Capitulo 2 - Bebidas e Hormônios

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Imagem meramente ilustrativa.

  Sem hesitar, puxei a mão de Kaeya com passos apressados, eu senti como se não houvesse nada ao redor, foquei apenas em Beidou sentada em uma mesa redonda com outras três pessoas que não fiz questão de identificar.

  Ela vestia roupas estilosas e elegantes, com bordas chiques, avermelhadas de seda. Seu cabelo não estava tão arrumado assim, parece como se tivesse participado de brincadeiras entre bêbados, porém optei em ignorar esse fato.

  Sinto que continuei analisando ela por muito tempo, eu só queria chegar até ela e fazer o maior questionário possível. Um cutucão de Kaeya e chamado tirou todo o meu foco, quando reparo, estávamos parados na entrada e ele segurando a gola da minha camiseta azul. Era bem chique reparando agora, um bar de luxo que nunca percebi na minha vida.

  — Albedo! Que má educação, tem que pegar uma fila e pagar para entrar. — Ele parecia estar falando com uma criança abestada que odeia regras. Não estava totalmente errado, tirando a criança e a abestada.

  Me vi soltando um bufo frustrado, cruzei os braços e impaciente apoiei meu ombro no dele – No caso, no meio braço dele, minha baixa estatura não ajuda nem um pouco. –. Senti alguns minutos passarem, e quando fechei os olhos, já estava na nossa vez, Kaeya por incrível que pareça não me fez pagar, mesmo depois daquela situação da cafeteria.

  Entramos no bar chique, vi muitos lustres e bêbados, havia jogos que iam de apostas até de máquina para pegar bichos de pelúcia. Era muito estranho isso tudo.

  Em alguns passos, chegamos à mesa de Beidou, ela falava piadas que não eram nada com nada, enquanto isso, eu e Kaeya nos sentamos na mesa mais próxima e discreta perto dela. Vi o azulado pedir algumas bebidas, ele sabia muito bem que eu não iria tomar um se quer pouco, afinal, eu não gosto de beber e sou fraco para isso.

  Ambos sabíamos disso.

  Ficamos conversando coisas bestas, não vou fazer questão de lembrar agora o que era, minha mente está fraca para isso agora. Sei que em torno das duas e até às três da manhã, nos sentamos na mesa de Beidou. Kaeya conversava besteiras com ela que podiam dar corda a informação que precisávamos e mesmo tomando diversos copos, ele parecia tão sóbrio quanto, admiro isso nele.

  Um tempo de diálogo alheio senti passar, até que um comentário, acredito que chamou ambas de nossas atenções.

  — Haha! Kaeya, você não tem noção, eu tomo tanto hormônio.. — Beidou bebeu mais uma garrafa nessa pausa. — Ningguang é um demônio disfarçado de anjo, mas com a beleza tão pura quanto! Ela sempre fica colocando hormônios em minhas bebidas e comida para ficar mais forte. — Reparei que ela fica pensativa, posiciona uma mão sobre o queixo, como se tentasse recordar mais coisas. — Ah é! Ela faz isso por fama, ela quer muita Mora.. Mesmo ela fazendo tudo isso comigo, não consigo parar de amá-la, é como se tivesse um imã entre nós. — Ouvi um chamado do nome de Beidou bem de longe, e bom, depois de todo esse desabafo, bingo! concluímos nossa missão. Finalmente.

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  Beidou já tinha ido embora, estava apenas eu e Kaeya conversando ali e comemorando. Vi um copo moscando ali, e nada mais importava, eu mal pensava pelo sono, e inesperadamente, eu agarrei aquele copo, e bebi todo o conteúdo dentro. Acredito que aquilo era Vodka, não tenho certeza, não me recordo do sabor, eu só me lembro de tudo girando, como se tivessem desativado meu equilíbrio.

  Me ouvi dizendo nada com nada, eu parecia animado. Sei que passou poucos minutos após essa situação, pelo menos, até o momento que eu apaguei total.

——————

  Acordei cercado por algo quente, parecia braços. Eram acolhedores e grandes, óbvio, era os braços de Kaeya. Estávamos a caminho do hotel, reconheci isso pela luz da entrada, era fraca e amarelada, como aquelas de séries.

  — Por que está me carregando?.. — Resmunguei e foquei meu olhar nele, seu cabelo estava bagunçado, mas de forma estilosa, era charmoso eu querendo ou não.

  — Acha mesmo que eu deixaria um bêbado como você, apagado naquele bar?

  — Sim? — Um silêncio seco foi à tona, Kaeya me olhava sem graça.

  Os segundos de silêncio foram terminados quando chegamos no quarto, sei que ele me colocou cuidadosamente na cama, era uma atitude delicada e nada a cada dele, sinceramente, até estranhei.

  — É melhor você dormir. — Ouvi a recomendação sem ter uma única resposta, sentia tudo girando ainda, como se eu tentasse levantar, iria cair.

  — Tá. — Foi a última coisa que disse, até eu apagar por completo de novo.

——————

  Amanheceu e eu continuei a dormir, passei muito do horário hoje, parece que aquela bebida não fez tão bem para mim. Acredito que só acordei porque senti alguém pulando em cima de mim, não parecia ser um adulto por conta de peso, mas não um animal porque senti as mãos. Há, era óbvio. Não tinha mais ninguém com essa coragem sem ser uma pessoa, e quem mais seria a não ser.. Klee.

  — Paiê!! Acordar vai! — Ela me chacoalhou, sem opções, tive de fazer o mandado. Me sentei descuidado na cama, coçando os olhos e com apenas as pernas cobertas, pelo menos, até um frio bater fortemente. Não fiz questão de me importar muito agora.

  — Hm.. O que você quer baixinha. — Resmunguei sonolento, abrindo melhor os olhos, vi Kaeya de pé rindo de fundo. Olhei para os lados em busca da graça, até olhei pra mim mesmo, ah. Descobri da onde estava saindo o frio, eu estava sem camisa.

  Em uma atitude apressada e desajeitada, me cobri até o pescoço, me senti envergonhado, eu odiava ficar sem camisa, no máximo, apenas com o jaleco.

  A risada da loira contagiou todos ali, exceto eu.

  — Seus sem graça! — Exclamei, levantando com a coberta. Fui até o banheiro e coloquei meu jaleco.

  A manhã foi calma, nem fiz questão de perguntar porque Klee estava ali, foi divertido, eu gosto de passar o tempo com ela.

  Klee é praticamente minha filha, mesmo que sejamos irmãos. A mãe dela e minha, morreu poucos meses depois dela nascer, e como eu já tinha cá dos meus 25 anos, optei em cuidar dela, afinal, eu já morava sozinho na época, e não tínhamos mais nenhum parente além de mim para cuidar daquela pequena. Cresceu eu e ela, e fui capaz de dar o amor, carinho e atenção necessária que toda criança precisava para ter uma boa infância.

  Hoje em dia, ela fica aos cuidados de Jean e Lisa quando estou em missões como essa, elas normalmente não são tão longas, assim como essa. Durou praticamente dois dias.

Kaeya, como meu melhor amigo, sempre que possível, me ajudou com Klee, praticamente como "o tio que mima". Deu diversas roupas e levou a diversos passeios e eu amo isso. Nunca precisei de amigo melhor que ele. Mesmo sendo o único além de Sucrose, que vejo uma vez ou outra a cada meio ano.

  — Hoje vamos voltar para a capital! — Meus pensamentos e toda a nostalgia foi quebrada com esse único comentário de Kaeya, mas era algo bom, voltaríamos para casa. Sinceramente, já estava odiando ficar nessa cidade, onde não conheço nada e ninguém. Pelo menos em Mondstadt conheço mais pessoas moradores locais. Já Liyue, realmente não chama minha atenção, é muita detalhada e precisa de muito tempo para analisar tudo, isso me incomoda, eu gosto de reparar em coisas. Mas nada que em excesso não atrapalhe.

  — Certo.. Vou arrumar minhas coisas. — Entrei no pequeno quarto de hotel e peguei minhas roupas e disfarces, guardei em uma mala não muito grande, era um tom de laranja claro, semelhante ao dourado.

  Kaeya também arrumou suas coisas, foi bem mais rápido do que a minha pessoa, não reparei muito em como guardou, apenas aceitei. Peguei Klee no colo, e partimos para o aeroporto, que não era muito longe dali.

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Peço perdão pela demora do capítulo, me desanimei para escrever e provavelmente o terceiro capítulo vai levar o mesmo caminho, pelo menos, Klee apareceu! Mals ae para os Beigguang stans e shippers

até!!

Nada como se disfarces não funcionassemOnde histórias criam vida. Descubra agora