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Já se passava da uma da manhã e eu ainda estava naquele maldito carro, depois de atirar nas viaturas da polícia eles fizeram um show, isso sooa tão problemático, confesso que meu ego inflou, mas ainda estava atordoada com tudo o que tinha acontecido, e eu não posso simplesmente deixar de lado o que eles fizeram comigo e agir como se fossemos melhores amigos. Era incrível como eles conseguiam fazer isso.

Eu estava caindo de sono, mas não arriscaria dormir, não depois de hoje. Estava apreensiva sobre tudo, deveria ter ficado quieta e deixado que eles resolvessem, minha mãe me mataria se soubesse que mostrei isso alguém, ou melhor se descobrisse sobre hoje. Passei a mão sobre meu vestido, sua situação é péssima, não mais péssima do que eu, passo a mão suavemente nos cortes da minha perna e sinto uma ardência fazendo uma careta.

Sinto o olhar de Roosevelt sobre mim, mas não retribuo, permaneço olhando os cortes com sangue seco, ele respira fundo mas não diz nada, até diria que está arrependido, mas ele não está, afinal ele nunca se arrepende. Reconheço o trecho em que estamos e agradeço mentalmente, estamos algumas ruas antes do colégio.

Theodore estaciona o carro em um canto do campus e eu salto rapidamente para fora, sem olhar para trás corro até meu prédio desejando meu dormitório, diminuo a velocidade para checar a ausência de alguma supervisora e corro para o elevador, sinto um alívio percorrer meu corpo quando adentro em meu dormitório, me certifico de trancar a porta e jogo minhas rasteirinhas em algum canto, tiro a roupa desejando um banho.

Entro sob a ducha, e sinto a água gelada escorrer sobre meu corpo, sinto os cortes em minhas pernas arderem, nem me lembro como consegui eles, enquanto tomo banho desejo que a água leve junto o dia de hoje.

Saio do chuveiro e me enxugo saindo para meu quarto, sento sobre a cama cuidando dos machucado sobre minha pele, passo algum creme hidratante e um leve perfume, me jogo na cama desejando que tudo não passasse de um sonho.

Batidas na porta me fazem acordar, olho no relógio marcava 02:40 mas que droga, eu acabei de deitar, a porta estava sendo esmurrada, me rastejo até ela e olho pelo olho mágico, Dália, o que ela está fazendo aqui? Abro a porta e a encaro.

- Está ciente que são quase três da manhã? - pergunto querendo mata-lá

- Sinto muito Esmeralda, mas você não estava no horário da vistoria, cujo o horário que é proibido a saída dos dormitórios - ela diz me olhando com superioridade e se esticando para ver dentro do quarto

- Não sai do quarto em nenhum momento depois das quatro da tarde, tomei um remédios para dor de cabeça que dá sono, e meu sono já não é leve, sinto muito se não atendi a hora que veio - digo a olhando confiante e ela me olha desconfiada

- Como pode provar que estava aqui? - ela pergunta - Sabe que posso ter uma conversa com a sua mãe - ela diz e um sorriso sarcástico surge em meus lábios

- Ela vai adorar saber que fui acordada por você esmurrando a porta do meu quarto as três da manhã, quero dizer, ela sabe sobre meu remédio e também paga seu salário - digo e posso ver ela recuar pela sua feição

- Ótimo Srt. Bellini, boa noite! - ela diz saindo e eu fecho a porta

Respiro fundo agradecendo por ela ter acreditado, odeio ter que colocar o nome da minha família em tudo para conseguir algo, pareço uma garotinha mimada, volto para a cama e adormeço assim que me deito.

O som ensurdecedor do despertador despara me assustando, sinto como se tivesse sido atropelada por um caminhão, me sento na cama sentindo meus olhos pesarem, levanto caminhando até o banheiro.
Tomo meu banho e começo a me arrumar, passo pomada sobre a merda dos cortes e visto meu uniforme. Termino colocando minhas botas e passando perfume.

Entre o Caos (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora