ɪɴ sᴇᴀʀᴄʜ ᴏғ ᴄʜʀɪsᴛᴍᴀs | ɴᴏᴀʀᴛ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴛɪᴏɴ

five

𝐒𝐈𝐍𝐀 𝐃𝐄𝐈𝐍𝐄𝐑𝐓
New York

Como o combinado, no dia seguinte
eu estava na hora marcada tocando a
campainha da casa de Noah. A mesma
senhora de ontem abriu a porta, descobri que o nome dela era Fernanda. Urrea estava me esperando na sala, mas sua atenção se volta para a caixa que eu carregava em minhas mãos.

- Por favor, não me diga que você me
comprou um cachorro?

- Não - respondo pondo a caixa em cima da mesa e a abro, porém antes de tirar o que estava dentro eu olho para Noah. Ele se aproxima de onde eu estava para tentar vê o que tinha dentro da caixa.

Sabia que seria arriscado o que eu pensei para o dia de hoje, mas não custava nada tentar.

- Não pude deixar de notar que você não tem decoração nenhuma de Natal em sua casa, então - dou um sorriso e pego um parte da árvore de natal que tinha trago.

- Nem pensar, não vou decorar minha
casa.

- Como você vai conseguir entrar no
clima do natal se a sua casa está igual a
todos os dias do ano? Tem que ter pelo
menos um pisca pisca.

- Sina, podemos continuar fazendo as
comidas - ele diz olhando para a caixa. - Agora isso, não.

- Você não quer nem tentar? - pergunto esperançosa.

― Eu... Eu preciso pensar - Noah se
afasta de mim e o vejo sumir da sala. O
barulho das rodas de sua cadeira ficando cada vez mais baixo até eu deixar de escutar. Claro que tenho um plano B se ele não quiser montar a árvore, mas olhar essa casa tão grande sem nada de Natal parece tão triste e solitário.

Dou uma volta pela sua sala e minha
atenção se volta para os porta-retratos.
Vejo uma foto de Noah alguns anos mais novo, ele usava roupa de formatura e estava junto com um grupo de amigos, reconheço Josh ao lado dele com um sorriso tão grande quanto o seu, consigo ler escrito em seu diploma Direito. Então ele é advogado.

Lembro que em uma das suas primeiras sessões comigo perguntei o que ele fazia e ele tinha respondido que não era da minha conta, depois desse fora desisti de perguntar sobre sua profissão. Olho para outro porta-retrato e vejo Urrea agora um pouco mais velho, com uma linda mulher ao seu lado e uma menininha que não devia ter mais do que três anos.

Eles pareciam tão felizes, nunca vi Noah com esse sorriso. Vejo outra foto dos três que estavam sentados em um campo verde e eu a seguro para poder vê melhor. A menina estava no colo de Urrea enquanto ele a enchia de beijos e a mulher ao seu lado parecia gargalhar com a situação.

A criança tinha os cabelos loiro igual a mulher que estava ao lado de Noah, provavelmente eram mãe e filha já que eram muito parecidas. Será que ele
era dindo da menina? Será que a mulher ao seu lado era uma amiga?

Any sempre falou que eu serei a
madrinha do seu primeiro filho, o que
para mim é uma honra ela querer que eu tenha esse papel tão importante da vida de seu filho.

Escuto a cadeira de rodas se aproximar
e ponho o porta-retrato de volta em
seu lugar me afastando um pouco da
mesa para não parecer que estava
bisbilhotando.

- Então? - pergunto não conseguindo
esconder minha expectativa.

- Vamos tentar - Noah afirma e eu
vibro com sua resposta, mesmo parecendo ele ter dito isso mais para si mesmo do que para mim. Foi nessa hora que eu me dei conta que ele estava realmente se esforçando, seja lá quais foram os motivos que o fizeram não gostar do natal, ele estava tentando. O que me faz o admirar
ainda mais.

- Perfeito - comemoro indo até a caixa de papelão e a pondo no chão separando todos os galhos da árvore de natal por tamanha, o que surpreendentemente não levou muito tempo.