Lorde Apollo

Arco 1 - Capítulo 15

Quando a noite chegou, Voldemort acordou em seu quarto com uma forte enxaqueca. Ele olhou para os lados e viu uma poção para ressaca sobre sua mesa de cabeceira, e sem pensar duas vezes, virou a poção para se livrar da terrível dor de cabeça. Ainda sem entender direito o que havia ocorrido, o homem foi para a sala de jantar para ter a última refeição do dia e, com sorte, ter uma explicação do que aconteceu.

Chegando a mesa, ele viu que seu jovem vizinho de quarto já estava jantando. Bem... Na verdade o mais novo estava coberto de livros e seu prato de comida estava esquecido do outro lado da mesa. O homem se aproximou silenciosamente e se sentou em seu lugar de sempre à ponta. Harry ainda não havia percebido sua presença, então o homem se fez perceber com um limpar de garganta.

O menino então levantou a vista surpreso, mas logo sorriu ao ver o mais velho.

- O que aconteceu?

- Você dormiu depois que eu juntei as relíquias. Pedi para Toffy levá-lo de volta ao quarto para que pudesse descansar melhor em sua cama, não sabia se você acordaria ainda hoje.

- Entendo, acho que a onda de magia foi mais forte do que eu pude aguentar... - o homem admitiu a contragosto e o garoto apenas riu de sua expressão emburrada - Mas o que são todos esses livros?

- Livros de rituais. Preciso me comunicar com Hecate para que ela me ensine a lidar com as relíquias. Ela me disse que me ajudaria com isso, mas algo me diz que lorde Hades talvez queira fazer isso pessoalmente.

- Só você para pensar em se encontrar com dois deuses e permanecer tão calmo.

- Hahaha... - o menino soltou os livros e puxou seu prato para perto novamente, acompanhando o mais velho na refeição - O que faz você pensar que eu não estou morrendo de medo agora? Caramba, acabei de completar doze anos e já estou sendo treinado para me tornar o mestre da morte. Ainda nem terminei Hogwarts! Meu conhecimento em magia é minúsculo comparado ao seu, e tenho o peso de ser escolhido por dois deuses como um Lorde Gris e Mestre de Thanatos. Saiba de uma coisa meu irmão, eu estou sentindo todas as emoções possíveis, menos calma.

- Hm... - o homem arqueou uma sobrancelha e sorriu para o mais novo que agora parecia realmente desesperado - Bem, que bom que você tem um irmão mais velho com um conhecimento completo de todo tipo de magia, e que sabe qual ritual você deve fazer agora.

- Você sabe?! Passei a tarde inteira procurando!

- Você nunca acharia nesses livros - o homem apontou para a pilha de livros sobre a mesa - Acha mesmo que um ritual tão importante, que te dá contato direto com os deuses, realmente estaria em um livro que pode ser comprado por qualquer bruxo? Esse tipo de ritual é passado de geração em geração, e só foi descrito duas vezes por magos. Eu guardo os livros no meu escritório, são as únicas cópias existentes, escritas por Gordon Sonserina e Yggdrasil Peverell. Depois do jantar eu posso lhe entregar os livros, mas por enquanto, se alimente.

- Sim senhor - o jovem respondeu com um sorriso sarcástico, mas fez como o homem disse e comeu seu jantar pacificamente.

Quando terminaram sua refeição, Tom levou o garoto até seu escritório pela segunda vez naquele dia e lhe deu um par de livros que pegou de uma seção ilusionada da estante de livros que havia ali. Harry agradeceu e se despediu do homem, se retirando para a solidão de seus aposentos pelo resto da noite. Ansioso demais para conseguir dormir, o adolescente leu metade do livro escrito por um dos descendentes de Sonserina e anotou toda e qualquer informação, ou detalhe, que achasse relevante.

Em algum momento durante a madrugada o cansaço venceu o mais novo, que acabou caindo no sono ainda cercado de livros. Os dias a seguir se passaram normalmente, com os dois bruxos residentes da mansão se encontrando apenas no horário das refeições e raramente na biblioteca. Quando o mago mais jovem finalmente achou que estava pronto e já tinha todos os materiais necessários, além de decorar todos os passos do ritual, ele avisou ao mais velho que estaria utilizando a sala de rituais e não queria ser incomodado.