom dia mamãe. - Disse bebericando meu café. - Onde vamos primeiro?
- Comprar o berço, ah minha filha, estou tão feliz. - Mamãe abre um largo sorriso e toma seu chá. Adorava vê-la feliz. Também sorri e terminei meu café. Ao terminarmos, mamãe pegou o carro e nos dirigimos até o centro da cidade, parando em cada loja infantil que viamos à nossa frente, parando apenas para o almoço.
No fim do dia voltamos pra casa com não só um berço, mas com vários outros móveis. Havia um quarto vazio ao lado do meu e ele acabou ficando para o bebê. Mamãe me deixou decorá-lo e montar do modo que eu deseja-se. Guardamos as coisas no quarto e fomos fazer nossos afazeres, ainda era seis da tarde então liguei pra Luce.
- Ta afim de sair? - Pergunto assim que ela atende.
- Claro, mas pra onde?
- Que tal pro Efil Art?
- Aquele bar onde só vai gente drogada?
- Não sei, passei lá em frente hoje e achei que poderia ser legal, vamos?
- Ok, passo ai as sete ta?
- Ok Tchau. - Desligo o celular e me deito na cama tentando pensar em alguma roupa pra vestir. Fiquei trocando mensagens com Abby e Trace quase a tarde toda.

19:00

Me levantei e tomei um banho, a noite estava fria então peguei uma calça preta, com uma regata azul celeste e vesti uma jaqueta preta de couro por cima, coloquei uma botinha e fiz uma maquiagem básica. Estava pronta. Liguei pra Luce e avisei que ja estava pronta, resolvi espera-la na sala. Pra minha infelicidade Etham estava la abraçado com minha mãe no sofá. Me sentei em minha poltrona e fiquei trocando mensagens com alguns contatos.
- Vai sair? - Perguntou Etham.
- Sim. - Respondi sem tirar os olhos do celular.
- E pediu autorização?
- Não preciso da sua autorização pra sair. - Respondi encarando seus olhos.
- Respeite seu pai Hazel. - Disse mamãe se virando pra me encarar também.
- Ele não é a droga do meu pai! - Gritei me levantando, por sorte Luce chegou e buzinou pra eu ir. - Esse bebê que esta ai é filho dele, não eu. E eu tenho pena dessa criança. - Gritei mais uma vez e sai as pressas. Nossa, é bom desabafar. Pensei.
- Oi. - Disse sem emoção enquanto me sentava ao lado de Luce no carro.
- Ué, acordo de mal humor? - Debochou Luce acelerando. Liguei o rádio e começou a tocar Coração Vazio do Capital Inicial.

Meia hora depois...

Paramos o carro um pouco distante do bar, ele ficava praticamente no meio do nada. Ficava perto da divisa de estados, na beira da estrada, a sua volta tem apenas algumas árvores que aparentemente não leva a lugar nenhum. Descemos e fomos juntas até a entrada, haviam algumas motos paradas uma do lado da outra.
Era uma construção sem pintura, tinha apenas reboco, a porta dupla era de metal com alguns detalhes estranhos, lia-se no letreiro:

Efil Art
"Ambiente Familiar"

-Por que será as aspas? - Perguntei enquanto abria a porta para entrarmos. O lugar tinha a luz fraca e uma densa fumaça se espalhava pelo local, não era grande. Tinha lugar apenas para um pequeno bar no lado direito que ocupava toda a parede, no lado esquerdo seguia-se um pequeno corredor até os banheiros e no meio havia uma grande mesa de brilhar, mesas se espalhavam nos lugares vagos. As poucas pessoas que estavam jogando e outras que estavam bebendo no bar pararam e nos olharam. Eles vestiam roupas de couro, tatuagens e piercings se espalhavam pelos seus corpos. Sorri e peguei na mão de Luce, levando-a até o pequeno bar.
Sentamos nos bancos vagos e uma mulher se aproximou. Ela era alta, seu cabelo preto estava preso em um rabo de cavalo e uma bandana vermelha envolvia seu pescoço.
- O que vão querer mocinhas? - Perguntou, sua voz era uma mistura de grave e aguda.
- Me da o que você tem de mais forte. - Pedi.
- Eu quero uma garrava d'água. - Disse Luce. A mulher riu e pegou nossas bebidas. Os homens que estavam em volta continuavam a nos olhar, até que um se aproximou.
- Fazem por quantos? - Um gordo bebado perguntou.
- Não somos prostitutas. - Luce respondeu virando-se para sua água.
- Vamos lá gatinha. - Insistiu o homem, agora ele colocou sua mão em minhas costas e a outra na cintura de Luce. Ela tirou a mão dele de si e de mim e o empurrou pra trás.
- Para de se fazer de difícil vadia! - O homem gritou, Luce se virou e meteu um soco em sua cara. Levei ambas as mãos na boca, o homem caiu e começou a nos xingar. Luce me pegou pelo braço e me levou até a saída.
- Ei! Voltem aqui! - Um outro homem gritou vindo em nossa direção, começamos a correr mas quando chegamos perto da porta ele puxou Luce pra trás, passou um de seus braços no pescoço, e o outro na nuca lhe enforcando. Luce fez sinal pra eu sair mas eu fiquei imovel, não sabia o que fazer. O homem se virou levando Luce de volta pro meio do bar, onde uma briga se iniciou, por impulso corri e pulei em cima do homem, afundei meu dedo em ambos os seus olhos e Luce pisou forte em seu pé, ele a soltou e eu o derrubei. Outros homens correram em nossa direção, novamente Luce pegou minha mão e corremos até a saída.
Chutei uma da motos que estavam paradas e ela caiu, derrubando todas as outras.
Corrremos de volta pro carro e Luce o ligou seguindo em alta velocidade para o centro da cidade.
- Luce, me desculpa. Você esta bem? - Perguntei tentando pegar ar e colocando minha mão em seu braço.
- Tudo bem, não se procupe. Você se machucou?
- Não, estou bem. Mas olha pelo lado bom, bebemos de graça. - Rimos seguindo até minha casa.
- Já que estamos pra cá, ta afim de ir comer em algum lugar? - Luce perguntou assim que entramos no centro da cidade.
- Tudo bem, mas onde? - Perguntei abaixando o som da rádio.
- Tem um subway aqui perto, o que acha?
- Acho ótimo. - Aumentei a rádio e seguimos para o Subway.
Fizemos nosso lanche, pegamos refrigerantes e nos sentamos em uma mesa nos fundos. O lugar estava cheio e as pessoas falavam alto.
- E sua mãe, como ta? Que surpresa boa né? - Disse Luce após dar uma grande mordida no seu lanche.
- É bom e ruim ao mesmo tempo, mas não vejo a hora do bebê nascer!
- Imagina se vier gêmeos?!
- Vira essa boca pra lá! - Batemos três vezes na mesa e caimos em gargalhadas. Ficamos conversando e voltamos pra casa, Luce pediu pra eu dormir em sua casa e eu aceitei. Pelo menos não vou ter que explicar meu temperamento de hoje mas cedo pra minha mãe.
Depois de arrumar um colchão ao lado da cama de Luce olho meu celular e vejo uma mensagem de Trace.
- Onde você está? - 22:40
- Na casa da Luce.
- Me encontra ai em frente da casa dela? - 22:43
- Claro! - Guardei meu celular, falei pra Luce que iria ver a Trace e desci ao seu encontro.

Cerca de cinco minutos depois, Trace para seu carro, me levantei de onde havia sentado e coloquei minhas mão no bolso de trás da minha calça.
- Oi. - Disse sorrindo assim que ela se aproximou.
- Oi. - Ela também sorri e me abraça pela cintura, cruzo a mão em sua nuca e lhe abraço. Logo em seguida, ela se afastou e me olhou nos olhos, sorriu de lado e me beijou. Retribui seu beijo com mais intensidade do que realmente havia planejado. Só nos soltamos quando o ar foi realmente necessário. Peguei sua mão e a puxei até o pequeno degrau que tem em frente a porta da casa de Luce. Nos sentamos, segurei sua mão e encostei minha cabeça em seu ombro.
- E ai? O que me conta? - Perguntei.
- Consegui a casa, fica perto do colégio. - Diz Trace animada.
- Que ótima notícia! - Digo lhe abraçando em seguida.
- Mas me conta, como foi seu dia? E como foi lá com sua mãe? - Perguntou.
- Sem muitas emoções, conseguimos comprar algumas coisas pro bebê e depois Luce e eu saimos. E o seu? - Não queria contar sobre o ocorrido no bar, pois conhecendo Trace como eu conhecia, sabia que ela iria lá e arrumaria confusão.
- A mesma coisa, tirando sua mãe e a Luce. - Sorrio e a puxo novamente para um beijo. Ficamos conversando até tarde. Depois Trace se foi e eu fui dormir.

Hazel & Trace (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora